segunda-feira, 18 de maio de 2015

“As crianças e os jovens nos ensinam muito”

Por Alessandra Cintra: 

Coordenadora da área de evangelização infantojuvenil, a educadora mineira radicada em Matão fala sobre a importância da evangelização de jovens e crianças

 
  

Alessandra Cintra (foto), espírita de berço, natural de Uberaba (MG), reside em Matão (SP) há vários anos. Formada em Direito e funcionária do Tribunal de Justiça de São Paulo, colabora na Comunidade Espírita Cairbar Schutel, de Matão, onde atua como coordenadora da área de evangelização infantojuvenil, assunto que constitui 

o tema central da presente entrevista. 


No tocante à transmissão dos ensinos do Evangelho e do Espiritismo para as crianças e para os jovens, o que você considera vital?
 

É muito importante que as crianças e os jovens sintam Jesus, não apenas conheçam de forma teórica os seus ensinamentos, mas que vivenciem e cheguem à conclusão de que somente através dele é que seremos realmente felizes. O Espiritismo é facilitador para que isso ocorra, pois esclarece de uma forma lógica, racional, a mensagem do Cristo. 

Por que os pais devem ir com os filhos ao centro espírita e não apenas levar os filhos? 

Devemos focar sempre a família. Pais e filhos reencarnam juntos para crescerem juntos. Sendo assim, quando todos estão envolvidos no mesmo objetivo o resultado é muito mais satisfatório. É também uma forma de se incentivarem mutuamente, entusiasmar-se, buscar harmonia familiar e força para enfrentar os desafios. 

Qual a importância da constância e pontualidade da presença das crianças e jovens nas aulas e atividades? 

A evangelização infantojuvenil, se não é, deve ser uma das atividades mais organizadas da casa espírita, com uma programação a ser seguida, em uma sequência lógica que ajudará a criança e o jovem a se desenvolverem. Por isso, a frequência é de suma importância para assimilação do conteúdo. Já a pontualidade é algo que devemos adquirir para a nossa vida em qualquer situação. Como nos disse Emmanuel através do Chico: “Disciplina, disciplina, disciplina”. 

Essa elaboração planejada, didática, das aulas e atividades, deve ter prioridade? Por quê? 

Para qualquer trabalho que idealizamos, não basta apenas a presença da boa vontade; precisamos estudar, nos capacitar para tal, e na evangelização não poderia ser diferente. O evangelizador deve evoluir com o mundo infantil, procurar didáticas que envolvam a criança e o jovem para que eles se sintam motivados a frequentar as aulas, usando ferramentas diversificadas como vídeos, recursos da internet, histórias, dinâmicas etc. Como evangelizadores, devemos ser críticos quanto ao nosso trabalho, perceber o que é adequado para cada sala, porque o mundo fora da casa espírita oferece diversidades e seduz a todos eles, motivo pelo qual é importante estarmos sempre atualizados, para realizarmos um bom trabalho. 

Como sensibilizar os pais para tarefa de tal envergadura? 

Aqui gostaria de contar a nossa experiência. Há um ano reservamos um dia da semana em nossa casa para o encontro da família, dia em que acontece a evangelização infantojuvenil e separadamente, no mesmo dia, o estudo com os pais. O resultado superou as nossas expectativas. Os pais realmente se envolveram, conheceram melhor o trabalho da evangelização e neste ano voltaram e já trouxeram outras famílias para participar. Acredito que esta seja uma das formas de sensibilizá-los acerca da fundamental importância da evangelização espírita. 

E quanto às casas espíritas – como sensibilizar seus dirigentes para valorizarem referida atividade? 

Para as casas espíritas que já realizam a tarefa da evangelização, o trabalho realizado com amor, a satisfação das crianças e a divulgação junto à sua casa, acredito que sensibilizarão a todos. Quanto àquelas que ainda não realizam essa tarefa, talvez o estudo, junto à diretoria, de obras específicas que tratem da importância da educação espírita infantojuvenil, como obras de Bezerra de Menezes, Meimei, Kardec, Eurípedes Barsanulfo, entre outros, possa ajudar. 

Qual o maior obstáculo para o êxito da atividade de evangelização infantojuvenil? 

O maior obstáculo acredito que seja a falta de esclarecimento sobre o que acontece na evangelização, pois muitos a confundem como uma atividade recreativa, para que os pais, livres das crianças, assistam à palestra. E não é nada disso! Daí a importância de os evangelizadores e a casa estarem sempre proferindo palestras sobre o tema de modo a esclarecer a todos. 

De sua experiência e observação, que gostaria de destacar? 

Como já estou há algum tempo neste trabalho de bênçãos, muitos fatos maravilhosos ocorreram, muitas dificuldades enfrentamos e muito aprendemos, mas uma coisa é certa: muito mais recebemos do que doamos, pois as crianças e os jovens nos ensinam muito. 

Suas palavras finais. 

Gostaria de deixar àqueles que se dedicarem a ler estas singelas palavras a minha gratidão e dizer que a evangelização infantojuvenil é contagiante, que as crianças e os jovens, se lhes dermos oportunidade de se expressarem, de nos exigirmos a sermos melhores a cada aula, a cada dia, serão excelentes professores em nossas vidas e nos ajudarão em nossa evolução e, consequentemente, nós na deles. Abracem esta tarefa bendita, tenham entusiasmo, acreditem que a evangelização espírita contribuirá para a transformação moral da humanidade e verão quanto gratificante é poder participar deste trabalho.


 

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