Essa velhinha que vês,
Passando sempre ao sol-posto,
Todo dia, todo mês,
Penosamente a esmolar,
Também foi criança, um dia,
Não conhecia o desgosto,
Brincava, jogava e ria,
Era o anjo de seu lar!...
Depois vieram mudanças,
Trabalhou, sofreu na vida,
Morreram-lhe as esperanças,
Cansou-se-lhe o coração.
Hoje, triste, quase morta,
Sozinha, desiludida,
Esmola, de porta em porta,
A fim de ganhar o pão.
Não te esqueças, meu filhinho,
Que um velhinho abandonado
Tem sede de teu carinho,
De tua doce afeição...
Aprende a viver mais cedo,
Não fujas amendrotado,
Aproxima-te, sem medo,
Anda cá! beija-lhe a mão!
Extraido do livro Jardim da Infância - João de Deus - F.C.Xavier
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