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quarta-feira, 26 de setembro de 2018

POR AMOR À CRIANÇA




Nós que tantas vezes rogamos o socorro da Providência Divina, oremos ao coração a Mulher, suplicando pelos filhinhos das outras! Peçamos às seareiras do bem pelas crianças desamparadas, flores humanas atingidas pela ventura do infortúnio, nas promessas do alvorecer!...

Pelas crianças que foram enjeitadas nos becos de ninguém;

Pelas que vagueiam sem direção, amedrontadas nas trevas noturnas;

Pelas que sugam os próprios dedos, contemplando, por vidraças faustosas, a comida que sobeja desperdiçada;

Pelas que nunca viram a luz da escola;

Pelas que dormem, estremunhadas, na goela escura do esgoto;

Pelas que foram relegadas aos abrigos de lama e se transformam em cobaias de vermes destruidores;

Pelas que a tuberculose espia, assanhada, através dos molambos com que se cobrem;
Pelas que se afligem no tormento da fome e mentalizam o furto do pão;

Pelas que jamais ouviram uma voz que as abençoasse e se acreditam amaldiçoadas pelo destino;

Pelas que foram perfilhadas por falsa ternura e são mantidas nas casas nobres quais pequenas alimárias constantemente batidas pelas varas da injúria.

E por aquelas outras que caíram desorientadas, nas armadilhas do crime e são entregues ao vício e à indiferença, entre os ferros e os castigos do cárcere!

Mães da Terra, enquanto vos regozijas no amor de vossos filhos, descerrai os braços para os órfãos de mãe!... Lembremos o apelo inolvidável do Cristo, “Deixai vir a mim os pequeninos”. E recordemos, que se, o homem deve edificar as paredes imponentes do mundo porvindouro, só a mulher poderá convertê-lo em alegria da vida e carinho do lar.

Emmanuel – Francisco Cândido Xavier

terça-feira, 25 de setembro de 2018

CRIANÇA EVANGELIZADA, ADULTO CONSCIENTE E FELIZ.


Entrevista com Sonia Maria Franco Bossolani – por Orson Peter Carrara


Sonia Maria Franco Bossolani espírita desde 1990, natural de Araquara (SP), onde reside, é Gestora Social. Vinculada ao Centro Espírita e Assistencial Paulo de Tarso, nele integra o Conselho Fiscal. De suas reflexões sobre a transformação do planeta, a partir da vontade e do amparo à criança, suas respostas são valiosas ferramentas para uso do leitor.


Per.: De que forma considera a contribuição do conteúdo espírita para transformação do atual estado moral no planeta?
A doutrina espírita é o melhor caminho que temos no momento para a regeneração planetária. Ela traz na sua essência os ensinamentos do Cristo e a concretização da Sua promessa contida em João, XIV de 15 a 17 e 26, sobre a chegada do Consolador Prometido, vindo para ensinar todas as coisas e nos lembrar de tudo que Jesus nos disse. Portanto, vivenciar a doutrina espírita é viver com Jesus.

Per.: Considerando que uma mudança geral inicia-se pela mudança individual, como entender isso na prática?
Através da transformação comportamental decorrente da reforma íntima. Observo no meio cotidiano em que vivo que as pessoas estão mais amorosas. Trabalho há vinte anos numa ONG com crianças provenientes de famílias de baixa renda a vulnerabilidade social. As transformações neste período, o qual não considero tão longo assim, foram significativas. No início tínhamos menos informações de qualquer gênero e fatores como doenças graves, drogas, violências domésticas não estavam tão próximas das famílias como hoje. Mesmo assim, nota-se que as crianças estão mais amorosas, mais afetivas, embora demonstrem certa violência decorrente das suas vivências. Trabalhando e agindo amorosamente em nós e, em seguida, com todas as pessoas ao nosso redor, conseguiremos, mesmo que a passos lentos, essa transformação individual e coletiva.

Per.: Estamos nos tornando pessoas melhores?
Apesar do grande volume de fatos tristes que vemos através da mídia, tenho grande confiança que estamos nos tornando pessoas melhores. Ouço constantemente que somos todos oportunistas e corruptos e tudo o que está ocorrendo em nossos pais e no mundo é decorrente da sociedade e não de uma parcela dela. Não generalizo. O bem não faz alarde, não quer aparecer, mas caminha por todos os lugares e está em todas as pessoas. Jesus agia com coragem, mas com muita humildade e esse é o exemplo de como agir no bem. Acredito que a proporção de pessoas melhores supera o das piores, mas elas não ficam em evidência. A transformação do planeta num dado momento fará o bem continuar a agir naturalmente, mas de forma mais intensa, em todas as nações, intimidando o mal em sua arrogância, tirando-lhe as forças. Nosso governador é Jesus. Quem duvida disso?

Per.: Podemos colher exemplos no cotidiano?
Num aspecto mais amplo, vemos a justiça brasileira sendo feita com mais respeito à igualdade para com todos os cidadãos e de forma mais honesta. Outros exemplos são os milhares de universitários pesquisadores em todas as áreas, pouco valorizados, mas trabalhando por ideias nobres pelo avanço da Ciência e da tecnologia. Podemos citar também as pessoas que devolvem as carteiras ou malas com dinheiro achadas por pessoas que teriam vários motivos para não devolvê-las, por sobreviverem com parcos salários, com dívidas necessárias a essa sobrevivência e, em muitos casos, não tendo como pagá-las. O aumento das ONGs para cuidar dos animais.
Os anônimos que levam um pouco de alegria e conforto aos pacientes dos hospitais. Essa questão ultrapassa os limites destas respostas, mas acredito ser importante destacar o exemplo de mulheres que são as provedoras dos seus lares, são mães, esposas ou não, filhas, trabalhando fora e dentro do lar e estudando à noite para melhorarem de vida, e dão conta. Não posso então dizer que o mundo está melhorando?

Per.: Qual é o fator mais marcante para o início de uma transformação real?
Parafraseando O Livro dos Espíritos, questão 909: a vontade.

Per.: Qual o maior impedimento?
Ainda na questão 909 de O Livro dos Espíritos somos alertados sobre o pouco de esforço que devemos fazer e comumente não fazemos para a nossa transformação real.

Per.: De suas reflexões, qual a mais marcante neste processo intenso de transformação individual e coletiva?
A vontade. Hoje estamos no mundo das facilidades. Meu pai, nos seus oitenta anos, costuma dizer que não tem saudade do seu tempo de menino ou juventude. Mal tinham o que comer e o que vestir. Começava a trabalhar desde criança na lavoura com pessoas irritadiças e o retorno financeiro era mínimo. Ele diz que o mundo hoje está muito melhor e vive feliz porque sua vida melhorou. Ele sempre agiu com muita vontade, trabalho e suor nas suas conquistas e a maior delas foi seu crescimento moral, no qual tento me espelhar.

Per.: Das experiências já vividas, o que gostaria de destacar ao leitor?
Devemos aproveitar as oportunidades para o nosso crescimento individual. Não devemos desperdiçar nossa encarnação. A fila é grande para voltar a esta escola bendida. Os livros, palestras, cursos, trabalhos na Casa Espírita são ferramentas preciosas, mas não bastam, temos que ir além. O trabalho em favor do semelhante favorecerá esse crescimento. A convivência no dia a dia nos dará oportunidade de minimizar os defeitos que carregamos e maximizar as virtudes que temos.

Per.: Algo mais que gostaria de acrescentar?
Trabalhando com crianças como oportunidade abençoada nesta encarnação, apelo par que todas as Casas Espíritas voltem o seu olhar para elas, invistam na Evangelização Infantil, que é a aplicação da moral cristã para quem acabou de reencarnar. Os dirigentes, apesar das grandes responsabilidades que lhes cabem, derramarem seu amor sobre elas e esse amor será devolvido em dobro. As nossas Casas Espíritas precisam encher-se de crianças. Elas representam as flores com suas cores e perfumes a alegrar todo o espaço físico, por mais simples que seja modificando seu padrão vibratório. Criança evangelizada, adulto consciente e feliz.
 
Per.: Suas palavras finais.
Dentro deste contexto, os espíritas estão em luta íntima constantes para renovação do seu mundo interior e exterior. “O ensinamento do Mestre que diz: ‘Orai e Vigiai”, acrescido de “Meditai”, torna-se uma ordem urgente no momento que estamos passando.

Extraído o jornal O IMORTAL – ago -  2018

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Lindos Casos de Chico Xavier



Atendendo a instruções de Emmanuel, Chico Xavier inicia os trabalhos no Centro Espírita Luiz Gonzaga às oito da noite, encerrando-os às dez horas, enquanto frequentou sozinho a instituição.
Fazia a prece de abertura, orava e, depois, lia páginas de O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec, comentando-as, em voz alta, para os desencarnados.

Pessoas da família indagavam sobre aquela resolução de “falar sozinho”, entretanto o Médium explicava:

- Há muitos espíritos frequentando a casa. Chegam desconsolados e tristes e Emmanuel afirma que a obra de evangelização é necessária a todos nós. Não podemos parar...

Certa noite, uma senhora desencarnada em Pedro Leopoldo conversava com o Chico no salão do Centro, em que ele se achava aparentemente sozinho e o diálogo seguia, curioso:

 - Tenhamos fé em Jesus, minha irmã. Não desespere. Com a paciência alcançaremos a paz. Sem calma, tudo piora. Com o tempo, a senhora verá que tudo está certo, como está.
A conversação prosseguia assim, quando uma das irmãs do médium, escutando-lhe a palavra, debruçada em janela próxima, perguntou-lhe em voz alta:

- Chico, quem está conversando com você?
- Dna Chiquinha de Paula.
- Que história é esta? Dona Chiquinha já morreu...
- Ah! Você é que pensa... Ela está bem viva.

A irmã do rapaz, alvoroçada, comunicou aos familiares o que ocorria.
Chico devia estar maluco. Era preciso medicá-lo, socorrê-lo.
Outras irmãs do médium, porém, apressaram-se a observar que ele trabalhava, corretamente, todos os dias.

Seria justo dar por louco um irmão que era amigo e útil? Ficou então estabelecido em família que, enquanto o Chico estivesse firme no serviço, ninguém cogitaria de considerá-lo um alienado mental.
Desse modo, o Chico Xavier costuma dizer que o trabalho de cada dia, com a bênção de Deus, tem sido para ele a melhor segurança.

Do livro Lindos casos de Chico Xavier, de Ramiro Gama.
Extraído http://www.oconsolador.com.br/ano12/585/umminutocomchico.html

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Da arte de ser pais sob a visão espírita




A vida educa. Mas a vida que educa não é uma questão de palavras, e sim, de ação. É atividade
. J. H. Pestalozzi

Ninguém duvida que a missão da paternidade e da maternidade é séria e envolve amor e compromisso, menos egoísmo e mais altruísmo.

A visão de que a criança é um ser reencarnado deve fortalecer afeto, empenho e responsabilidade por partes dos pais. Com bastante atenção, sobretudo no primeiro setênio, os pais podem identificar as tendências que a criança revela desde muito cedo, procurando sondar seus talentos, suas dificuldades, e para incentivar uns e corrigir respeitosamente os outros, sem uso de impaciência, negligência ou violência.

A criança é um Espírito antigo (é detentora de individualidade e possui herança própria) e também é psiquismo novo, que responde, de modo maleável, à influência direta dos pais e, por isso, a importância dos exemplos cotidianos. Pais presentes, amorosos, responsáveis, favorecem o desenvolvimento rico, alegre e saudável; pais ausentes, infantilizados, autoritários geram marcas dolorosas de ansiedade, medo, violência, insegurança – e que são os nítidos sinais de quem, sem disposição para ser pai ou mãe, agride e macera com seu egoísmo, seu desamor, a vida de alguém.

À medida que os Espíritos estão puros e inocentes durante a etapa da infância, e para que possam se reconstruir a partir da educação, os pais precisam se conhecer e se cuidar para receber um filho ou uma filha enxergando sua natureza única, que demanda neutralidade, perseverança e paciência no dia a dia. Pois educar dá trabalho, exige esforço amoroso por parte dos pais e que vai além de trocar fraldas ou, no tempo devido, matricular a criança em escolas para a hora da instrução e do início da vida social.

Antes de ter um filho seria maravilhoso se as pessoas se reservassem no mínimo um ano para se observarem profundamente, para praticarem introspecção e preparação – e para decidirem então, com honestidade, se estarão realmente disponíveis para acolher um ser humano que deverá, de novo, experimentar o estágio no planeta Terra a fim de se tornar mais pleno de coração, mente e mãos.

Por sermos humanos, cometemos erros. Porém, quando nos dispomos a ser pais, a fazer uso de um amor vidente, cientes de que o ser humano necessita dar conta da vida encarnada, pois quando morrer viverá como viveu na Terra, procuramos, com disposição resiliente, criar uma convivência familiar que valorize as aspirações do Espírito que aceitamos acolher e para ajudá-lo a alcançar, não as nossas expectativas, mas sim os seus reais propósitos evolutivos.  

Notinhas
Inovador na educação, Pestalozzi lançou as bases da educação moderna ao conceber um sistema de ensino prático e flexível, que procurava estimular as faculdades intelectuais e físicas da criança. Para ele, só o amor tinha força capaz de levar o ser humano à plena realização moral. É ele quem pondera, por exemplo, que os pais devem receber um filho com amor vidente e para ajudá-lo a alcançar sua autonomia para bem servir à vida. Segundo Pestalozzi, o processo educativo deveria englobar três dimensões humanas identificadas com a mente (intelectual), a mão(físico) e o coração (afetivo ou moral).

Herculano Pires, em sua Pedagogia Espírita, explica: “é preciso não esquecer que as crianças são Espíritos reencarnados, Espíritos adultos que se vestem, como ensina Kardec: ‘como roupagem da inocência’ para voltarem à Terra e iniciarem uma vida nova”.


Eugênia Pickina


Extraido http://www.oconsolador.com.br/ano12/585/cincomarias.html


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