sexta-feira, 25 de março de 2011

O Menino e o Arco-íris



Lendo uma historinha ...

Toninho era um garoto que, embora não fosse rico, nada lhe faltava.
Tinha tudo! Pais amorosos, uma casa confortável, roupas bonitas e estudava numa boa escola.
Mas Toninho era um garoto que só conseguia ver da vida o que ela tinha de pior. Nas pessoas e nas coisas, procurava sempre o lado negativo.
Se um amiguinho se aproximasse após ter tomado um banho, de roupas limpas, cabelos penteados, ele olhava o outro dos pés à cabeça procurando algo para criticar:      — Que sapatos mais feios!
Em casa, a comida era sempre feita com carinho pela mãe, ansiosa para agradá-lo. Ele provava e já franzia o nariz, exclamando:
— Está uma droga! Muito salgada!
A mãe ficava triste, porém nada podia fazer. Debalde procurava fazê-lo mudar de comportamento, ensinando-lhe que tudo tem seu lado bom e que era preciso enxergar a vida com outros olhos.
Contudo, Toninho não se modificava. Ao contrário, parecia que a cada dia ele estava ficando pior.
Ninguém gostava dele. Os colegas na escola evitavam sua presença, temendo suas críticas. E, com isso, ele foi ficando cada vez mais sozinho e mal-humorado.
Sua mãezinha, preocupada com ele, fazia sentidas preces a Jesus, rogando-lhe a ajudasse a modificá-lo. O que seria dele no futuro se continuasse assim? A vida lhe seria um fardo muito difícil de suportar.
Certo dia, porém, brincando no quintal, ao passar correndo por debaixo de uma árvore, Toninho não viu um galho e esbarrou violentamente nele. De imediato, sentiu uma dor terrível nos olhos, não conseguia abrir as pálpebras e lacrimejava muito.
A mãe levou-o ao médico. Examinando Toninho, o médico acalmou os receios da mãe, dizendo-lhe:
— Graças a Deus não foi nada grave. Os olhos foram arranhados levemente pelo galho. Todavia, há necessidade de manter repouso e ficar com os olhos vendados.
O médico colocou uma pomada, fez um curativo em cada olho, tampando-lhe completamente a visão, depois recomendou:
— Voltem dentro de dois dias.   
Amparado pela mãe, Toninho saiu do consultório médico reclamando.
— Não se lamente, meu filho. Agradeça a Deus, pois você poderia ter ficado cego — considerou a mãezinha, paciente.
Aqueles dois dias foram um tormento para o menino. Chorou, se lastimou, bateu os pés no chão, fez birra, mas acabou se conformando. Afinal, o médico disse que se quisesse sarar, teria que ficar com os olhos vendados.
Naquele período aprendeu até a andar pela casa, embora trombando nos móveis; já conseguia saber se estava fazendo sol ou não, pelo calor no corpo; sentia o perfume das flores, a carícia do vento e tudo o que não se dava importância antes.
No final dos dois dias, estava mais tranqüilo e foi muito satisfeito que, à hora marcada, voltou ao médico.
Ao sair do consultório, após ter retirado os curativos, a emoção foi muito grande ao ver de novo a rua, as pessoas caminhando, os carros no trânsito, o céu, as árvores...
Toninho até chorou de felicidade.
Puxando-o pela mão, a mãe lhe disse:
— Vamos rápido, meu filho. Veja como o tempo está feio. Acho que não tarda a chover mais!
Toninho olhou para o alto, fitando o céu, cheio de nuvens escuras e sorriu, retrucando:
— Não acho que o céu esteja feio, mamãe. Acho até que está muito bonito! E veja o lindo arco-íris que surgiu entre as nuvens! Parece que ele está me saudando e dizendo: “Bem-vindo à vida, Toninho!”.
A mãe o olhou surpresa, ao notar a mudança que se operara nele, e Toninho explicou:   
— Sabe, mamãe, estes dois dias me fizeram ver as coisas de outra maneira. Não poder enxergar, ver sempre tudo escuro é horrível, e fez-me dar valor ao que me cerca. Mais do que isso. Entendi que antes, mesmo tendo visão perfeita, na realidade eu enxergava menos do que um cego. Compreendo agora porque a senhora vivia tentando fazer-me mudar de comportamento. Vejo agora que tudo é belo na natureza, as pessoas, as coisas que nos cercam.
A mãe suspirou e, olhando para o Alto, intimamente agradeceu a Jesus a lição que seu filho tinha recebido.

                                                                 TIA CÉLIA

Fonte: O Consolador - Revista Semanal de Divulgação Espírita
Autora: Célia Xavier Camargo
Agradecimento à Carolina Von Scharten

2 comentários:

  1. Muito bacana e Inspirador.

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  2. Obrigada pela visita!
    Esse é o nosso propósito. Auxílio à inspiração.
    Volte sempre.

    Com carinho
    Elaine Saes

    ResponderExcluir

Obrigada por sua mensagem. Será publicada após aprovação.

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