sexta-feira, 19 de agosto de 2022

AMOR

 

 

Um novo mandamento vos dou:  que vos amei uns aos outros. Jesus

 


 

Fala-se muito em amor atualmente, nas novelas, no cinema, em toda parte.

Filhos, neste mundo em que vivemos muita coisa, mas muita coisa mesmo tem-se feito em nome do amor. Muitas vezes estas coisas não são corretas; confunde-se muito a palavra AMOR. Sabem, houve uma época em que se faziam guerras “por amor a Jesus”. Muito sangue e muitas lágrimas foram derramadas “em nome de Deus”.

Meus filhos, Deus é amor. E o amor é uma coisa muito bonita, alegre e forte. Diz-se que é possível “matar por amor”. Que coisa feia, vocês não acham? Como pode alguém que ama de verdade, matar, destruir, ferir a pessoa que ela ama?!

Olhem, para vocês entenderem melhor, eu vou contar uma história.

Vocês gostam de histórias, não é mesmo? Pois bem, então ouçam.

Rita ficara órfã aos cinco anos de idade. Era uma menina magrinha miudinha. Não era muito bonita, mas era simpática. Tinha sempre um sorriso alegre para todos, e seus olhos refletiam uma alma boa e sincera, embora um pouco triste e sonhadora. Ela tinha ainda mais seis irmãos maiores do que ela; Rita era a caçula da família. Desde pequena aprendera a trabalhar e ajudar a irmã mais velha que cuidava da casa. Todos gostavam da Rita. De manhã arrumava a casa direitinho, enxugava a louça do almoço, e depois ia à escola. O grande sonho de Rita era ser médica. Mas, como pagar os estudos? A família era tão pobre! Com o tempo, como Rita era inteligente, conseguiu uma bolsa de estudos. Quando sobrava um tempo, ela fazia bordados, e com isso ganhava dinheiro para as despesas escolares, e ainda ajudava a família.

O pai, que se tornara um homem triste desde que a esposa falecera, sentia-se orgulhoso da Rita. Costumava dizer:

- Esta menina tem fibra, vai longe!

Assim trabalhando e estudando, Rita tornou-se uma moça delicada, querida por todos.

Através de uma entidade filantrópica conseguiu uma bolsa de estudos que lhe permitiu ingressar na faculdade de medicina.

Rita estudou e trabalhou muito. No último ano de estudos, Rita dava a todos muito amor, muito carinho. Gostava mesmo era de tratar dos velhinhos. Coitados! Estavam sempre tão tristes carentes de carinho! Pareciam crianças grandes!

Rita havia conhecido um moço, colega de faculdade, que se chamava Ronaldo. O moço era igualmente de origem humilde. ‘

Ronaldo era ambicioso, isto é, queira formar-se logo para ganhar dinheiro e ser rico. Costumava dizer à Rita:

- Sabe, eu quero ganhar muito dinheiro e ser rico logo, assim nós poderemos ter a nossa casa, um carro, para podermos passear, enfim, para podermos gozar os prazeres da vida!

Rita costumava olhá-lo preocupada e respondia:

- Ronaldo, o dinheiro não é tudo na vida de um casal. Para mim o mais importante é o amor. Só o amor constrói a felicidade!

- É, mas sem dinheiro, o amor acaba logo, meu bem! Quando o estômago está vazio, quando temos preocupações financeiras, tchau amor! Tchau amor!

- Ronaldo, não seja tão materialista assim! O verdadeiro amor é um sentimento do nosso espírito, da nossa alma, independente das coisas físicas!

- Ora, ora Rita, corta essa! Acorda mulher, você está sonhando demais criatura! Acorda, desperte para a realidade!

- Então, Ronaldo, você não me ama de verdade!

- É claro que sim! Ora essa, por que você acha que não?

- Porque você só gosta do meu físico, da minha aparência exterior, não da minha alma!

Ronaldo olhou-a surpreso e embaraçado.

- Ora... Eu gosto muito de você como você é assim charmosa, simpática, com este corpinho bem feito, saudável. Quanto a sua “alma”, nunca pensei nisto! Acho isto de “espírito”, “amor de almas”, uma coisa de há muito superada! Hoje, o que conta é aquilo que se vê, que se sente, o que é concreto, não as coisas ditas “espirituais” que são duvidosas e abstratas!

- Que horror, Ronaldo! Você é materialista, só crê nas coisas físicas, não espirituais?!

- sou realista, apenas isto! A ciência abre-nos os olhos para as coisas reais, palpáveis, verificáveis através de provas de experiências de laboratório! Você sabe disto tão bem quanto eu!

- Você vê as coisas por um lado, o material, o físico. Mas além do mundo das sensações físicas existe outro mundo, muito mais importante e real, o mundo espiritual, o mundo dos sentimentos e eternos. Bem entendido, quanto se trata de bons sentimentos, do amor. O amor não é apenas “sensação física”, mas sim, um sentimento que vem da nossa alma, do nosso espírito eterno e imortal!

Ronaldo sorriu, e dando o assunto por encerrado, abraçou-a dizendo:

- Chega de filosofia por hoje, tá?

Rita tratava com carinho e interesse os doentes que a procuravam, quer fossem ricos, que pobres. Para todos tinha uma palavra de carinho, de estímulo e interesse.

Ronaldo igualmente tratava bem a todos, mas aos ricos dispensava maior atenção e interesse.

O tempo foi passando, entre estudos, trabalho e sonhos.

Certa tarde de outono Rita encontrava-se como de costume, nas dependências do hospital-escola, atendendo velhinhos cheios de problemas reais e imaginários, quando uma colega entrou apressada na sala:

- Rita, Rita! Você já soube o que aconteceu com o Ronaldo?!

- Não! O que foi?! – responde ela, impressionada com a atitude alarmada da colega.

- Ele foi atropelado ao atravessar uma rua.  Um carro desgovernou-se, subiu na calçada e apanhou Ronaldo em cheio!

- E ele está muito ferido?! Pelo amor de Deus, responda! – exclamou Rita pálida e trêmula.

- Não sei. Acabou de dar entrada lá embaixo! Levaram-no diretamente para a sala de cirurgia!

- Meu Deus! – exclamou Rita e abandonando às pressas a sala, deixando atônito e preocupado o velhinho que estivera consultando, dirigiu-se à sala de cirurgia. Lá chegando, encontrou Ronaldo já sob efeito de anestesia, prestes a ser operado. Consultou o médico, e este opinou:

-Sossegue Ronaldo não corre perigo de morte. Todavia...

- Todavia o que?!

- ficará paralítico. Faremos o possível, mas... Infelizmente ele não vai mais poder se locomover. Vamos operar a fratura exposta na perna, porém, a coluna vertebral foi seriamente atingida, e esta não tem jeito nem conserto!

- Mas, viverá?!

- Oh sim, quanto a isto nada há a temer!  Ele é jovem e vigoroso, e logo se recuperará!

Mais aliviada, Rita assistiu a cirurgia até o final. Tudo transcorreu normalmente, e Ronaldo foi levado ao quarto. Após alguns dias, foi se recuperando pouco a pouco. A noiva cercava-o de todo carinho e atenção. Nada mudara em sua atitude para com o rapaz.

Entretanto, Ronaldo tornou-se triste e desanimado. Através dos conhecimentos médicos que possuía, ao inteirar-se de sua situação clínica, compreendeu imediatamente sua situação futura de paraplégico. E isto o enchia de uma angústia, de um desespero e revolta sem fim. Vivia amargurado. Mesmo recebendo todo o amor e carinho da Rita, nunca sorria, mas uma eterna sombra de melancolia e tristeza cobria-lhe o rosto.

Certo dia, quando Rita lhe segurava carinhosamente as mãos, retirou-as encarando-a com um olhar gelado e disse:

- Rita precisa dizer-lhe algo muito importante: nosso noivado está desfeito! Você está livre para procurar outro companheiro que a faça plenamente feliz, e que realize todos os seus sonhos de mulher. Eu já não os posso realizar, estou paralítico!

Surpresa, Rita respondeu:

- Você duvida do meu amor, não é isto?

- Não, Rita, não torne as coisas mais difíceis para mim! Que futuro eu poderia dar-lhe, que prazer lhe proporcionaria, como paralítico? Você certamente não quererá prender-se por toda a vida a um prisioneiro de cadeira de rodas, não é?!

- Ronaldo, você se lembra daquela nossa conversa “filosófica” sobre o amor? Lembra-se, você achava que o amor era apenas físico, um atributo do nosso corpo, e não da nossa alma?

Ronaldo emudeceu, assentindo com a cabeça.

- Pois bem, aqui está uma oportunidade para você pensar mais profundamente no problema! Quero dizer-lhe uma coisa, igualmente importante quando o amor é mesmo AMOR de verdade, sabe superar todas as dificuldades que surgem. A verdadeira felicidade, meu querido, está na comunhão espiritual das pessoas. O verdadeiro amor é de alma para alma, de coração para coração. Eu te amo muito, muito mesmo! Sua atitude, querendo dissolver o compromisso assumido é uma atitude nobre, a verdadeira felicidade e amor. Hoje em dia a ciência moderna já tem provas irrefutáveis da existência da alma, e mesmo os mais materialistas, como os russos, já se curvam ante a evidência dos fatos. Nós somos ESPÍRITOS, almas imortais, meu querido, e o amor é um atributo dele. Não vou me separar de você, jamais! O aceito assim como você está, se você assim concordar!

Surpreso e emocionado, Ronaldo começou a chorar.

_ Oh Rita, Rita! No íntimo eu não queria perder você! Foi muito duro para eu tomar a decisão que tomei!

- Eu sei! Tenha a certeza de que nada mudou entre nós!

- Você tem mesmo certeza de que me aceita tal qual estou?!

- Plena!

Ronaldo e Rita casaram-se. Ronaldo modificou sua atitude; tornou-se um moço alegre, bondoso e humano.

O casal de médicos era muito querido por toda a grande clientela, pois todos eram tratados com muito amor e carinho.

Ronaldo aprendera a lição; o amor não é um atributo físico do nosso corpo, mas sim do nosso espírito. Trocando energias espirituais de amor, ambos nutriam-se e amparavam-se mutualmente, vivendo uma vida cheia de felicidade e ternura.

 

FILHOS: A MAIORIA confunde AMOR com paixão, desejo egoístico de possuir a pessoa que diz amar. Por isto mesmo costumam dizer MEU marido, MINHA mulher, achando que o companheiro ou a companheira lhes pertence exclusivamente. Ninguém pertence a ninguém; todos somos livres e temos o livre-arbítrio para sermos COMPANHEIROS, irmãos e amigos uns dos outros. Por isto já o apostolo Paulo dizia em sua carta: “o amor não é violento, é manso, tudo compreende, tudo suporta”.

A maioria das uniões trata-se de pessoas que foram unidas para “um acerto de contas”, pessoas com problemas de encarnações anteriores, que o infinito amor de Deus permitiu que se unissem, para “passar uma borracha nos erros do passado”, transformando desacertos e ódios em amor.

Seguindo a norma ensinada por Jesus: “amai-vos uns aos outros” nos tornaremos pessoas verdadeiramente felizes, e modificaremos este mundo de sofrimento e incompreensões no qual vivemos num mundo de felicidade e paz verdadeira.

Só o amor verdadeiro, que brota de nossas almas, torna o homem verdadeiramente “Homem” e plenamente realizado. Isto Jesus não apenas nos ensinou com palavras, mas com o exemplo, amando a todos durante toda a sua vida, até a morte na cruz, quando perdoou seus algozes porque “não sabiam o que estavam fazendo”.

 

 Livro Cartilha da Sabedora – Wilma Stein pelo espírito Vovô Sabino.

 

 

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