Os perigos são reais, vejamos: os
argentinos estão comovidos com o assassinato de Micaela Ortega, uma
adolescente de 12 anos, encontrada morta no final de semana, após
permanecer 35 dias desaparecida. Segundo fontes oficiais, ela conheceu o
assassino no Facebook. O promotor que investiga o caso, Rodolfo De
Lucia, contou à imprensa que “Luna”, o assassino, convenceu Micaela a
acompanhá-lo, dizendo que a levaria para a casa de uma amiga, a mesma
que “Luna” inventou no Facebook. [2]
Para os estudiosos da temática, quase 70%
das crianças (meninos e meninas) entre 10 e 12 anos, já criaram um
perfil numa rede social. Naturalmente ainda são crianças, entretanto não
estão mais na infância. Convivem ou sobrevivem absorvidas por
emblemáticas relações virtuais, com escasso contato com o mundo real e
ignoram os gravíssimos perigos que os cerca. Recordo que 50 anos atrás
nos agrupávamos para brincar na casa de um amigo, de um parente, na rua
ou na praça, contudo hoje em dia as crianças se agrupam nas redes
virtuais (sem noção de realidade).
Desde a popularização do rádio –
inventado por Marconi, em 1895 e disseminado em grande parte do mundo
até as décadas de 30 e 40 – da expansão da TV, inventada por John Baird
em 1925, e disseminada no Brasil a partir dos anos 50 e da invasão da
Internet, a partir da década de 90 – com a criação dos sistemas de rede
(web) – atribuída a Tim Berners Lee, o nível de informação das pessoas
aumentou consideravelmente. Mesmo aqueles considerados ignorantes na
sociedade atual detêm um volume de informação muito maior que há cinco
décadas.” [3]
Em tempos de cibernética é urgente
monitorarmos nossos filhos sob às regras necessárias da vigília cristã,
antes que nossos rebentos completem os 11 anos. Agindo assim, podemos
instrumentalizá-los de consciência crítica, a fim de lidarem com o
mundo virtual, conduzindo-os à vigilância diante das arapucas advindas
pela Internet.
Consequentemente, é imperioso explicar
aos filhos sobre os perigos das redes sociais (Facebook, Instagram ou
Snapchat), investigar diariamente o que eles acessam na Internet, o que
assistem (filmes), o que ouvem (músicas) e com quem articulam mensagens.
Urge fazer isso de forma amorosa, numa relação de proteção. Esse
procedimento dos pais acarretará benefício aos filhos e eles perceberão
que estamos cautelosos e que podem dialogar conosco sobre o que fazem e
com quem conversam nos universos virtuais.
Seguramente, os pais que negligenciaram
até aqui o controle das viagens dos filhos nas trilhas dos smartphones,
notebooks, tablets etc., quando começarem a monitorar ficarão espantados
ao adentrarem nos perfis e correspondências dos filhos (menores de 12
anos). Há cem por cento de chance de descobrirem correspondências
incomodativas por lá. Toda cautela é pouca! Lembrando que no
monitoramento não pode haver suspensões hostis quanto ao uso da
tecnologia, até porque a “coisa proibida” é mais sedutora para eles. É
necessário dimensionar aos filhos a confiança de que estão sendo
vigiados para o seu próprio bem.
Apoiados no bom senso doutrinário, é
importante aprendermos a enfrentar os desafios cibernéticos, com a
intenção de procurar a verdade e de esclarecer nossos filhos. É bastante
salutar que saibamos separar o trigo do joio. A Internet, a despeito
das informações incorretas, das agressões, das infâmias, da degradação e
do crime, é sem dúvida um instrumento de grandiosas realizações que
dignificam o homem e preparam a sociedade para um porvir mais promissor,
e nossos filhos não podem estar alheios a isso.
Vivemos num estágio social em que o mundo
virtual é quase o real, mas ele nos surge como sonho. Alguns sonham com
cuidado, outros se perdem nos conflitos dos delírios oníricos. Em todos
esses estágios há o perigo disso virar pesadelo. Esse é o preço que a
sociedade contemporânea paga pelo avanço das tecnologias, apesar de
muitos cidadãos ainda não terem se dado conta de que seus atos pelas
vias virtuais estão estabelecendo desastres morais de consequências
imprevisíveis.
A Internet permitirá um contato mais rico
com a monumental obra espírita. Hoje é possível elaborar cursos
interativos, por exemplo, uma discussão das obras espíritas clássicas,
assinalando links relevantes entre os diferentes textos, e com
comentários feitos por autores consagrados. Os livros da Codificação
podem ser disponibilizados em hipertexto, em versões de fácil consulta.
Relatos específicos podem ser colecionados e indexados para pesquisa
rápida etc. etc. etc.
Mas cuidado! Ora, se devemos prestar
atenção redobrada ao atravessar uma avenida de trânsito intenso, devemos
ter a máxima cautela ao navegar na web, pois os perigos são reais.
Também nós adultos devemos estar atentos para evitar cair em emboscadas
cibernéticas. Mas apesar dos riscos e temeridades, não devemos demonizar
as novas tecnologias tal qual fazia a Inquisição na Idade Média,
queimando os livros e dilacerando a cultura.
Jorge Hessen
Brasília-DF
Referências:
[1] Disponível em http://www.jpnews.com.br/noticias/2016/2590498/pais-precisam-se-preocupar-com-a-vida-virtual-dos-filhos-desde-cedo acesso em 25/07/206
[2] Disponível em http://www.oparana.com.br/noticia/morte-de-adolescente-que-conheceu-assassino-no-facebook-comove-argentina/8371/ acesso em 25/07/2016
[3] Disponível em http://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com.br/2013/03/as-novas-midias-como-locus-privilegiado.html acesso em 25/07/2016
fonte http://aluznamente.com.br/a-infancia-e-as-tecnologias-pais-todo-cuidado-e-pouco/
A Luz na Mente - Revista on-line - Artigos espíritas
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada por sua mensagem. Será publicada após aprovação.