domingo, 1 de outubro de 2017

MEDIUNIDADE E RELIGIÃO


 
 
“Toda pessoa que sente, em um grau qualquer, a influência dos Espíritos, por isso mesmo, é médium. Esta faculdade é inerente ao homem e, por consequência, não é privilégio exclusivo; também são poucos nos quais não se encontram alguns rudimentos dela.” (Livro dos Médiuns parte 2 – cap. XIV, item 159).

 
 
A religiosidade é fruto do sentimento inato da existência de Deus, que o Espírito conserva ao encarnar. Justamente na infância, entre seus familiares e amigos, é que as crianças assimilam suas mais profundas convicções religiosas, somando-se a essas crenças as das outras existências corpóreas. Todos nós trazemos certo grau de maturidade espiritual; são significativos conhecimentos a respeito de nós mesmos e de nossa filiação divina, adquiridos no decorrer das vidas pretéritas.
O que principalmente chama a atenção de muitos de nós, na fase infantil, é o desejo ardente de adquirir conhecimentos – uma espécie de energia motora sempre em movimentação, que nos anima, estimula, encoraja e impulsiona ao aprendizado constante.
Tudo que fazemos na infância tem um objetivo importante na formação de nossa personalidade psicossocial e espiritual; portanto, devemos valorizar os esforços e a sede de informações na idade dos “porquês”. As crianças querem saber sobre as coisas mais profundas, como Deus, elas mesmas, a religião, até as mais triviais, como “por que está chovendo?” ou “Por que a pedra é dura?”.
Adultos que incutiram nas crianças conceitos de que Deus dá prêmios e castiga que se zanga com suas travessuras e fica profundamente desgostoso quando não se conduzem bem, estão, na realidade, criando nelas sentimentos de culpa. Utilizam-se da onisciência, onipresença e onipotência de Deus para manipular, através do medo, o bom comportamento delas.
“Não somente pais, professores e parentes lançam mão da culpa e do medo; também as próprias religiões do passado usavam esses sentimentos para garantir a submissão dos fiéis, intimidando-os com o fogo do inferno, caso não fossem ‘suficientemente bons”.
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O Espiritismo possui o antidoto conta essa crença milenar. Suprimiu o personalismo e ensinou-nos a ligação direta da criatura com Deus, dispensando intermediações e restituindo ao homem a visão de que o Criador deseja que sejamos co-criadores, não aduladores ou escravos.
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A finalidade da religião é levar as pessoas ao verdadeiro significado transcendental da existência, desenvolvendo nelas o sentimento de religiosidade.
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Por isso, o Espiritismo afirma que todas as criaturas são expressões divinas, vestindo temporariamente um corpo carnal. Que “esta faculdade (mediunidade) é inerente ao homem e, por consequência, não é privilégio” de ninguém.
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Cristo tinha uma sensibilidade unificada, quer dizer, possuía uma visão cósmica de que todos estamos intrinsecamente ligados na teia dinâmica da Vida Providencial, quando afirmou: “Nesse dia compreendereis que estou em meu Pai e vós em mim e eu em vós”.
Jesus sabia que, em germe, todos somos frutos iguais da Paternidade Divina, razão pela qual assegurou que poderíamos fazer as obras que Ele fez, e até maiores do que elas.
A autêntica religiosidade não quer restringir nossa liberdade, mas, sim, apresenta-la a nós. Ela nos inspira a naturalidade da vida, o espírito crítico, a perquirição filosófica, a racionalidade, levando-nos a entender a perfeita harmonia do Universo. Igualmente nos incentiva a viver a religião natural, em cuja ambiência não se realiza nenhum culto exterior ou místico, nem existem privilégios ou concessões celestiais.
A mediunidade é dom inato, um dos sentidos inerentes ao homem. Recurso que o Pai nos concede para que possamos participar dos poderes sagados da Divina Criação.
Extraído do livro A imensidão dos sentidos – Hammed – Francisco do Espírito Santo Neto

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