domingo, 28 de outubro de 2018

EDUCAÇÃO ESPÍRITA





“Quando a geração for educada nas crenças espíritas, ver-se-á outra juventude, mais estudiosa e menos turbulenta”, asseverou o  Codificador. (Revue Spirite de 1862, p. 267).



Mais de cento e cinquenta anos passados, esta afirmação de Kardec continua a fazer todo o sentido.
Importa, por isso, não perder a oportunidade de refletir  sobre as questões da educação das nossas crianças e jovens e sobre os contributos que a Doutrina Espírita poderá trazer à atual geração.

Consideremos, em primeiro lugar, algumas afirmações e conceitos com que nos deparamos nos tempos que correm, e que, para sermos francos, não difere muito do que se ouviu comentar noutros tempos sobre outras gerações de jovens. Por todo o lado, ouvimos que esta juventude está cada vez mais perdida; que os jovens só pensam nos seus prazeres, não querem estudar nem trabalhar; que já não é como antigamente, não respeitam nem teme ninguém; que o mundo caminha cada vez mais para o materialismo; que a falta de valores morais alastra de uma forma cada vez mais destrutiva...
Se fosse esse o nosso intuito, encheríamos páginas com considerações deste gênero. Mas, será realmente assim? Estará, efetivamente, a juventude a degradar-se? Os valores atuais estarão mais degradados, efetivamente, quando comparados com os do passado?

Se lançarmos um olhar atento sobre o passado histórico da Humanidade, talvez cheguemos à conclusão de que, se por um lado, a época atual oferece um sem número de avanços tecnológicos e científicos que nos proporcionam um bem-estar nunca antes alcançado, contribuindo,  de certa forma, para que o materialismo, ilusoriamente, pareça encerrar, por si só, solução para tudo, por outro lado, não podemos deixar de perceber o quão a Humanidade tem progredido no sentido moral, humanizando-se ao longo da longa caminhada desde os primórdios até à atualidade.
Nem poderia ser de outro modo.

Quem somos nós, os que por aqui andamos hoje? Quem são as nossas crianças e os nossos jovens? Seres acabados de sair da mãos do Criador? Certamente que não. O Espiritismo esclarece-nos que somos seres em evolução, em trânsito pela escola terrena, numa longa caminhada rumo à perfeição. A Humanidade de hoje é a Humanidade de ontem; será ainda a Humanidade do futuro. Os nossos filhos e alunos, a quem nos cabe educar e encaminhar para Deus, são, provavelmente, os nossos pais e professores de outras vidas, a quem já coube também a tarefa de nos educar a nós. Serão ainda os nossos companheiros de jornada, no futuro, em que seremos educandos e educadores, num intercâmbio de saberes e experiências, rumo à construção de um mundo melhor, em sintonia com as leis do Pai, que preveem a felicidade que apenas será plena, na medida em que trabalhemos para o bem-estar comum.

Perca/ ausência de valores? Não podemos esquecer que, dizem-nos os Espíritos, estão atualmente reencarnados no planeta irmãos a que está a se dada talvez, a última oportunidade de repensarem os seus valores, as suas atitudes, crescer espiritualmente em companhia de quem já conseguiu algum progresso nesse sentido.

Esses irmãos, para além de, se a isso se decidirem, colherem o benefício das lições que a vida atual faculta, serem também de instrumento para cultivar o amor, o perdão, a tolerância, a caridade, a todos os que estão, por assim dizer, um passinho à frente na caminhada.

Nas Leis Divinas nada se perde, tudo se encadeia; tudo está previsto para que todos possamos colher os maiores benefícios nesta jornada comum.

Neste contexto, não devemos estranhar a grande disparidade de valores com que hoje nos deparamos. É uma situação passageira, própria da época de separação do trigo do joio, anunciada pelo Mestre. Porque é disso que se trata, realmente.

Vivemos tempos cruciais, para a evolução não só individual, mas principalmente deste mundo de expiações e provas em vias de se tornar mundo de regeneração.

Quanto mais investirmos na educação da presente geração, mais estaremos  a contribuir para um mundo mais equilibrado, mais feliz, mais consciente, mais harmonizado com a Espiritualidade Superior.
Onde ir buscar a inspiração para tão grandiosa tarefa? Herculanos Pires, no seu livro Pedagogia Espírita, dá-nos a resposta: “O Livro dos Espíritos é um manual  de Educação Integral oferecido à Humanidade para a sua formação moral e espiritual na Escola da Terra.”

Retomando a afirmação de Allan Kardec, com que iniciamos esta reflexão, quando entendemos e interiorizarmos o seu tríplice aspecto (científico, filosófico e moral) , quando nos empenhamos em educar as crianças e os jovens de acordo com os princípios ali apresentados, e os vivenciarmos sem reservas, estará dado um grande passo na construção de um futuro que, não podemos deixar de lembrar, será o nosso, já que temos de colher o que hoje semeamos.

Quem somos, de onde vimos, para onde vamos, qual a finalidade de aqui estarmos, o que acontece quando a vida do corpo finda, que não estamos sós no Universo, que todo o efeito  tem uma causa e toda a sementeira terá obrigatoriamente uma colheita, tantas e tantas questões que sempre ocuparam e preocuparam a Humanidade, e a que as religiões e filosofias nunca souberam responder devidamente,  no Livro dos Espíritos são abordadas de uma forma simples e acessível a todos os que queiram estudar de espírito aberto e boa vontade.

Ao Livro dos Espíritos juntemos O Evangelho Segundo o Espiritismo, e teremos um valioso roteiro a iluminar-nos a caminhada.

Estudemos e pratiquemos porque a verdadeira educação só se faz pelo exemplo. E não esqueçamos que ninguém dá o que não tem.

Ninguém educa os outros se, antes de mais, não se educa a si mesmo.

por Maria de Lurdes Duarte

Fonte: http://www.oconsolador.com.br/ano12/591/ca5.html

TRISTEZA E INFÂNCIA



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Não basta saber, é preciso aplicar. Não basta querer, é preciso também agir. Goethe


As emoções tomam parte na vida de todas as pessoas. A tristeza, então, ainda que malvista pela sociedade, é uma emoção natural tal qual a alegria, a ira e o medo. Estar triste cumpre uma função adaptativa e relevante para o equilíbrio emocional do ser humano. De fato, se soubermos manejar a tristeza, esta emoção nos auxiliará a superar muitos dos problemas que irão aparecer ao longo da vida.

A tristeza, já na infância, implica aprendizado importante, porque é emoção tão normal à criança como a alegria ou o vibrante estado de ânimo ou curiosidade. Toda criança necessita experimentar a tristeza, pois isso coopera com a construção de uma personalidade forte, empática e sensível ao mesmo tempo.

No dia a dia, uma criança pode sentir-se triste devido a acontecimentos diversos: uma mudança de casa, uma mudança de escola, uma viagem longa de um dos pais, a morte do animalzinho de estimação…

Em relação à tristeza, os pais ajudam a criança simplesmente permitindo que ela expresse seu pesar, sua necessidade de choro ou de um episódico recolhimento.

Sentir-se triste nunca é sinal de debilidade, mas um estado emocional que todos nós estamos sujeitos. 
Por isso, quando você perceber seu filho triste, procure compartilhar com ele o que você faz quando está triste, oferecendo, dessa maneira, subsídios para o enfrentamento da sua própria tristeza, escutando-o com respeito e  atenção, porque é muito significativo saber que temos tempo e espaço para nos colocar diante de nossos pais quando somos pequenos. 
Sobre a raiva, o medo, a tristeza, os pais nunca podem esquecer que é uma atitude violenta rir ou menosprezar os dramas das crianças, pois o sofrimento nos alcança desde a tenra idade.
Por fim, quando estamos diante de uma criança triste, simplesmente lançar mão do silêncio e de um abraço – um abraço é sempre terapêutico porque ajuda a criança a se sentir segura, reduzindo tensão, revigorando vontade e autoestima, que são elementos que impulsionam naturalmente a superação da tristeza – emoção básica e que cresce em nós sempre que perdemos algo, nos sentimentos sozinhos ou rejeitados.
Notinhas

Para muitos de nós, testemunhar nossos filhos pequenos chorarem, ou vê-los tendo uma explosão de raiva é difícil. Nós sentimos sua dor, mas também nos sentimos desconfortáveis e só queremos fazê-los parar. Essa é uma reação muito compreensível. Contudo, nossos filhos, e desde pequenos, precisam expressar seus sentimentos. (nosso trabalho como pais e educadores não é reprimir suas emoções, mas trabalhar sabiamento em como eles podem expressar esses sentimentos, sem que eles tornem grandes desgastes emocionais  - Elaine Saes)  Precisam aprender que não há nada de errado em sentir tristeza, raiva, medo. Pois sentimentos que são expressados não ficam reprimidos e essa é uma rica lição para as crianças aprenderem desde cedo na vida. Além disso, o contato com os sentimentos ajudará a criança a aprender a regular a intensidade deles. No futuro, serão pessoas mais capazes de fazer escolhas acertadas com relação ao que sentem.
Os filhos têm os pais como espelhos. Se os pais transmitirem mensagens de equilíbrio ou mesmo de busca por equilíbrio, é isso que será assimilado pelos pequenos. Quando a criança está triste, oriente-a a ter respirações profundas, acomode-a perto de você, sinta o seu coração e a ajude a se equilibrar oferecendo a si mesmo como referência.

por Eugênia Pickina

Fonte : http://www.oconsolador.com.br/ano12/591/cincomarias.html

domingo, 14 de outubro de 2018

O EVANGELIZADOR E A BASE DOUTRINÁRIA


Muitas vezes, a tarefa de Evangelização Espírita Infantojuvenil não é percebida com o devido valor e importância, dentre as atividades desenvolvidas nos Centros Espíritas. Perpassando pelo estudo doutrinário para adultos, palestra, explanação do Evangelho, fluidoterapia, reuniões mediúnicas, atendimento fraterno, entre outras, as atividades de Evangelização podem parecer, para muitos, uma mera tarefa de cuidar das crianças ou entreter os jovens, enquanto os adultos participam de outras atividades na Casa.

Ledo engano para esses que ainda não conhecem a dimensão das atividades do Departamento de Infância e Juventude dentro de um Centro Espírita, para o Movimento Espírita e para a sociedade em geral.

Dentro de uma visão atual e abrangente, conforme nos propõe Cezar Braga Said, a evangelização tem como finalidade o desenvolvimento da Espiritualidade com vistas à formação do homem de bem – precursor da aristocracia intelecto-moral.Ou seja, a atividade de evangelizar crianças e jovens, sob a ótica Espírita, tem como objetivo primordial o desenvolvimento da percepção de si mesmo enquanto Espírito imortal, na busca da vivência cotidiana da Espiritualidade, maneira pela qual será possível formar verdadeiramente homens de bem, precursores de uma Nova Era, em que inteligência e moralidade caminhem lado a lado, como regra comum de bem proceder e transformadora da sociedade.

Observando a grandiosidade da tarefa de evangelizar é possível logo perceber que ela não poderá ser confiada para pessoas despreparadas, apenas com boa vontade e gosto pelo trabalho com jovens e/ou crianças. Muito pelo contrário, é tarefa que requer, além da boa vontade, a busca de aprimoramento contínuo para atuação consciente enquanto evangelizador, demonstrando comprometimento com o trabalho assumido.1

Nesse aspecto, queremos destacar a importância do conhecimento das bases doutrinárias do Espiritismo como requisito fundamental para qualquer tarefa que se assuma no Centro Espírita, mas aqui, em especial, para o Evangelizador Espírita. Tendo o Espiritismo como princípio basilar a proposição do uso da fé raciocinada, pressupõe que devemos crer somente naquilo que tenha feito sentido para a nossa razão, que esteja conforme o nosso entendimento e a nossa compreensão. Percebemos então que não podemos crer, verdadeiramente, naquilo que desconhecemos ou que conhecemos de forma superficial.

Nessa linha de raciocínio, não podemos conceber que alguém assuma uma atividade de divulgação de princípios em que não acredita ou não compreende por inteiro. Ou seja, o Evangelizador é um divulgador da Doutrina Espírita e, para tal, deve estar preparado para transmitir, com fidelidade, conteúdos e conceitos que baseiam todo o conhecimento que permitirá uma visão e compreensão ampliada acerca da vida, suas relações e suas consequências, conforme nos permite o Espiritismo.

Aprofundando um pouco mais nossa reflexão, verificamos que através do estudo sério das obras básicas da Codificação teremos a oportunidade de identificação com os princípios espíritas, que nos permitirá criar uma identidade verdadeiramente espírita e, a partir daí, construir um padrão de vida e conduta neles pautados, construir um paradigma espírita de visão de mundo e de vida.
 
Alcançando esse patamar, estaremos em consonância com a reflexão de Allan Kardec, quando afirma que reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más.2

Seremos, então, bons espíritas, realizando um trabalho digno de divulgadores do Espiritismo.

No trabalho prático, enquanto Evangelizadores, estaremos capacitados a escolher adequadamente temas a serem estudados nos encontros de Evangelização, selecionaremos com apurado critério as fontes de pesquisa que embasarão nossas atividades, estaremos motivados a buscar o aperfeiçoamento necessário para aprimorar recursos pedagógicos a serem utilizados e, em especial, desenvolveremos, pouco a pouco, conduta exemplar que se refletirá, sem sombra de dúvida, em motivação transformadora para os nossos evangelizandos.

Seremos referenciais de seguidores do Cristo, que trabalham com dedicação e alegria para a implantação do Seu Reino, na Terra.

Referências:
1 SAID, Cezar Braga. Os desafios da Evangelização Espírita. Curitiba: FEP, 2018. cap. 13.
2 KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 131. ed. Brasília: FEB, 2013. cap. XVII, item 4.
Fonte http://www.mundoespirita.com.br/?materia=o-evangelizador-e-a-base-doutrinaria

A MISSÃO DOS PAIS

(…) os Espíritos dos pais têm por  missão desenvolver os de seus
filhos pela educação. Constitui-lhes isso uma tarefa.1

Se as várias áreas de estudo do comportamento e desenvolvimento humano denotam, de há muito, o papel fundamental desempenhado pelos pais na educação e, consequentemente, na vida dos filhos, a Doutrina dos Espíritos reforça e amplia o entendimento dessa responsabilidade, trazendo à tona o reconhecimento de que a infância é, para o Espírito, especial período para o seu desenvolvimento onde ele2 é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento, para o que devem contribuir os incumbidos de educá-lo, denotando também a responsabilidade dos pais nesse processo.

Outra afirmativa da Espiritualidade superior corrobora, ainda, a grande tarefa da paternidade, ante a resposta à pergunta formulada por Allan Kardec3:

Nenhuma influência exercem os Espíritos dos pais sobre o filho depois do nascimento deste?

Ao contrário: bem grande influência exercem. Conforme já dissemos, os Espíritos têm que contribuir para o progresso uns dos outros. Pois bem, os Espíritos dos pais têm por missão desenvolver os de seus filhos pela educação. Constitui-lhes isso uma tarefa. Tornar-se-ão culpados, se vierem a falir no seu desempenho.

Cientes assim da responsabilidade da mãe e do pai para com seus filhos, observamos, ao longo do tempo, mudanças no seu desempenho, a mulher ampliando o seu papel social, assumindo, além das tarefas do lar e da maternidade, também um importante papel na sociedade, tornando-se extremamente ativa e participativa no mercado de trabalho. Por outro lado, o homem cada vez mais auxiliando e compartilhando das tarefas domésticas, em especial, a educação dos filhos.

Passa o homem a perceber-se não somente como provedor dos recursos materiais para a subsistência familiar, como autoridade dentro do lar, papéis hoje divididos com a figura da mulher, mas também como responsável pelo cuidado e educação dos filhos. Vemos, dessa forma, pais interessados em informar-se sobre métodos de educação, buscando cursos, vídeos, livros, recursos diversos que os auxiliem no melhor desempenho do seu papel enquanto educadores de seus filhos.

Contudo, em particular, encontramos pais cada vez mais sensibilizados para a consciência de que o seu exemplo de conduta será o recurso chave para a formação moral do Espírito que lhes está confiado por Deus, com vistas à sua condução pelas sendas do bem, consoante a afirmativa de Kardec de que a educação moral4 consiste na arte de formar caracteres, a que incute hábitos, porquanto a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos.

Sendo assim, observamos pais preocupados quanto aos seus atos, aos seus costumes, suas atitudes em sociedade, seus hábitos, que são objeto de observação e de referência na formação dos filhos que lhes compartilham o cotidiano dentro e fora do lar.

Constatamos aí a sabedoria e bondade divinas, ensejando a oportunidade de que reforme os seus próprios caracteres o homem adulto, que assume esse papel na condição de pai. Oportunidade de romper com as barreiras do egoísmo; de olhar mais para o próximo que lhe chega na condição de filho e lhe proporcione a própria mudança de hábitos, visando o bem e o desenvolvimento deste último.  Por isso, abre mão, muitas vezes, de seus prazeres e de sua vontade, em função do pequeno ser que lhe requer cuidados, atenção, dedicação e, principalmente, exemplos de retidão, honradez e condutas adequadas para a sua formação moral. Tudo isso com vistas ao desenvolvimento e progresso desse Espírito que lhe foi confiado por empréstimo pela misericórdia divina. É o amor ao próximo ensejando o próprio bem da criatura.

Cada vez mais conscientes, tanto pais quanto mães, de que5 a melhor escola ainda é o lar, onde a criatura deve receber as bases do sentimento e do caráter, encontrarão certamente desafios para o adequado desempenho de suas tarefas, que requerem a sua própria transformação íntima.

Terão, por certo, o amparo constante da Espiritualidade amiga a lhes inspirar os bons propósitos, como também a Doutrina Espírita no papel do Consolador enviado por Jesus a nortear os seus caminhos.

Referências:
1 KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 33. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1974. pt. II, cap. IV, item 208.
2______. Op. cit. pt. II, cap. VII, item 383.
3______. Op. cit. pt. II, cap. IV, item 208.
4______. Op. cit. pt. III, cap. III, item 685ª.
5 XAVIER, Francisco Cândido. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 14. ed. pt. I, cap. V, q. 110.

Fonte http://www.mundoespirita.com.br/?materia=a-missao-dos-pais

TODO DIA É DAS CRIANÇAS - Jornal Mundo Espírita


A Terra recepciona atualmente a quinta geração de profitentes
do Espiritismo, composta de número maior de criaturas que receberão
a responsabilidade espírita pela segunda vez.
Carlos Lomba1
A grande responsabilidade da tarefa de educação de nossas crianças é tema de consenso geral em nossa sociedade. Estudada e debatida constantemente, tendo em vista o reconhecimento em ser essa fase da vida de capital importância para o desenvolvimento do ser humano, contribuindo especialmente para a formação do caráter do indivíduo, como também para o seu desenvolvimento intelectual.

Buscando cada vez mais recursos para bem educar os filhos, esforçam-se os pais em melhor se preparar, participando de cursos preparatórios para a maternidade e paternidade, adquirindo literatura específica que auxilie na tarefa educativa, assistindo vídeos e palestras de especialistas no assunto, debatendo e discutindo com profissionais e também pais, que passam pela mesma experiência do desafio da educação dos filhos.

Em especial, aqueles de nós que somos pais espíritas, temos o alertamento da espiritualidade amiga, desde a Codificação da Doutrina Espírita, sobre a importância da educação das crianças e jovens, bem compreendida como a arte de manejar caracteres2, conforme afirmativa do próprio Codificador, Allan Kardec, assim como em diversas obras complementares que fazem tratativas sobre o assunto.

Da mesma forma,a missão dos pais é claramente explicitada tanto em O Livro dos Espíritos como em O Evangelho Segundo o Espiritismo, trazendo a certeza de que os filhos são confiados por Deus para serem bem encaminhados na senda do progresso a que está destinado todo Espírito.

Codificada a Doutrina Espírita há mais de 160 anos, importante reflexão nos traz o Espírito Carlos Lomba, lembrando que muitos dos Espíritos que reencarnam hoje serão espíritas pela segunda vez aqui no plano terreno. Responsabilidade para esses reencarnantes, que trazem em sua bagagem o conhecimento doutrinário, que vinca a alma de profundas e claras percepções que transpõem a força amortecedora da carne3, ou seja, permanecem norteando a existência do Espírito, mesmo quando mergulhado na matéria densa do corpo físico. Porém, responsabilidade também para os pais e famílias que os recebem em seus lares, trabalhadores do movimento espírita, em especial, evangelizadores de infância e juventude e da sociedade em geral.

Para os pais, responsabilidade aumentada,cientes de que os pequeninos que acolhem em seus braços são, possivelmente, velhos companheiros conhecedores das verdades eternas reveladas pela Doutrina Espírita, e que irão necessitar do seu esforço e dedicação para que consolidem dentro de si esses conhecimentos, solidificando valores e continuando a sua caminhada iluminados pelos roteiros de luz que a revelação espírita oferece.

Responsabilidade em oportunizar a essas crianças um ambiente doméstico harmonizado pelos laços do afeto, do respeito, do esforço contínuo para a vivência dos valores evangélicos, coroado de luzes através da conexão com a espiritualidade superior por meio da prece cultivada rotineiramente dentro do lar. Acesso à prática dos ensinamentos de Jesus e dos postulados espíritas no lar, mas também através da freqüência no Centro Espírita, conduzindo-os às atividades de evangelização específicas para sua faixa etária, assim como exemplificando pelo próprio trabalho nas diversas tarefas da Casa e do Movimento, demonstrando responsabilidade e dedicação para com o tesouro que lhes foi confiado.

 Ainda, com certeza, no exemplo de sua conduta na sociedade em que estão inseridos, seja no ambiente de trabalho ou no círculo social ao qual pertencem, demonstrando ações compatíveis com os ensinamentos de Jesus.

Desafio também para os evangelizadores de infância e juventude que receberão crianças e jovens que trazem latentes em seu imo esses conhecimentos que precisam ser despertados, cultivados, bem direcionados, para não correrem o risco de deixar a semente adormecida sem que produza os frutos devidos. Trabalhadores que precisarão de muito mais esforço no preparo das atividades a serem desenvolvidas, mas, principalmente, que sejam referências positivas de dedicação, alegria, otimismo e convicção sobre o que ensinam.

Reproduzindo as palavras de Carlos Lomba:

Um exemplo de alguém, uma página isolada, um livro que se dá, um fato esclarecedor, uma opinião persuasiva, uma contribuição espontânea, erigir-se-ão, muita vez, por recurso mais ativo na excitação dessas mentes para a verdade, catalisando-lhes as reações de reminiscências adormecidas, que ressoarão à guisa de clarins na acústica da alma.1

É esse um importante alertamento sobre o valor da ação de cada um de nós junto a essa nova geração de crianças que está, provavelmente, aguardando nossa atenção, nosso estímulo, nosso exemplo para dar seguimento ao trabalho iniciado em encarnações pregressas, rumo à consolidação do aprendizado que lhes propiciará alçar novos voos.

Façamos de todos os dias, o dia especial de atenção e dedicação às nossas crianças!

Referências:
1 DUSI, Miriam Masotti et al. Sublime sementeira: Evangelização Espírita Infantojuvenil. Brasília: FEB, 2012. pt. 2, cap. 8, p. 140.
2 KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 81. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2001. pt. 3, cap. XII, perg. 917.
3 DUSI, Miriam Masotti et al. Sublime sementeira: Evangelização Espírita Infantojuvenil. Brasília: FEB, 2012. pt. 2, cap. 8, p. 139.

Fonte http://www.mundoespirita.com.br/?materia=todo-dia-e-das-criancas

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

A INFÂNCIA E AS TECNOLOGIAS – PAIS, TODO CUIDADO É POUCO!

As crianças de 8 a 12 anos que vivem conectadas à Internet constituem o grupo mais vulnerável para um abusador sexual. Segundo especialistas mencionados pelo diário “La Nación” de Buenos Aires, os pais que começam a se preocupar com a vida virtual de seu filho quando esse faz 12 anos estão chegando atrasados. Segundo Sebastián Bortnick, presidente da ONG argentina Cibersegura, que propôs a lei que transformou em delito a caça sexual a menores pela Internet e outros meios eletrônicos, “é preciso prestar atenção mais cedo, pois a partir dos 8 anos já correm risco”, disse. [1]

Os perigos são reais, vejamos: os argentinos estão comovidos com o assassinato de Micaela Ortega, uma adolescente de 12 anos, encontrada morta no final de semana, após permanecer 35 dias desaparecida. Segundo fontes oficiais, ela conheceu o assassino no Facebook. O promotor que investiga o caso, Rodolfo De Lucia, contou à imprensa que “Luna”, o assassino, convenceu Micaela a acompanhá-lo, dizendo que a levaria para a casa de uma amiga, a mesma que “Luna” inventou no Facebook. [2]

Para os estudiosos da temática, quase 70% das crianças (meninos e meninas) entre 10 e 12 anos, já criaram um perfil numa rede social. Naturalmente ainda são crianças, entretanto não estão mais na infância. Convivem ou sobrevivem absorvidas por emblemáticas relações virtuais, com escasso contato com o mundo real e ignoram os gravíssimos perigos que os cerca. Recordo que 50 anos atrás nos agrupávamos para brincar na casa de um amigo, de um parente, na rua ou na praça, contudo hoje em dia as crianças se agrupam nas redes virtuais (sem noção de realidade).

Desde a popularização do rádio – inventado por Marconi, em 1895 e disseminado em grande parte do mundo até as décadas de 30 e 40 – da expansão da TV, inventada por John Baird em 1925, e disseminada no Brasil a partir dos anos 50 e da invasão da Internet, a partir da década de 90 – com a criação dos sistemas de rede (web) – atribuída a Tim Berners Lee, o nível de informação das pessoas aumentou consideravelmente. Mesmo aqueles considerados ignorantes na sociedade atual detêm um volume de informação muito maior que há cinco décadas.” [3]

Em tempos de cibernética é urgente monitorarmos nossos filhos sob às regras necessárias da vigília cristã, antes que nossos rebentos completem os 11 anos. Agindo assim, podemos instrumentalizá-los de consciência  crítica, a fim de lidarem com o mundo virtual, conduzindo-os à vigilância diante das arapucas advindas pela Internet.

Consequentemente, é imperioso explicar aos filhos sobre os perigos das redes sociais (Facebook, Instagram ou Snapchat), investigar diariamente o que eles acessam na Internet, o que assistem (filmes), o que ouvem (músicas) e com quem articulam mensagens. Urge fazer isso de forma amorosa, numa relação de proteção. Esse procedimento dos pais acarretará benefício aos filhos e eles perceberão que estamos cautelosos e que podem dialogar conosco sobre o que fazem e com quem conversam nos universos virtuais.

Seguramente, os pais que negligenciaram até aqui o controle das viagens dos filhos nas trilhas dos smartphones, notebooks, tablets etc., quando começarem a monitorar ficarão espantados ao adentrarem nos perfis e correspondências dos filhos (menores de 12 anos). Há cem por cento de chance de descobrirem correspondências incomodativas por lá. Toda cautela é pouca! Lembrando que no monitoramento não pode haver suspensões hostis quanto ao uso da tecnologia, até porque a “coisa proibida” é mais sedutora para eles. É necessário dimensionar aos filhos a confiança de que estão sendo vigiados para o seu próprio bem.

Apoiados no bom senso doutrinário, é importante aprendermos a enfrentar os desafios cibernéticos, com a intenção de procurar a verdade e de esclarecer nossos filhos. É bastante salutar que saibamos separar o trigo do joio. A Internet, a despeito das informações incorretas, das agressões, das infâmias, da degradação e do crime, é sem dúvida um instrumento de grandiosas realizações que dignificam o homem e preparam a sociedade para um porvir mais promissor, e nossos filhos não podem estar alheios a isso.

Vivemos num estágio social em que o mundo virtual é quase o real, mas ele nos surge como sonho. Alguns sonham com cuidado, outros se perdem nos conflitos dos delírios oníricos. Em todos esses estágios há o perigo disso virar pesadelo. Esse é o preço que a sociedade contemporânea paga pelo avanço das tecnologias, apesar de muitos cidadãos ainda não terem se dado conta de que seus atos pelas vias virtuais estão estabelecendo desastres morais de consequências imprevisíveis.

A Internet permitirá um contato mais rico com a monumental obra espírita. Hoje é possível elaborar cursos interativos, por exemplo, uma discussão das obras espíritas clássicas, assinalando links relevantes entre os diferentes textos, e com comentários feitos por autores consagrados. Os livros da Codificação podem ser disponibilizados em hipertexto, em versões de fácil consulta. Relatos específicos podem ser colecionados e indexados para pesquisa rápida etc. etc. etc.

Mas cuidado! Ora, se devemos prestar atenção redobrada ao atravessar uma avenida de trânsito intenso, devemos ter a máxima cautela ao navegar na web, pois os perigos são reais. Também nós adultos devemos estar atentos para evitar cair em emboscadas cibernéticas. Mas apesar dos riscos e temeridades, não devemos demonizar as novas tecnologias tal qual fazia a Inquisição na Idade Média, queimando os livros e dilacerando a cultura.

Jorge Hessen
Brasília-DF
Referências:

fonte http://aluznamente.com.br/a-infancia-e-as-tecnologias-pais-todo-cuidado-e-pouco/
A Luz na Mente - Revista on-line - Artigos espíritas

domingo, 7 de outubro de 2018

OS PAIS SÃO RESPONSÁVEIS PELO DESENVOLVIMENTO DOS VALORES DOS FILHOS


Atualmente paira sobre as famílias modernas uma grave ameaça em torno da cultura do prazer. O instituto familiar necessita de grande choque de modelo e, sobretudo, de muito apoio religioso para alcançar seu equilíbrio moral. Infelizmente, muitos pais querem que os filhos tenham prazer sem responsabilidade. Sobre isso, o psiquiatra Içami Tiba afirma: “as drogas são maneiras fáceis de conseguir “prazer”. O jovem não precisa fazer nada, apenas ingeri-la. Os filhos estão sendo educados para que usem drogas.”(1) Os pais têm oferecido tudo aos filhos sem exigir responsabilidade em troca, sem exigir que eles mantenham uma disciplina moral.

Os pais são responsáveis pelo desenvolvimento dos valores dos filhos e não devem apostar na escola para exercer essa tarefa. Para Içami, “as crianças viraram batatas quentes: os pais as jogam na mão dos professores, os professores devolvem aos pais.”.(2) O psiquiatra reafirma que “um pai de verdade é aquele que aplica em casa a cidadania familiar. Ou seja, ninguém em casa pode fazer aquilo que não se pode fazer na sociedade. É preciso impor a obrigação de que o filho faça isso, destarte, cria-se a noção de que ele tem que participar da vida comunitária.”.(3)

Os pais precisam fazer com que os filhos entendam que eles têm que cumprir sua parte para usufruir as benesses do amor. Os pais precisam exigir mais. “O exigir é muito mais acompanhar os limites, daquilo que o filho é capaz de fazer.”. Para Içami Tiba, se “Você quer educar? Seja educado. E ser educado não é falar “licença” e “obrigado”. Ser educado é ser ético, progressivo, competente e feliz.”.(4)

Os espíritas sabem que a fase infantil, em sua primeira etapa, é a mais importante para a educação, e não podemos relaxar na orientação dos filhos, nas grandes revelações da vida. Sob nenhuma hipótese, essa primeira etapa reencarnatória deve ser enfrentada com insensibilidade. De 0 até 7 anos, aproximadamente, é a fase infantil mais acessível às impressões que recebe dos pais, razão pela qual não podemos esquecer nosso dever de orientar os filhos quanto aos conteúdos morais. “O pretexto de que a criança deve desenvolver-se com a máxima noção de liberdade pode dar ensejo a graves perigos. Já se disse, no mundo, que o menino livre é a semente do celerado.”.(5)

Se não observarmos essas regras, permitimos acender para o faltoso de ontem a mesma chama dos excessos de todos os matizes, que acarretam o extermínio e o delito. “Os pais espiritistas devem compreender essa característica de suas obrigações sagradas, entendendo que o lar não se fez para a contemplação egoística da espécie, mas sim para santuário onde, por vezes, se exige a renúncia e o sacrifício de uma existência inteira.”.(6)

Principalmente a mãe, que segundo Emmanuel, “deve ser o expoente divino de toda a compreensão espiritual e de todos os sacrifícios pela paz da família. A mãe terrestre deve compreender, antes de tudo, que seus filhos, primeiramente, são filhos de Deus. Desde a infância, deve prepará-los para o trabalho e para a luta que os esperam. Desde os primeiros anos, deve ensinar a criança a fugir do abismo da liberdade, controlando-lhe as atitudes e concentrando-lhe as posições mentais, pois essa é a ocasião mais propícia à edificação das bases de uma vida. Ensinará a tolerância mais pura, mas não desdenhará a energia quando seja necessária no processo da educação, reconhecida a heterogeneidade das tendências e a diversidade dos temperamentos.”.(7)

A mãe “não deve dar razão a qualquer queixa dos filhos, sem exame desapaixonado e meticuloso das questões, levantando-lhes os sentimentos para Deus, sem permitir que estacionem na futilidade ou nos prejuízos morais das situações transitórias do mundo. Na hipótese de fracassarem todas as suas dedicações e renúncias, compete às mães incompreendidas entregar o fruto de seus labores a Deus, prescindindo de qualquer julgamento do mundo, pois que o Pai de Misericórdia saberá apreciar os seus sacrifícios e abençoará as suas penas, no instituto sagrado da vida familiar.”.(8)

Os filhos rebeldes são filhos de nossas próprias obras, em vidas anteriores, cuja Bondade de Deus, agora, concede a possibilidade de se unir a nós pelos laços da consanguinidade, dando-nos a estupenda chance de resgate, reparação e os serviços árduos da educação. Dessa forma, diante dos filhos insurgentes e indisciplináveis, impenetráveis a todos os processos educativos, “os pais depois de movimentar todos os processos de amor e de energia no trabalho de orientação deles, é justo que esperem a manifestação da Providência Divina para o esclarecimento dos filhos incorrigíveis, compreendendo que essa manifestação deve chegar através de dores e de provas acerbas, de modo a semear-lhes, com êxito, o campo da compreensão e do sentimento.”.(9)

Os pais, após esgotar todos os recursos a bem dos filhos e depois da prática sincera de todos os processos amorosos e enérgicos pela sua formação espiritual, sem êxito algum, “devem entregá-los a Deus, de modo que sejam naturalmente trabalhados pelos processos tristes e violentos da educação do mundo. A dor tem possibilidades desconhecidas para penetrar os espíritos, onde a linfa do amor não conseguiu brotar, não obstante o serviço inestimável do afeto paternal, humano. Eis a razão pela qual, em certas circunstâncias da vida, faz-se mister que os pais estejam revestidos de suprema resignação, reconhecendo no sofrimento que persegue os filhos a manifestação de uma bondade superior, cujo buril oculto, constituído por sofrimentos, remodela e aperfeiçoa com vistas ao futuro espiritual.”.(10)
Jorge Hessen

www.jorgehessen.net

Referências bibliográficas:
 
(1)           Entrevista com Içami Tiba, psiquiatra , autor de livros como “Adolescentes: quem ama educa!” e “Disciplina: Limite na Medida Certa” disponível em http://delas.ig.com.br/filhos/educacao/nos+educamos+os+filhos+para+que+eles+usem+drogas/n1597078796088.html
(2)           idem
(3)           idem
(4)           idem
(5)           XAVIER, Francisco Cândido. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995,Perg. 113
(6)           idem
(7)           _______, Francisco Cândido. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995,Perg. 189
(8)           idem
(9)           _______, Francisco Cândido. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995,Perg. 190
(10)         _______,XAVIER, Francisco Cândido. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995,Perg. 191

Fonte http://aluznamente.com.br/os-pais-sao-responsaveis-pelo-desenvolvimento-dos-valores-dos-filhos/

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