terça-feira, 2 de outubro de 2012

Como é rica a fase da Adolescência e Juventude


É tempo de consciência e ação, já sabemos quem somos; de onde viemos e para que viemos. Não há mais o que temer. Nossa existência é marcada por fases, todas entrelaçadas e de grande importância, e o nosso destino é caminhar, desenvolver, iluminar.
Tudo aquilo que não conhecemos, tememos, é natural, faz parte de nossa Natureza. Por isso muitas vezes passamos décadas fugindo de nosso dever, nos escondendo nas ilusões da vida, até que a vida se encarrega de nos dar o amadurecimento, aquela frase tão conhecida e  tão temido por tantos - a vida ensina - Em contrapartida, tudo aquilo que conhecemos nos traz segurança. Esse é o nosso convite, se conheça, estude, busque o entendimento que cada fase da vida requer de você e com certeza seu caminhar será amenizado, se sentirá mais feliz. E poderá ajudar ao próximo com suas experiências. Esse é o convite de Jesus.
Leia esse  texto interessante de Joanna de Angelis e reflita como é rica essa fase da adolescência e juventude. Aproveite-a com sabedoria. 
Elaine Saes

O ADOLESCENTE: POSSIBILIDADES E LIMITES

Na quadra primaveril da adolescência tudo parece fácil, exatamente pela falta de vivência da realidade humana. O adolescente examina o mundo através das lentes límpidas do entusiasmo.
A vida é um conjunto de possibilidades que se apresentam para ser experimentadas, facultando o crescimento intelecto-moral dos seres. Para o jovem sonhador, que tudo vê róseo, há muitos caminhos a percorrer, que exigem esforços, bom direcionamento de opções e sacrifício.
Assim, as possibilidades do adolescente estão no investimento que ele aplica para a conquista do que traça como objetivo. Nesse período, tem-se pressa, ansioso pelos voos que pretende desferir, pensa que as suas aspirações podem ser transformadas em realidade de um para outro momento, e, quando isso não ocorre, deixa-se abater por graves frustrações e desânimo. No entanto através desse vaivém de alegria e desencanto passa a entender que os fenômenos existenciais independem das suas imposições, decorrido de muitos fatores que se conjugam para oferecer resultado correspondente.
Nessa sucessão de contrários, amadurece-lhe a capacidade de compreensão e aprimora-se a faculdade de planejar, auxiliando-o a colocar os pés no chão sem a perda do otimismo, que é fator decisivo para o prosseguimento das aspirações e da sua execução contínua.
Face à constituição da vida, não basta anelar e querer, mas produzir e perseverar. Esse meio de levar adiante os planos acalentados demonstra que há limites em todos os indivíduos, que não podem ser ultrapassados, e que se apresentam na ordem social, moral, econômica, cultural, científica, enfim, em todas as áreas dos painéis existenciais.
Os acontecimentos são conforme ocorrem e não consoante gostariam que se sucedessem. A sabedoria, que decorre das contínuas lutas, demonstra que se deve realizar o que é possível, aguardando o momento oportuno para novos cometimentos. Especificamente, cada dever tem o seu lugar e não é lícito assumir diversos labores que não podem ser executados de uma só vez.
A própria organização física, constitui limite para todos os indivíduos. O limite se encontra na capacidade das resistências físicas, moral e mental, que constituem os elementos básicos do ser humano, e no enfrentamento com os imperativos da sociedade, da época em que se vive etc.
Certamente, há homens e mulheres que se transformaram em exceção, havendo pagado pesados ônus de sacrifício, graças ao qual abriram à História páginas e incomparável beleza. Simultaneamente, também, houve aqueles que mergulharam no fundo abismo do desencanto, deixando-se dominar por terríveis angústias que lhes estiolaram a alegria de viver e os maceram, levando-os a estados profundamente perturbadores, porque não possuíam essas energias indispensáveis para as conquistas que planejaram.
Ao moço compete o dever de aprender as lições que lhe chegam, impregnando-se das suas mensagens e abrindo novos espaços para o futuro.
Quando arrebatado pelo entusiasmo, considerar que há tempo para semear como o há para colher; quando deprimido, liberar-se das sombras pelo esforço de acender as regiões onde brilha a luz da esperança, compreendendo que a marcha começa no primeiro passo, assim como o discurso mais inflamado tem início na primeira palavra. Todas as coisas exigem planificação e tentativa. Aquele que se recusa experimentar, já perdeu parte do empreendimento. Não há por que recear o insucesso. Esse medo da experimentação já é, em si mesmo, uma forma de fracasso. Arriscar-se, no bom sentido do termo, é intensificar os esforços para produzir, mesmo que, aparentemente, tudo esteja contra. Não realizando, não tentando, é claro que as possibilidades são infinitamente menores. Sempre vence aquele que se encontra alerta, que labora que persiste.
A atitude de esperar que tudo aconteça em favor próprio é comodidade injustificável; e deixar-se abater pelos pensamentos pessimistas, assim como pelas heranças auto-depreciativas, significa perder as melhores oportunidade de crescimento interior e exterior, que se encontram na adolescência. Esse é o momento de programar; é o campo de experimentação.
Quando o jovem começa a delinear o futuro não significa que haja logrado a vitória ou perdido a batalha, apenas está traçando rotas que o levarão a um ou a outro resultado, ambos de muito valor na sua aprendizagem, em torno da vida na qual se encontra.
A perseverança e o idealismo sem excesso responderão pelo empreendimento iniciado. O adolescente não deve temer nunca o porvir, porquanto isso seria limiar as aspirações, nem subestimar as lições do cotidiano, que lhe devem constituir mensagens de advertência, próprias para ensinar-lhe como conseguir os resultados Superiores.
Assim, nesse período de formação de identificação consigo mesmo, a docilidade no trato, à confiança nas realizações a gentileza na afetividade, o trabalho constante, ao lado do estudo que se aprimora os valores e desenvolve a capacidade de entendimento, devem ser o programa normal de vivenciar os prazeres, os jogos apaixonantes do desejo, as buscas intérminas do gozo cedem lugar aos compromissos iluminativos que desenham a felicidade na alma e materializam-na no comportamento.
Ser jovem não é, somente, possuir forças orgânicas, capacidade de sonhar e de produzir, mas, sobretudo, poder discernir o que precisa ser feito, como executá-lo e para que realizá-lo.
A escala de valores pessoais necessita ser muito bem considerada, a fim de que o tempo não seja empregado de forma caótica em projetos de secundária importância, em detrimento de outros labores primaciais, que constituem a primeira meta existencial, da qual decorrerão todas as outras realizações.
São infinitas, portanto, as possibilidades da vida, limitadas pelas circunstâncias, pelo estágio de evolução de cada homem e de cada mulher, que devem, desde adolescentes, programar o roteiro da evolução e seguir com segurança, etapa a etapa, até o momento de sua auto-realização.
Joanna de Angelis
Adolescência e Vida – Joana de Angelis – Divaldo Pereira - cap. 6 – O adolescente: possibilidades e limites

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