domingo, 21 de fevereiro de 2016

Francisco de Assis



         
O Menestrel de Deus

 
Refletir sobre a vida de Francisco de Assis é uma oportunidade de relembrar a época do Cristo, os momentos difíceis da idade média e o surgimento do Espiritismo na Terra, bem como nos permite avaliar o significado da paz e do amor.
Na obra “Dias Venturosos”, o espírito Amélia Rodrigues, através da mediunidade de Divaldo Franco, informa-nos que Francisco de Assis é a reencarnação de João Evangelista, que foi um dos maiores apóstolos de Jesus.
João escreveu um dos evangelhos que compõem o Novo Testamento e foi o único dos discípulos que desencarnou de forma natural, sem que tenha sido morto cruelmente. Escreveu, também, o apocalipse, que trata do período de transição planetária que estamos vivendo, não obstante esteja revestido de muita simbologia.
João conheceu Jesus quando era muito novo, por volta dos 15 anos de idade, e dedicou toda a sua vida ao evangelho. Após a crucificação do Cristo foi viver em Éfeso, onde passou a pregar a Boa Nova, tendo convidado Maria de Nazaré para morar consigo.    
É bom lembrar que João foi o único narrador do evangelho a registrar a conversa entre Jesus e Nicodemos, quando o Mestre enfatiza que é necessário nascer de novo para ver o Reino dos Céus, falando, portanto, sobre a reencarnação e sua importância na evolução espiritual da criatura humana.
De personalidade gentil e amorosa, João regressa ao cenário do mundo físico no século XII, em Assis, numa época de profunda miséria moral do ser humano, que estava distante de Deus e das propostas libertadoras do Cristo.
A Igreja Católica estava contaminada pelo luxo e pela indiferença em relação à miséria e ao sofrimento do povo, por isso Jesus o convidou a reconstruir a Igreja. Posteriormente, Francisco de Assis entenderia que o convite não era para reerguer fisicamente a igrejinha de São Damião, mas para chamar a atenção das autoridades eclesiásticas de que o amor ao próximo é a grande mensagem do Cristo para o mundo.
Dessa forma, Francisco de Assis, que renunciou a toda riqueza da família, vai com um grupo de amigos até o Palácio de Latrão, em Roma, onde viu o Papa Inocêncio III mergulhado em luxo e diplomacia, conseguindo apenas uma benção e algumas palavras de encorajamento.
Francisco de Assis prosseguiu amando e servindo a todos, inclusive os hansenianos e os desprezados do mundo. Tinha um carinho especial com a natureza, pois amava os animais e os vegetais, sendo que, em algumas situações, aqueles obedeciam as suas ordens.
A prece de Francisco de Assis é uma das mais belas e profundas, tanto que o espírito Camilo, no livro “A Carta Magna da Paz”, de psicografia do médium Raul Teixeira, além de tratar de outros assuntos, faz uma incomparável abordagem sobre a citada prece.
Num dos capítulos do livro, Camilo destaca o trecho “Senhor, faze de mim um instrumento da tua paz”.
Diz o benfeitor que o trecho “faze de mim” reflete o nosso desejo de ofertar o melhor para o próximo e para a vida, tratando-se, dessa forma, de uma decisão íntima, uma vez que não há como impor tal forma de agir a ninguém.
Camilo ainda assevera que ao usar o termo “um instrumento”, Francisco de Assis desejava somar e não ser o único a trabalhar em favor da paz, senão teria dito que ansiava por ser o instrumento da paz.
Assim sendo, a rogativa de Francisco de Assis mostra-se atual e pertinente, porque nestes dias difíceis necessitamos converter nossa vida num evangelho de feitos com o escopo de conquistar a verdadeira felicidade e aliviar o sofrimento alheio, e, para isso, temos que despertar para o convite do Cristo e decidirmos lucidamente em sermos um instrumento da paz, no lar, no ambiente profissional e na vida social.
Na obra “A Carta Magna da Paz”, Camilo também traz à baila uma observação significativa, ao mencionar o método da contestação franciscana.
Diz ele que Francisco de Assis discordava de muitas coisas, mas nunca adotou posições violentas, críticas verbais dissolventes, acidez no trato com seus irmãos de caminho, nenhum anátema, mas contestava com a criação de alguma coisa nova. Dessa maneira, não maldiz, não pragueja os ricos: vive com pobre. Não promove ruptura com a igreja, cheia de equívocos: trata de viver no seu bojo toda a luz e todo o vigor aprendido no Evangelho de Jesus. Não instiga uma classe contra outra: propõe condições de vida em que qualquer luta de classes deixa de ter sentido.
Deveremos adotar essa postura pacífica (contestar agindo no bem), de forma que ao discordarmos de algo, não precisamos ser violentos, rudes, maledicentes, basta dar o exemplo pessoal, agindo de forma correta, elevada e pautada pelo amor, sem a presunção de mudar o próximo, mas para a edificação da plenitude interior.
Nesse período de transição planetária, o vigor do exemplo pessoal, da fidelidade ao evangelho terá mais efeito do que discursos e palavras.   
Francisco de Assis tinha o corpo frágil, contraiu malária e hanseníase, ficou cego, experimentou a fome por conta dos jejuns e da falta de alimentos, mas, como registra o espírito Joanna de Ângelis, no livro “Liberta-te do Mal”, suportou tudo com paz, cantando louvores a Deus e aos Irmãos da Natureza, certamente para nos ensinar a conduta ideal perante o sofrimento.
Seu espírito iluminou a grande noite da idade média, convidando-nos a uma vida simples e com pureza no coração.
Ao desencarnar em 4 de outubro de 1226, Francisco de Assis murmurou: Fiz o que me cabia. E após suave pausa entrecortada pela respiração débil, concluiu: Que Cristo vos ensine o que vos cabe. As Irmãs cotovias, algumas das quais ouviram-no cantar a Palavra um dia no passado, fizeram-se presentes com outras, alegres com a libertação de Francisco, voando em círculos sobre a choupana modesta em que ele se encontrava na amada Porciúncula. (Narrativa de Joanna de Angelis na obra “Liberta-te do Mal”).   
Com o objetivo de minimizar o sofrimento da criatura humana, Francisco de Assis opta por participar de um grande momento da Terra, qual seja, a vinda da religião espírita.
Ao compulsar o item “prolegômenos” do Livro dos Espíritos, vemos os nomes de alguns notáveis espíritos que participaram da codificação da doutrina espírita, dentre eles, São João Evangelista.
Nas recentes obras de Divaldo Franco, o espírito Philomeno de Miranda descreve algumas admoestações de Francisco de Assis proferidos no mundo espiritual, que, dentre as inúmeras atribuições, tem auxiliado na expansão da doutrina espírita.
Cabe-nos refletir sobre a vida desse notável espírito, trabalhador incansável do evangelho.

Por essa razão, Joanna de Ângelis, na citada obra, homenageia-o com o título “Menestrel de Deus”, que significa poeta medieval de Deus, haja vista que depois de Jesus, Francisco de Assis foi quem mais conseguiu viver o sentimento do amor, sendo para nós a expressão da simplicidade e da paz.   
        
ALESSANDRO VIANA VIEIRA DE PAULA 
 



Humberto de Campos: o homem, o escritor, o amigo

 
      
Em cada alma pulsa uma predileção; em Humberto de Campos, a sabedoria com as palavras.


Os acontecimentos lhe renderam muita história a ser escrita começando pela do cajueiro de quando era menino. E como todo menino um dia se transforma em homem, surgiu o grande escritor, o grande cronista.

Humberto também criou pseudônimos; o primeiro foi o Conselheiro XX e, por força de uma circunstância, surgiu o Irmão X.

Como cada alma possui fases, Humberto de Campos também as viveu. Teve a fase de escrever sem quase conseguir manter nem a comida; depois, com certa mudança de estratégia, iniciou nova fase, com uma maneira de expor negativamente sem muito pensar.

Para tudo existe apoio, tanto para o progresso, como para o atraso, mas quando a evolução não é a tônica, tende a ficar demasiado desgastante. E foi o que ocorreu com essa fase: o dinheiro e o reconhecimento vieram, mas, se este é ilusório, não preenche a essência da alma.

Ele voltou-se então para si; buscou algo que lhe trouxesse o propósito para o coração. Começou pela forma de mensagens mais amorosas e, a partir disso, levou alento a tantas pessoas por meio de suas crônicas e respostas às cartas dos leitores. E quando nos sentimos assim é porque, de alguma forma, estreitamos os laços com o Criador, pois Deus é amor e representa o mais nobre sentimento que um ser é capaz de experienciar.

Humberto, que ficara parcialmente cego, sem que nenhum dos recursos por ele tentados fosse capaz de lhe restaurar a luz na vida terrena, depois de sua desencarnação compreendeu a verdadeira realidade e, então, a luz lhe surgiu como a janela que se abre num vasto campo numa manhã de primavera.

Quando a verdade visita o coração, a vida passa a ter sentido, pois se a alma não é deste plano, o sentido absoluto só pode vir da verdade do ensinamento de Jesus que  dizia: “O meu reino não é deste mundo”. E Humberto, após breves três meses de seu passamento, voltou ao cenário do mundo literário por meio do médium Francisco Cândido Xavier, trazendo-nos suas crônicas de além-túmulo que muito sacudiram as opiniões, conquanto seu definido objetivo fosse trazer luz para caminhos melhores aos ainda encarnados.

O espírito Humberto de Campos, com palavras fraternas e instrutivas, renovou aos brasileiros e aos leitores interessados que a bondade é força preponderante para a evolução, que a humildade e a honestidade dignificam a pátria terrena e a espiritual, que a fé e a determinação na nova vida devem estar presentes tanto em tempos felizes quanto nos difíceis dias, que o desânimo e a descrença jamais devem ser capítulos cinza nas páginas do livro de nossa história, que a luz do Mestre Jesus ilumina a estrada do progresso e que o “Brasil, coração do mundo, pátria do evangelho” possa quanto antes ser a estrela abençoada a guiar os que aqui se encontram e abrigar com amor, doçura e sabedoria os vindouros irmãos necessitados de amparo e luz.

Recolhendo-se ao anonimato, por razões de força maior, continuou, sob o pseudônimo de Irmão X, o nobre trabalho com suas palavras esclarecedoras e amorosas, presentes nas crônicas de louvor pela vida, a ecoar nos corações que ainda pouco conhecem a mensagem bondosa e fortalecendo os que já encontraram o início do aprazível brilho do céu.
 

Influenciar para o bem


              
“Enche-te, pois, de calma e bom ânimo, em todas as situações.”
                  Emmanuel, no livro “Fonte Viva”, item 61 - Francisco C. Xavier
       

Dentro do contexto social em que vivemos, seguidamente influenciamos o meio onde atuamos e somos também influenciados por ele.

Desde o nosso despertar, estamos recebendo uma gama infinita de informações e apelos que vão, paulatinamente, determinando as nossas ações durante as horas do dia.

Geralmente no café da manhã já estamos de posse dos jornais, cujas notícias exercem notável influência sobre o pensamento que estamos elaborando. Assim também atua o rádio e a televisão com o noticiário que divulgam.

Dessa forma, ao sairmos para o trabalho, ou mesmo ao iniciarmos nossas atividades domésticas, já recebemos uma grande quantidade de fatores de influência e, quando vacila a criatura, não tendo firmeza quanto aos seus pontos de vista, opiniões etc., a partir deste instante poderá permitir que suas ideias e mentalizações tomem rumos ignorados e imprevistos.

A notícia de uma tragédia ou de um acontecimento mais triste poderá, dependendo do indivíduo, determinar qual será sua conduta pelas horas do dia, geralmente contribuindo para que seus momentos sejam de desequilíbrio e infelicidades, bem como também as informações otimistas, alegres poderão ajudá-lo a desfrutar de momentos num clima de festividade e equilíbrio emocional.

Diante, portanto, dessa insofismável realidade é imprescindível que cada um de nós, dentro dos recursos de que dispomos, venhamos a censurar as informações e noticiários que iremos absorver, pois que eles, sem dúvida, exercerão sensíveis influências sobre o nosso comportamento.

Aconselhável então, pela manhã, a feitura de uma prece, pois através dela manteremos ligações mentais com as forças do bem; a leitura de páginas edificantes e confortadoras; a absorção de noticiário equilibrado, despido de sensacionalismos e vibrações de baixo teor, pois agindo com cuidado na seleção de nossos fatores de influência, estaremos mais seguros para caminhar com acerto e determinação.

Idêntico cuidado deveremos observar, também, quando vamos dormir, pois o corpo necessita de descanso para a necessária reposição de forças; já nós, Espíritos, deixamos a vestimenta carnal e prosseguimos as nossas atividades fora da matéria, e, também, carregaremos conosco as últimas impressões do dia, que poderão ser boas ou más, o que, obviamente, determinará a qualidade da nossa noite.

Mas se somos influenciáveis, é muito natural que, de nossa parte, também exerçamos influências nos outros.

Também nesse caso, devemos tomar muito cuidado para verificar o que estamos ofertando aos nossos irmãos do caminho. Estaremos dando a eles otimismo e esperança? Dardejando mensagens de trabalho e perseverança? Grassando exemplos de honestidade e honradez?

Disse-nos Jesus que não devemos oferecer ao próximo aquilo que não queremos para nós mesmos. Assim sendo, se não queremos receber más influências, por parte dos nossos irmãos, também é obvio que não devemos exercer influências infelizes sobre eles.

Aconselhável será sempre que, ao passarmos pelas estradas da vida, possamos deixar nela os rastros da esperança, da alegria, do amor, da fraternidade, da solidariedade, do perdão e do idealismo.

Já que queremos colher boas influências, convém que aos outros ofertemos influências edificantes.
 
WALDENIR APARECIDO CUIN
 
http://www.oconsolador.com.br/ano9/453/ca8.html
               

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Um Minuto com Chico Xavier

Em programa de televisão preparado em homenagem ao Chico Xavier com a presença de vários artistas da emissora, destacamos uma questão elaborada por Carlos Eduardo Dolabella acerca do humor no mundo espiritual.
Carlos: Chico, e os seus amigos lá de cima, será que tem momentos de humor?
Chico: Os nossos amigos espirituais possuem os momentos de humor onde a gente observa com muito interesse e com muita alegria. O Dr Bezerra de Menezes foi médico na Terra, um grande chefe político e um espírita de grande dignidade. Eu vou contar uma historinha que aconteceu comigo mesmo, há tempos.
Ele é sempre muito atento às suas responsabilidades, médico sempre interessado em ajudar os enfermos e sempre utilizou a prece e o otimismo para o socorro aos semelhantes em determinadas orientações às pessoas necessitadas. Achava-me numa série crise de labirintite quando, ao vê-lo junto de mim, pedi quase desesperado: Dr Bezerra, rogo ao senhor que auxilie; eu estou passando muito mal, com muita dor, mas vou dizer ao senhor, como gente eu não estou pedindo, porque como gente o senhor sabe que estou sofrendo, agora peço ao senhor na condição de besta.
Façamos de conta que eu estou fazendo parte de uma carroça de trabalho, para mim preciosa, que é a mediunidade. Eu preciso voltar para minha carroça, doutor. Tem dó desta besta, que sou eu, como pessoa humana eu não mereço, mas como besta eu quero trabalhar.
Tenha paciência, me ajude. Ele sorrindo disse: - "Como besta? O que é então que eu sou?"
Eu falei: O senhor é um veterinário de Deus.
Então, ele deu uma gargalhada! Hahaha...

Extraído do programa "sexta-super"da TV Globo, Rio de Janeiro, RJ, levado ao ar na noite de 23/5/1980, sob a direção de Augusto César Vannucci e com o nome de "Chico Xavier Especial". Transcrito do Anuário Espírita 1981, Ec IDE, Araras, SP, pp, 143/150.
Do livro "Entender conversando", de Emmanuel e Francisco Cândico Xavier.

 
 
 
 
            


A bênção de um lanche

 
Certo dia, durante o recreio na escola, Caio estava com seu amigo Olívio. Ambos, com os lanches nas mãos, comiam e conversavam.
Nessa hora, chegou um colega deles e acomodou-se ali perto. De vez em quando o garoto olhava para Caio e Olívio, com olhos famintos. Ele nada tinha para comer e estava com fome. Olívio, que mal havia começado a comer seu sanduíche, repartiu o lanche em dois e estendeu a mão, entregando uma metade ao colega:
— José, eu não estou com fome. Aceita dividir comigo este sanduíche? Se eu voltar para casa com ele, mamãe ficará triste, pois foi ela quem o fez.
Com tímido sorriso, José aceitou contente:
— Obrigado, Olívio. Deve estar uma delícia! Deus lhe pague!
E, agarrando o seu pedaço de sanduíche, José comeu-o rapidamente, depois agradecendo de novo, satisfeito foi lavar as mãos no bebedouro.
Carlos, que viu a atitude de Olívio com espanto, aproveitou que José se afastara, para repreender o colega:
— Olívio, por que repartiu seu lanche com aquele moleque? Afinal, ele não trouxe lanche e ainda comeu metade do seu! Não gosto de gente que se aproveita dos outros! Se ele estava com fome, por que não trouxe lanche?!...
Mas Olívio, ouvindo as palavras duras de Carlos, respirou fundo e respondeu:
— Carlos, eu conheço José. Ele é de família pobre, mas muito boa. Não traz lanche porque não tem nada em casa, entende? Então, quando isso acontece, não me incomodo de repartir meu lanche com ele. Antes de sair de casa, tomei um bom café da manhã e a metade de um sanduíche não me fará falta, pode acreditar.
Ao ouvir a explicação de Olívio, Carlos abaixou a cabeça, envergonhado por ter sido tão duro com um colega que era mais pobre do que ele. Logo tocou o sinal e eles voltaram para a classe, porém Carlos não conseguia esquecer o que Olívio tinha dito; as palavras do amigo ficaram martelando em sua cabeça.
Ao retornar para casa, Carlos continuava sem esquecer o que ouvira do colega. Não sabia que José fosse tão pobre e sentiu-se mal diante de sua própria conduta.
Ao deitar-se, fechou os olhos e a imagem de José apareceu à sua frente, fazendo-o lembrar-se de um dia, quando levara dois carrinhos de ferro à escola, destes que são importados, imitação de modelos idênticos aos verdadeiros. Notou que José não tirava os olhos dos carrinhos, encantado. Porém, não o deixou nem tocar nos brinquedos.
Agora, ali deitado, sentia-se envergonhado de sua atitude. Chorou por ter agido daquela maneira com José. E após resolver mudar de atitude com o colega, finalmente adormeceu.
No dia seguinte, Carlos levantou-se animado. Não precisou nem sua mãe vir chamá-lo. Tomou banho, vestiu-se e sentou-se para fazer a primeira refeição. Pediu para a mãe fazer um sanduíche a mais, bem gostoso, e dois sucos. Ela fez como ele pedira e disse:
— Nossa, meu filho! Pelo jeito, você amanheceu com fome!
— Não, mamãe. É para reparar um erro meu. Depois eu lhe conto. Tchau!...
— Vá com Deus, meu filho!...
Chegando à escola, Carlos estava radiante. Todos notaram a diferença nele sem saber a razão. Até a mestra viu-lhe a boa disposição, pois em geral ele era mal-humorado.
Na hora do recreio, ele correu para fora com seu amigo Olívio, e chamou José para ir junto. Encontraram um lugar bem tranquilo debaixo de uma árvore. Carlos pegou um dos sanduíches e entregou-o a José, que estranhou a atitude do colega.
— Não se preocupe, Carlos. Não estou com fome, acredite.
— Trouxe este sanduíche para você, José. Foi mamãe quem fez e deve estar muito bom. Prove-o! Ah! E tem também um suco para você! – Carlos respondeu com um sorriso.
 
De olhos arregalados, José olhou o sanduíche que estava em uma das mãos, o suco na outra, e os olhos brilharam de alegria. Depois, com voz tímida, perguntou:
— Carlos, você se incomoda se eu comer só a metade do lanche e tomar metade do suco?
— Não, faça o que quiser. Eu os trouxe para você!
— Ah, agradeço-lhe. É que eu
tenho um irmão de três anos que fica em casa e que não tem o que comer; eu gostaria de repartir meu lanche hoje com ele.
Carlos engoliu em seco, com vontade de chorar ao ouvir José falar do irmãozinho, e respondeu:
— Faça o que quiser com seu lanche.
Depois, lembrando-se dos carrinhos que trouxera e estavam no seu bolso, Carlos sorriu e lhe disse:
 
— Então, se você tem um irmãozinho, tenho uma coisa de que ele vai gostar! — disse e tirou do bolso das calças os dois carrinhos, novos e reluzentes, entregando-os ao colega, que não podia acreditar diante de tamanha maravilha.
José ergueu-se de onde estava e pulou no pescoço de Carlos, agradecendo-lhe pelos presentes. Depois explicou, em lágrimas:
— Eu estava triste porque hoje é aniversário de meu irmãozinho e nada poderia lhe dar. Agora, tenho o lanche e ainda levarei os carrinhos para ele, como presente seu, Carlos!...
Naquele momento, Carlos entendeu por que Jesus nos convida em suas lições para fazermos o bem ao próximo. Não há alegria maior do que sentir-se útil a alguém e receber sua gratidão, que atinge no coração quem faz o bem.
Olívio, que observava Carlos, espantado pela mudança que se operara nele, sorriu satisfeito, e Carlos notou. Então, ele disse ao colega:
— Graças a você, Olívio, neste dia, eu recebi minha maior lição sobre o Evangelho de Jesus. Obrigado, amigo!...  
MEIMEI 
(Recebida por Célia X. de Camargo, em 26/10/2015.)    

                                                   

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Culto Individual do Evangelho

 
 
Nem sempre encontrarás a colaboração precisa ao Culto do Evangelho no templo familiar.
 
Por vezes, será necessário esperar o amadurecimento dos companheiros que se mostram semelhantes à folhagem viçosa nas robustas frondes da vida, incapazes de perceber a glória da frutificação no futuro.
 
Ainda assim, procura a intimidade do Mestre e, sozinho embora, sintoniza-te com Ele, através da Leitura Divina.
 
Realmente, por agora, és parte integrante do grupo consanguíneo, mas, no fundo, és o irmão da Humanidade inteira, com obrigações de seguir para a frente.
 
Todos somos peregrinos da eternidade, em trânsito para a Vida Superior.
 
Cada situação no círculo das formas, em que experimentamos e somos experimentados, é simples posição provisória.
 
Lembra-te de que o dia será a inevitável arena do testemunho e, ao longo das horas, encontrarás mil alvitres diferentes.
 
É a cólera pretendendo insinuar-se através do teu campo emotivo.
 
É a dor que tentará subtrair-te o ânimo.
 
É a ventania das provas, buscando apagar-te a fé vacilante e humilde.
 
É o verbo desvairado que te visitará nas bocas alheias, concitando-te a esquecer as melhores conquistas espirituais.
 
É a revolta que projetará fel sobre a tua esperança.
 
É a insubmissão do próprio “eu” que te criará dificuldades inúmeras.
 
É a vaidade que te repetirá velhas fantasias acerca de tua superioridade inexistente.
 
É o orgulho que te apartará da fraternidade legítima.
 
É a preguiça que te fará acreditar no poder da enfermidade sobre a saúde e do desalento improdutivo sobre a alegria edificante.
 
É a maldade que te inclinará a palavra ao julgamento leviano ou apressado, no intuito de arrojar-te às trevas.
 
Recorda semelhantes inimigos que nos desafiam constantemente, na luta sem quartel da evolução e do aperfeiçoamento, e, no culto individual da Boa Nova, grava em ti mesmo as observações do Mestre Divino, anotando-lhe os conselhos e avisos e tomando as armas da compreensão e do bem para lutar dignamente, cada dia, na abençoada conquista do futuro glorificado e sem fim.
 
Do livro Instrumentos do Tempo, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
 
 


 

Crianças Muito Exigentes

Sempre fazemos o nosso melhor na educação de nossas crianças. E muitas vezes não entendemos porque não conseguimos ajuda-las com certas atitudes, certa manias e sentimentos que a fazem "sofrer", e não só a ela, mas a todos com quem convive.

Daniela Freixo de Faria, psicóloga infantil possui vários vídeos gravados sobre como ver essa situação, como lidar e como falar com a criança, auxiliando-a no viver a vida, com entendimento e com o uso da razão.

Elaine Saes


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