terça-feira, 11 de setembro de 2012

Nó do Afeto


Em uma reunião de pais, numa escola da periferia, a diretora incentivava o apoio que os pais devem dar aos filhos. Pedia-lhes, também, que se fizessem presentes o máximo de tempo possível.
Ela entendia que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhassem fora, deveriam achar um tempinho para se dedicar e entender as crianças.
Mas a diretora ficou muito surpresa quando um pai se levantou e explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo, durante a semana.
Quando ele saía para trabalhar, era muito cedo e o filho ainda estava dormindo. Quando voltava do serviço era muito tarde e o garoto não estava mais acordado.
Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família.
Mas ele contou, também, que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o filho e que tentava se redimir indo beijá-lo todas as noites quando chegava em casa.
E, para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria.
Isso acontecia, religiosamente, todas as noites quando ia beijá-lo. Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado.
O nó era o meio de comunicação entre eles.
A diretora ficou emocionada com aquela história singela e emocionante.
E ficou surpresa quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.
* * *
O fato nos faz refletir sobre as muitas maneiras de um pai ou uma mãe se fazer presente, de se comunicar com o filho. Aquele pai encontrou a sua, simples mas eficiente.
E o mais importante é que o filho percebia, através do nó afetivo, o que o pai estava lhe dizendo.
Por vezes nos importamos tanto com a forma de dizer as coisas e esquecemos do principal, que é a comunicação através do sentimento.
Simples gestos como um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam, para aquele filho, muito mais que presentes ou desculpas vazias.
É válido que nos preocupemos com os nossos filhos, mas é importante que eles saibam, que eles sintam isso.
Para que haja a comunicação é preciso que os filhos ouçam a linguagem do nosso coração, pois em matéria de afeto os sentimentos sempre falam mais alto do que as palavras.
É por essa razão que um beijo, revestido do mais puro afeto, cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o ciúme do bebê que roubou o colo, o medo do escuro.
A criança pode não entender o significado de muitas palavras, mas sabe registrar um gesto de amor.
Mesmo que esse gesto seja apenas um nó. Um nó cheio de afeto e carinho.
E você? Já deu algum nó afetivo no lençol do seu filho hoje?
* * *
Se você é um desses pais ou dessas mães que realmente precisam se ausentar do lar para prover o sustento da família, lembre-se que você pode encontrar a sua própria maneira de garantir ao seu filho a sua presença.
Você pode encontrar um jeito de dizer a ele o quanto ele é importante na sua vida e o quanto você o ama.
Mas lembre-se da linguagem do coração. Dessa linguagem que pode ser sentida, apesar da distância física.
E procure apertar os laços do afeto, pois estes são os verdadeiros elos que nos unem aos seres que amamos.
Pense nisso, mas, pense agora!
Redação do Momento Espírita com base em texto de autoria ignorada.
Disponível no livro Momento Espírita v. 2, ed. Fep.

Em 18.10.2010


Agradecimento a querida Andrea Cinachi Torres

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