A Natureza deu à mãe o amor a seus filhos no interesse da conservação deles. No animal, porém, esse amor se limita às necessidades materiais [...]. No homem, persiste pela vida inteira e comporta um devotamento e uma abnegação que são virtudes. Sobrevive mesmo à morte e acompanha o filho até no além-túmulo.(O Livro dos Espíritos,questão 890.)
 A  Doutrina  Espírita  nos  ensina  que  assim  como  temos  as  famílias  constituídas
pelos  laços  materiais, temos, também, as  constituídas  pelos  laços  espirituais. Estes
laços espirituais são mais sólidos e duráveis do que os primeiros, visto que não estão
sujeitos  às  instabilidades  da  matéria. Destaca, todavia, que  a  família  espiritual  se
forma e se consolida com a prática da Lei de Amor no convívio da família corporal.
A Lei de Amor, que a tudo preside, deve, pois, estar presente em todos os atos,
sentimentos  e  pensamentos  do  ser  humano. Deve  presidir  o  ato  que  permite  ao
Espírito retornar às experiências materiais pela reencarnação, especialmente o rela-
cionamento com a mãe que com ele convive, na intimidade, durante a gestação, na
formação inicial do seu corpo.
Pesquisas  sobre  o  comportamento  do  ser  humano  vêm  demonstrando  que  a
causa  predominante  de  desequilíbro  se  situa  na  fase  de  gestação  e  nascimento  do
ser. A rejeição que muitos sentem, desde a simples dúvida dos pais quanto ao seu
nascimento até a rejeição ostensiva e odiosa, leva esses seres a uma grave instabili-
dade comportamental, quer na área da integração social, quer na da própria acei-
tação pessoal. Em sentido oposto, os aceitos no lar, com real e manifesto amor dos
pais, demonstram melhores condições morais e psicológicas para vencerem os na-
turais desafios da existência.
Observa-se, desse modo, a importância da paternidade e da maternidade ligadas
à prática da Lei de Amor. Quando os pais e mães aceitam o filho, desde a concepção,
com sincero sentimento de amor, amparando-o em suas necessidade de aprendiza-
do e evolução, constroem as bases de um mundo de paz, uma vez que a primeira
lição por ele vivida será a da fraternidade, do amor ao próximo, que lhe servirá de
modelo para toda a existência. Neste  sentido,  ensina-nos  Allan  Kardec  (O Evangelho  segundo  o  Espiritismo, cap. XXII, item  3):
“Quis Deus que os seres se unissem não só pelos laços da carne, mas também pelos da alma, a fim de que a afeição mútua dos esposos se lhes transmitisse aos filhos e que fossem dois, e não um somente, a amá-los, a cuidar deles e a fazê-los progredir.”
Edital da revista  reformador maio 2006 -  12/5/2006 
 

