domingo, 17 de maio de 2015

As Orações de Pedrinho

Lendo uma historinha...

Em um lugarejo do interior, bem afastado da cidade, morava Pedrinho com os pais. Tinha uma vida simples e seu pai ganhava a vida como pedreiro, enquanto a mãe cuidava dos afazeres domésticos.

Pedrinho era um bom menino: obediente, bem-educado, amava os pais.Tudo fazia para lhes dar prazer.
Por isso mesmo o pai costuma levá-lo à vila mais próxima onde trabalhava. Para chegar até a vila, precisava passar por uma região que ainda não era povoada, não tinha casas, era só mato.

 Pedrinho adorava esses passeios, principalmente passar pelo mato. Sabem por que? Porque no mato viviam os macaquinhos, seus amigos preferidos. Divertia-se em vê-los pular de árvore em árvore e ria-se a valer de suas caretas engraçadas. E os animaizinhos tão acostumados estavam com sua presença que, mal ele se aproximava, começavam a saltar e a guinchar estridentemente como se o estivessem cumprimentando com grande alegria.

Era natural que Pedrinho gostasse muito de ir ao mato, sempre que de lá voltasse, trazia alegria e felicidade em seu rostinho simpático.

Certa vez, porem, pai e filho retornaram a casa com os semblantes preocupados. É que papai adoecera de repente e se vira forçado a voltar mais cedo.

Não é nada, meu filho! - Dizia ele, tentando sorrir, - Amanhã estarei bom.

Mas coitado do pai de Pedrinho! No dia seguinte acordou muito mal!

Mamãe Laura assustou-se, Pedrinho também. Que fazer? O medico morava na vila, e a vila era muito distante! Alguem, entretanto, teria de busca-lo. Dona Laura pensou, pensou. Depois chamou Pedrinho e disse:

- Meu filho, papai está mal e eu não posso sair daqui. Você terá que chamar o doutor. É tão longe!

- Mas conheço o caminho e não tenho medo, mãe! - respondeu sem vacilar.

Então dona Laura abraçou o filho e, apertando-o ao peito, fechou os olhos e falou baixinho:

- Meu Deus! Proteja meu filhinho! Ele ainda é tão pequeno!

Depois beijando o menino, acrescentou:

- Lembre-se, Pedrinho, mamãe ficará pedindo a Deus, nosso Pai, que proteja você.

Pedrinho saiu e pôs-se a andar depressa, preocupado com a doença do pai.


Nisto começou a ventar forte, forte, e as nuvens do céu tornaram-se escuras, ameaçadoras.

- temporal! - murmurou Pedrinho, apressado a passo para fugir da chuva.

Mas a chuva chegou violenta, inundando tudo, encharcando tudo.

\Num instante, Pedrinho ficou com as roupas coladas no corpo, tão molhadas estavam. E o pior não era isso! O pior eram as chispas de fogo que rasgavam o céu e os trovões assustadores que reboavam por toda parte.

Pedrinho corria, corria sempre. De repente, parou. Tina a ponte! A velha ponte de madeira que estremecia ao sopro violento da ventania. Parou um momento, apenas porque se lembrou do pai que necessitava de medico e da mãe que ficara a orar. Então, meio cego pela chuva e meio tonto pelo vento, murmurou aflito:

- Pai do Céu! Preciso buscar o medico! Não me deixe ficar com medo.

E o temporal continuava. Relâmpagos... Trovões. E o vento cada vez mais forte.

Pé aqui, pé ali, o menininho avançava com cuidado, procurando, num terrível esforço, manter o equilíbrio. E enquanto avançava, repedia:

-Pai do céu! Ajuda-me!

Pedrinho caminhava e a ponte estremecia.

E assim, foi avançando, avançando. Embaixo, o rio estava agitado, batido pela fúria do vendaval.

- Ajude-me, bom Deus! Não me deixe cair no rio! - orava com voz trêmula.

Nisto, ao clarão de um relâmpago, Pedrinho percebeu que faltava pouco para chegar ao fim, e avistou, na estrada, um automóvel que se aproximava. Com mais coragem deu os passos finais, mas nesse momento, numa sacudidela mais violenta, a ponte desabou.

Pedrinho caiu! Porem, jogado pelo vento e pelo impulso da queda, caiu sobre um mato que margeava o rio. Estonteado, sem mesmo saber o que fazia, agarrou-se fortemente aos galhos das plantas. Então, em meio a tempestade, ouviu alguém que gritava:

Quem está aí?

Pedrinho gritou por socorro e, em seguida, desmaiou.

Quando abriu os olhos, estava enrolado em cobertores e deitado no automóvel que avistara da ponte.

Falou do pai doente para o senhor que o salvara. E este, depois de ouvir tudo, falou depressa, pondo o carro em marcha:

- Vamos procurar o medico! Acharemos nova estrada.

E assim fez. Encontraram o medico e o levaram a casa de Pedrinho.

Naquela mesma noite, na casinha pobre de Pedrinho, mãe e filho oravam abraçados, enquanto o pai repousava melhor.

- Muito obrigada, meu Deus! - Dizia dona Laura.

- Muito obrigada, bom Deus! - Repetia Pedrinho, lembrando-se dos pedidos que fizera, no meio do temporal, ao atravessar a velha e perigosa ponte.


autor desconhecido.

fonte Evangelização infanto-juvenil  - ciclo primário - programa B - Ed Aliança.



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