quarta-feira, 25 de março de 2015

Apelo da criança

Chego ao mundo todos os dias, em busca de refazimento e evolução. Carrego na alma chagas do passado, amortizadas pela esperança do recomeço, esquecidas no envoltório de um novo corpo. Entretanto, quando mais conto com a tua ajuda, para me erguer à altura da tarefa que trago, da prova que planejei ou da missão a mim outorgada, eis que te vejo de mãos vazias para me amparar!

Quantas vezes, me deixas na companhia das ruas, me abandonas à míngua de tudo, sem que eu tenha boça para pedir socorro, sem que eu tenhas mãos para buscar sustento, sem que eu tenha o espírito preparado para poder vencer a mim mesmo...

Quantas outras, me empanturras de fantasias malsãs, de ambições perniciosas, criando-me em castelos de egoísmo e indiferença, em completo menosprezo pelo solo da minha alma.

Pobre ou rica , tenho sofrido a violência determinada pela lei do mais forte: punem-me antes que eu tenha plena consciência do que seja culpa; moldam-me à força do chinelo e da coação, como se a educação de que necessito fosse mera domesticacão...

Pobre ou rica, tenho sido explorada em minha inocência de espírito adormecido em sua maturidade, e sou desde cedo convocada à mentira, desde cedo. Acometida pelas doenças sociais de todas as camadas...

E, no entanto, caro adulto, que pensas do futuro, se não voltas teu olhar benevolente para mim, a criança? Que mundo transformado pretendes, se não te lanças com todo o arrojo de tua alma à minha educação?

Somos tantas neste planeta em transição! Estamos vindo em massa, em busca de uma oportunidade de ascensão, demandando o privilégio de colaborar sorridente! Peço-te, não me esqueças - pois sou teu filho, teu aluno, teu neto; sempre teu irmão, pedindo apenas a quota de amor e paciência de que preciso para me fazer homem de bem e companheiro do teu ideal!

MEIME  

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