A vida educa. Mas a vida que educa não é uma questão de palavras, e sim, de ação. É atividade. J. H. Pestalozzi
Ninguém duvida que a missão da paternidade e da maternidade é séria e envolve amor e compromisso, menos egoísmo e mais altruísmo.
A visão de que a
criança é um ser reencarnado deve fortalecer afeto, empenho e
responsabilidade por partes dos pais. Com bastante atenção, sobretudo no
primeiro setênio, os pais podem identificar as tendências que a criança revela
desde muito cedo, procurando sondar seus talentos, suas dificuldades, e para
incentivar uns e corrigir respeitosamente os outros, sem uso de impaciência,
negligência ou violência.
A criança é um
Espírito antigo (é detentora de individualidade e possui herança própria) e
também é psiquismo novo, que responde, de modo maleável, à influência direta
dos pais e, por isso, a importância dos exemplos cotidianos. Pais presentes,
amorosos, responsáveis, favorecem o desenvolvimento rico, alegre e saudável;
pais ausentes, infantilizados, autoritários geram marcas dolorosas de
ansiedade, medo, violência, insegurança – e que são os nítidos sinais de quem,
sem disposição para ser pai ou mãe, agride e macera com seu egoísmo, seu
desamor, a vida de alguém.
À medida que os Espíritos
estão puros e inocentes durante a etapa da infância, e para que possam se reconstruir
a partir da educação, os pais precisam se conhecer e se cuidar para receber um
filho ou uma filha enxergando sua natureza única, que demanda neutralidade,
perseverança e paciência no dia a dia. Pois educar dá trabalho, exige esforço
amoroso por parte dos pais e que vai além de trocar fraldas ou, no tempo
devido, matricular a criança em escolas para a hora da instrução e do início da
vida social.
Antes de ter um filho
seria maravilhoso se as pessoas se reservassem no mínimo um ano para se observarem
profundamente, para praticarem introspecção e preparação – e para decidirem
então, com honestidade, se estarão realmente disponíveis para acolher um ser
humano que deverá, de novo, experimentar o estágio no planeta Terra a fim de se
tornar mais pleno de coração, mente e mãos.
Por sermos humanos,
cometemos erros. Porém, quando nos dispomos a ser pais, a fazer uso de um amor
vidente, cientes de que o ser humano necessita dar conta da vida encarnada,
pois quando morrer viverá como viveu na Terra, procuramos, com disposição
resiliente, criar uma convivência familiar que valorize as aspirações do
Espírito que aceitamos acolher e para ajudá-lo a alcançar, não as nossas
expectativas, mas sim os seus reais propósitos evolutivos.
Notinhas
Inovador na educação,
Pestalozzi lançou as bases da educação moderna ao conceber um sistema de ensino
prático e flexível, que procurava estimular as faculdades intelectuais e
físicas da criança. Para ele, só o amor tinha força capaz de
levar o ser humano à plena realização moral. É ele quem pondera, por exemplo,
que os pais devem receber um filho com amor vidente e para
ajudá-lo a alcançar sua autonomia para bem servir à vida. Segundo Pestalozzi, o
processo educativo deveria englobar três dimensões humanas identificadas com
a mente (intelectual), a mão(físico) e o coração (afetivo
ou moral).
Herculano Pires, em
sua Pedagogia Espírita, explica: “é preciso não esquecer que as
crianças são Espíritos reencarnados, Espíritos adultos que se vestem, como
ensina Kardec: ‘como roupagem da inocência’ para voltarem à Terra e iniciarem
uma vida nova”.
Eugênia Pickina
Extraido http://www.oconsolador.com.br/ano12/585/cincomarias.html
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