domingo, 7 de outubro de 2018

CONDIÇÕES DA CRIANÇA


As condições de aprendizado da criança variam numa escala progressiva, segundo o seu desenvolvimento psicossomático. Determinar uma idade-limite em que essas fases se sucedem é temerário. As escalas ontogenéticas são bastante flexíveis, mas no campo específico da psicogenética verifica-se uma continuidade ente a percepção e o desenvolvimento da representação (pag 13)

 No tocante ao desenvolvimento da linguagem, diz René Hubert, ela acompanha o desenvolvimento da inteligência. A inteligência infantil se manifesta progressivamente, passando da fase sensória-motora para a fase prática, desta para a representativa e desta para abstrata. Mas está sempre atuante no desenvolvimento orgânico e psíquico. (pag.13) 

Enfrentando o problema na posição materialista, podemos negar à criança a capacidade de compreensão de certos princípios abstratos,mas, enfrentando-o numa posição espírita, teremos de admitir suas possibilidades latentes. (pag. 13) 

É preciso, porém, lembrar que a evangelização da infância não é nem pode ser feita em termos de pura abstração, o que seria um ilogismo. Daí o apelo muito justo e pedagógico às historietas figuradas. (pag.14) 

Trata-se de uma técnica audiovisual de inegável eficiência e seu objetivo não é a transmissão dos princípios doutrinários, mas o despertar da criança para a compreensão de realidades que ela já traz no inconsciente, na memoria profunda que guarda as vivência do passado. (pag. 14) 

A função da historieta é a mesma da maiêutica de Sócrates e lembra o acordar da reminiscência platônica na mente do Espírito encarnado.(pag.14) 

Essa função corresponde precisamente ao objetivo real da educação, que não é transmitir ensinamentos, mas predispor a mente a recebê-los através da instrução e assimilá-los na formação cultural. Por isso, a evangelização da criança não pode ser encarada como ato de imposição ou de violência. Nenhuma aula de evangelização espírita impõe dogmas de fé nem pretende realizar a internalizaçao dos princípios espíritas. Sua finalidade é o contrário: despertar na criança as suas forças interiores e fazê-las aflorar no plano da consciência. O que se pode é enriquecer essas aulas com as contribuições do Método Montessori, criando um ambiente estimulante e juntando às historietas outros elementos sensoriais, de acordo com as faixas etárias dos alunos. Os trabalhos de Maria Montessori e sua teoria educacional corresponde em grande para às aspirações e objetivos da evangelização espírita das crianças. (pag. 14)
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Extraído do livro Pedagogia espírita - Herculano Pires

http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html

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