Em
uma reunião de pais, numa escola da periferia, a diretora incentivava o apoio
que os pais devem dar aos filhos. Pedia-lhes, também, que se fizessem presentes
o máximo de tempo possível.
Ela
entendia que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhassem
fora, deveriam achar um tempinho para se dedicar e entender as crianças.
Mas
a diretora ficou muito surpresa quando um pai se levantou e explicou, com seu
jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo,
durante a semana.
Quando
ele saía para trabalhar, era muito cedo e o filho ainda estava dormindo. Quando
voltava do serviço era muito tarde e o garoto não estava mais acordado.
Explicou,
ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família.
Mas
ele contou, também, que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o
filho e que tentava se redimir indo beijá-lo todas as noites quando chegava em
casa.
E,
para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que
o cobria.
Isso
acontecia, religiosamente, todas as noites quando ia beijá-lo. Quando o filho
acordava e via o nó, sabia, através dele, que o pai tinha estado ali e o havia
beijado.
O
nó era o meio de comunicação entre eles.
A
diretora ficou emocionada com aquela história singela e emocionante.
E
ficou surpresa quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores
alunos da escola.
* * *
O
fato nos faz refletir sobre as muitas maneiras de um pai ou uma mãe se fazer
presente, de se comunicar com o filho. Aquele pai encontrou a sua, simples mas
eficiente.
E
o mais importante é que o filho percebia, através do nó afetivo, o que o pai
estava lhe dizendo.
Por
vezes nos importamos tanto com a forma de dizer as coisas e esquecemos do
principal, que é a comunicação através do sentimento.
Simples
gestos como um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam, para aquele filho,
muito mais que presentes ou desculpas vazias.
É
válido que nos preocupemos com os nossos filhos, mas é importante que eles
saibam, que eles sintam isso.
Para
que haja a comunicação é preciso que os filhos ouçam a linguagem do
nosso coração, pois em matéria de afeto os sentimentos sempre falam mais alto
do que as palavras.
É
por essa razão que um beijo, revestido do mais puro afeto, cura a dor de
cabeça, o arranhão no joelho, o ciúme do bebê que roubou o colo, o medo do
escuro.
A
criança pode não entender o significado de muitas palavras, mas sabe registrar
um gesto de amor.
Mesmo
que esse gesto seja apenas um nó. Um nó cheio de afeto e carinho.
E
você? Já deu algum nó afetivo no lençol do seu filho hoje?
* * *
Se
você é um desses pais ou dessas mães que realmente precisam se ausentar do lar
para prover o sustento da família, lembre-se que você pode encontrar a sua
própria maneira de garantir ao seu filho a sua presença.
Você
pode encontrar um jeito de dizer a ele o quanto ele é importante na sua vida e
o quanto você o ama.
Mas
lembre-se da linguagem do coração. Dessa linguagem que pode ser sentida, apesar
da distância física.
E
procure apertar os laços do afeto, pois estes são os verdadeiros elos que nos
unem aos seres que amamos.
Pense
nisso, mas, pense agora!
Redação do
Momento Espírita com base em texto de autoria ignorada.
Disponível no livro Momento Espírita v. 2, ed. Fep.
Em 18.10.2010
Agradecimento a querida Andrea Cinachi Torres
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