segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Parábola da Casa Sobre a Rocha e a história dos Três Porquinhos


Muitos de nós já devem ter lido ou ouvido fábulas, histórias carregadas de ensinamentos morais e nas quais os animais têm comportamento humano, ou seja, pensam, falam e agem. Várias delas são famosas, como A Cigarra e a Formiga, do escritor grego Esopo (620 a.C – 564 a.C); e A Raposa e as Uvas, do francês La Fontaine (1621 – 1695).
Talvez uma das mais famosas fábulas seja Os Três Porquinhos. Pelo que pesquisei, as primeiras edições datam do século 18. Imagina-se, no entanto, que a história seja muito mais antiga. E veremos daqui a pouco que, de fato, essa informação se confirma. E como! 
Segundo a enciclopédia virtual Wikipedia, tal fábula foi divulgada pela primeira vez em 1853 pelo escritor australiano Joseph Jacobs. Ele era folclorista e morou na Inglaterra um bom tempo, onde resgatou e publicou contos tradicionais que eram passados oralmente de geração em geração. Mas a história só se tornou mundialmente conhecida quando foi transformada em desenho animado pelo americano Walt Disney, em 1933. 
Os três porquinhos que dão título à fábula são irmãos. Aqui no Brasil, ficaram conhecidos pelos nomes de Heitor, Cícero e Prático. 
Segundo a história, ao receberem uma herança, os três irmãos suínos decidiram cada um construir sua própria casa. É o sonho da casa própria, que, pelo visto, é tão antigo quanto a história. 
Cícero, o porquinho mais preguiçoso, construiu uma casa à base de palha e lama. Heitor, também não muito afeito ao trabalho, fez uma cabana de madeira; contudo, não usou prego e aço. Já Prático fez uma morada como manda o figurino. Hoje em dia, diríamos que ele utilizou tijolo, cimento, vidro, telha etc. 
Aí entra o quarto personagem, que ainda não é Jesus Cristo, mas um lobo faminto. 
Lobos são carnívoros, e nosso amigo de dentes pontiagudos decerto ficou com a boca cheia d’água quando viu tanta carne suína à disposição. O que ele fez? Foi ao encalço de Heitor, que saiu correndo e se trancou em casa, tremendo de medo. O lobo, então, soprou, soprou e a casa de palha e lama foi ao chão. Mais do que depressa, Heitor refugiou-se na casa de Cícero. Ficaram os dois lá, morrendo de pavor de serem devorados. O lobo novamente soprou, soprou e a casa de madeira meramente encaixada também tombou. Os dois irmãos, correndo do lobo em desabalada carreira, se abrigaram na casa de Prático, feita com toda segurança e infraestrutura. Ficaram os três lá dentro. Cícero e Heitor ainda com medo. Prático não. 
Novamente o lobo soprou até não poder mais. Só que a casa, resistente, manteve-se de pé. O lobo, que não era bobo, resolveu esperar a chegada da noite e entrou na casa descendo pela chaminé. Foi quando sentiu cheiro de queimado. Era Prático, o porquinho safo, que fervia água num caldeirão e, assim, queimava a cauda do malvado canídeo, que fugiu assustado e nunca mais voltou. Os três porquinhos, então, viveram felizes para sempre. 
Disse, há algumas linhas, que a história dos três porquinhos é antiga. Bem antiga, aliás. Muito mais do que possamos supor. Na verdade, é uma história constante da Bíblia. Mais precisamente, do Novo Testamento. E contada pelo próprio Jesus Cristo. 
Nos Textos Sagrados, não encontraremos o Mestre falando sobre porquinhos às voltas com um lobo esfomeado. Mas a história, sob outra roupagem, é da autoria do Meigo Rabi. Está presente nos Evangelhos de Lucas (capítulo 6, v. 47 a 49) e Mateus (capítulo 7, v. 24 a 27). Vou utilizar o texto de Lucas:  
Qualquer que vem a mim, e ouve as minhas palavras, e as pratica, eu vos mostrarei a quem é semelhante.
É semelhante ao homem que edificou uma casa, e cavou, e abriu bem fundo, e pôs os alicerces sobre a rocha; e, vindo a enchente, bateu com ímpeto a corrente naquela casa e não a pôde abalar, porque estava fundada sobre a rocha.
Mas o que ouve e não pratica é semelhante ao homem que edificou uma casa sobre a areia, sem alicerces, na qual bateu com ímpeto a corrente, e logo caiu; e foi grande a ruína daquela casa. 
Eis aí a conhecida Parábola da Casa Sobre a Rocha. Trocaram o homem por três adoráveis suínos e as intempéries por um lobo. Mas a moral é a mesma. 
Não importa a troca. Importa constatar como os ensinamentos do Cristo estão inseridos no inconsciente coletivo da humanidade. Tanto que viajam através do tempo e ganham o mundo ocidental por meio de um desenho animado produzido na década de 30 do século 20.
Parte extraído http://www.oconsolador.com.br/ano9/438/ca6.html

Pequeno Espírita


Que
“A reencarnação é a volta da alma ou Espírito à vida do corpo, mas em outro corpo especialmente formado para essa alma ou esse Espírito?
 Sim, e esse novo corpo não tem nada de igual com o corpo que essa alma ou esse Espírito teve na vida anterior.”

Trecho de: Kardec, Allan. “O Evangelho Segundo o Espiritismo.” 


quarta-feira, 28 de outubro de 2015

LÉON DENIS (1846/1927)

Um dos mais extraordinários espíritas de todos os tempos.

Sucessor e propagador da obra de Allan Kardec, a qual am- pliou em termos filosóficos.

Seus elevados conceitos doutrinários, alicerçados na mais pura moral cristã e nos ensinamentos dos espíritos, lançaram novas luzes sobre a Doutrina Espírita, que enfrentava, na época, a contestação e o desprezo de grupos religiosos e científico- materialistas. Léon Denis a todos respondia com a sua mais pura naturalidade, baseando-se nos ensinamentos do Cristo e na mais alta inspiração dos seus mentores, que, como ele próprio confes- sava, nessas horas nunca o abandonaram.

Era também um orador excepcional que sempre atraía multi- dões. Sua vida era regrada pelos exemplos do Divino Mestre, tendo para todos e a qualquer momento sempre uma palavra de ânimo, quando não a própria ajuda material que para ele mesmo já era escassa.

Atrás de si deixou o exemplo da caridade, da renúncia e do trabalho.

Sua obra doutrinária é básica e enfoca os problemas da angústia e da dor, a destinação do homem e a maneira de com- preender e equacionar os obstáculos da vida terrena.

Destacamos as seguintes obras de sua autoria: Depois da morte, Cristianismo e Espiritismo, Joana D’Arc médium, O porquê da vida e No invisível. Desencarnou trabalhando, aos 81 anos.

Extraido do livro O Problema do Ser - Léon Denis

domingo, 18 de outubro de 2015

Oração

A prece é a força poderosa, não somente para desfazer as insinuações dos maus Espíritos, mas para todas as dificuldades da vida. Ela nos dá mais coragem e resistência nas lutas de cada dia. Convém que as criaturas aprendam a orar, e o façam todos os dias, criando assim um hábito elevado e cristão. Nem Jesus dispensou a oração, e de vez em quando subia ao monte para conversar com Deus. Ele deixou o exemplo e até uma forma de prece que usamos até os dias que correm.

Mas, não é com o simples balbuciar que afastamos os Espíritos malfeitores. É preciso que reformemos os sentimentos, que mudemos de idéias e de comportamento, para sairmos da sintonia dos ignorantes. As próprias pessoas encarnadas se ajuntam por afinidades de idéias, e logo que uma muda sua vida, a outra não encontra mais alegria com a sua companhia. Assim se processa com os desencarnados: a separação vem por força da lei.

Orar é um ato divino, porém, aquele que ora não pode nem deve esquecer o exercício no bem, o aperfeiçoamento espiritual decorrente do saber e do amor. As pessoas obsidiadas não devem se limitar a pedir a Deus que as livre do mal, mas que saiam da faixa desse mal. Pedir é bom, mas mudar a direção da vida para o bem é melhor, é a parte que o doente está fazendo em seu próprio benefício.

A prece nos traz muita claridade espiritual, mas ela pode ser breve. Ela é a resposta da misericórdia de Deus, para nos dar força, de modo a vencer as dificuldades que surgirem em nossos caminhos. Em todas as religiões os profitentes encontram na oração uma segurança, e ela, verdadeiramente, é um bastão que nos ajuda a caminhar, desde quando os pés se esforcem para andar.

Se te sentes acompanhado por Espíritos brincalhões, se percebes que sugestões de Espíritos malfeitores chegam a tua cabeça, procura orar, mas examina se esse tipo de sugestão não está se coadunando com o teu modo de pensar e, se essa for a verdade, muda de pensamentos para que se desviem as insinuações das almas ignorantes e fiques livre das opressões maléficas.

A prece é um poderoso auxilio para afastar más idéias, no entanto, é necessário que junto a ela esteja a nossa boa vontade de servir, de ajudar, de melhorar e de amar do modo ensinado por Jesus. Cumprindo com o dever, todas as criaturas que já entendem o valor da oração e dão continuidade a esse estado d’alma, conservam essa luz que se acende com a prece, vivendo uma vida correta e cheia de amor a Deus e ao próximo.

Se Deus assiste aos que obram, não devemos ficar com as mãos atadas pela inércia; estendamo-las em direção aos que sofrem, aos que choram, aos apedrejados e encarcerados, aos nús e aos famintos, porque, desta forma, a oração torna-se força contínua em nós e em torno de nós, de maneira a destruir, em quem está integrado no bem, todo ambiente que atrai os maus Espíritos. É conhecendo a verdade que nos libertaremos de todo mal. 
Filosofia Espírita X João Nunes Maia – Miramez pg 45

sábado, 10 de outubro de 2015

CREDORES NO LAR


No devotamento dos pais, todos os filhos são jóias de luz; entretanto, para que compreendas certos antagonismos que te afligem no lar, é preciso saibas que, entre os filhos-companheiros que te apóiam a alma, surgem os filhos-credores, alcançando-te a vida, por instrutores de feição diferente.

Subtraindo-te aos choques de caráter negativo, no reencontro, preceitua a eterna bondade da Justiça Divina que a reencarnação funcione, reconduzindo-os à tua presença, através do berço. É por isso que, a princípio, não ombreiam contigo, em casa, como de igual para igual, porquanto reaparecem humildes e pequeninos.

Chegam frágeis e emudecidos, para que lhes ensines a palavra de apaziguamento e brandura.

Não te rogam a liquidação de débitos, na intimidade do gabinete, e, sim, procuram-te o colo para nova fase de entendimento.

Respiram-te o hálito e escoram-se em tuas mãos, instalando-se em teus passos, para a transfiguração do próprio destino.

Embora desarmados, controlam-te os sentimentos.
Não obstante dependerem de ti, alteram-te as decisões com simples olhar.

De doces numes do carinho, passam, com o tempo, à condição de examinadores constantes de tua estrada.

Governam-te os impulsos, fiscalizam-te os gestos, observam-te as companhias e exigem-te as horas.

Reaprendem na escola do mundo com o teu amparo; todavia, à medida que se desenvolvem no conhecimento superior, transformam-se em inspetores intransigentes do teu grau de instrução.

Muitas vezes choras e sofres, tentando adivinhar-lhes os pensamentos para que te percebam os testemunhos de amor.

Calas os próprios sonhos, para que os sonhos deles se realizem. Apagas-te, a pouco e pouco, para que julguem em teu lugar. 

Recebes todas as dores que te impõem à alma, com sorrisos nos lábios, conquanto te amarfanhem o coração.

E nunca possuis o bastante para abrilhantar-lhes a existência, de vez que tudo lhes dás de ti mesmo, sem faturas de serviço e sem notas de pagamento.

***

Quando te vejas, diante de filhos crescidos e lúcidos, erguidos à condição de dolorosos problemas do espírito, recorda que são eles credores do passado a te pedirem o resgate de velhas contas.

Busca auxiliá-los e sustentá-los com abnegação e ternura, ainda que isso te custe todos os sacrifícios, porque, no junto instante em que a consciência te afirme tudo haveres efetuado para enriquecê-los de educação e trabalho, dignidade e alegria, terás conquistado, em silêncio, o luminoso certificado de tua própria libertação.

Emmanuel 

Livro Luz no Lar - Francisco Cândido Xavier - Diversos Espiritos





sexta-feira, 24 de julho de 2015

Família ideal


Enquanto ia para a Evangelização Infantil no Grupo Espírita, Jô lembrou que, em sua Escola, a próxima semana seria a Semana da Família. Ela não gostava dessa data porque seus pais não moravam juntos e, no ano anterior, seu pai trouxe a namorada para a Festa da Escola.

         Quando a aula de Evangelização iniciou, Jô descobriu que o assunto era Família. Ela se escondeu atrás de um livro, pois não queria falar sobre isso.

         Mas logo se interessou pelas fotos e gravuras de várias famílias: algumas com a figura do pai, da mãe, dos filhos e avós; em outras, o pai desencarnou e na foto estavam apenas a mãe e os filhos; havia uma em que os pais se separaram e moram em casas diferentes, e outra em que o filho mora com a mãe e há muito tempo não vê o pai porque ele mora em outro Estado.

         Logo as crianças começaram a contar sobre suas famílias: Fábio mora com os pais e os avós; a mãe de Edu desencarnou e ele mora com o pai; José mora com a mãe e o pai, e seu irmão mais velho mora em outra casa com a esposa e os filhos; Gil mora com a mãe, seu pai mora em outra casa, e seus avós vivem em outra cidade. Jô contou que seus pais se separaram, e que ela mora com a mãe e os irmãos.

         A evangelizadora explicou, então, que família não são apenas as pessoas que moram na mesma casa, mas as que estão unidas por laços de afeto. E que os pais que desencarnaram não deixam de fazer parte da família, apenas estão morando no Mundo Espiritual, e que de lá amam seus filhos e zelam por eles.

         - Então, qual a melhor família? - perguntou Adriana, a evangelizadora.

         Ninguém respondeu. Jô pensou em uma família com pai, mãe e filhos, todos morando na mesma casa.

         A evangelizadora olhou para um aluno e apontou dizendo: - A sua! Apontou para outro e disse a mesma coisa. E assim fez com todas as crianças.

         E concluiu:

         - Não existe uma família ideal. Cada um tem a família certa para si. Existem apenas diferentes tipos de família, cada uma com suas características, mas cada família é especial!

         Aos poucos, as crianças compreenderam que cada um escolhe reencarnar na família que é a mais indicada para o que precisam aprender nesta vida. E que família é um grupo de pessoas que se reúnem para se ajudarem e evoluírem juntas.

         No final da aula, Jô desenhou sua família: a mãe, o pai, os irmãos, e os avós que já desencarnaram; afinal, aquela não era uma família diferente, mas uma família especial, a sua família.


Claudia Schmidt
Seara Espírita nº 84 - novembro de 2005 e Parte do livro Universo Infantil



sexta-feira, 17 de julho de 2015

Otimismo

"Todavia, ninguém falava dele abertamente, por medo dos judeus."


As experiências da vida têm como objetivo o aperfeiçoamento do espírito. Expandir a consciência é o fim para o qual converge toda a vida em suas várias formas de manifestação.

Para viver de maneira altruísta, de forma a extrair a lição que a vida nos dá através das experimentações, é preciso ser corajoso. Ante os embates que se enfrentam na vida social e as dificuldades íntimas, é preciso coragem.

A força capaz de impulsionar o progresso está dentro de cada um dos filhos de Deus.

Recuar ante a grandeza da vida é covardia. Recusar-se a testemunhar o bem maior é atentar contra si mesmo.

O homem é levado pelo caudal das experiências rumo a um futuro cada vez mais brilhante. É chamado a contribuir e construir um mundo melhor. Isso começa naturalmente dentro de si mesmo, através de sua postura íntima.

Há necessidade de se enfrentar a si mesmo. A vida pede respostas. Os obstáculos são colocados no percurso de um atleta a fim de que ele os supere.

Assumir uma situação interior de dignidade é ter coragem de vencer os obstáculos e alcançar a vitória sobre as próprias limitações.

O medo retrai as energias da alma, impedindo o ser humano de progredir.

Pulverizar otimismo nas experiências diárias é um convite que é feito a todo momento.

Não importa a natureza do problema ou a espécie de dificuldade.

Ninguém é incapaz de realizações superiores.

Todos têm em si mesmos os recursos necessários para vencer. Somente tenhamos cuidado para que, a pretexto de sermos vencedores, não magoemos ou firamos aqueles que se consideram vencidos. Havendo a necessidade de subir ou crescer, saibamos respeitar os que se sintonizam com aquilo que chamamos de retarguarda. Todos têm imenso caminho a percorrer, e as possibilidades de vitória ou de derrota estão dentro de cada um.

Tenhamos a coragem de assumir a vitória na vida.

Extraído do livro Serenidade de Robson Pinheiro pelo espírito de Alex Zarthú



domingo, 5 de julho de 2015

É PELA “EDUCAÇÃO”, MAIS DO QUE PELA “INSTRUÇÃO”

Educação

Algumas propostas sócio pedagógicas atuais são elogiáveis para instruir e formar o homem, entretanto “é pela educação, mais do que pela instrução, que se transformará a humanidade”. [1] Para o notável Allan Kardec, “há um elemento que não se ponderou bastante, e sem o qual a ciência econômica não passa de teoria: a educação. Não a educação intelectual, mas a moral, e nem ainda a educação moral pelos livros, mas a que consiste na arte de formar o caráter, aquela que cria os hábitos adquiridos”. [2]
O que identificamos de forma generalizada é o absoluto distanciamento dos pais contemporâneos ao nível de educação dos filhos nesse sentido. De regra, transferem suas responsabilidades para as escolas ou para o Estado, enquanto eles, os pais,  é que tinham que ensinar aos filhos se isso ou aquilo é acertado para eles. Sobretudo “os pais espiritistas devem compreender essa característica de suas obrigações sagradas, entendendo que o lar não se fez para a contemplação egoística da espécie, mas sim para santuário onde, por vezes, se exige a renúncia e o sacrifício de uma existência inteira.”[3]
Para Viviane Senna, coordenadora do Instituto Ayrton Senna (IAS), que vem organizando programas de reforço escolar , capacitação de professores, “numa escola  não dá para continuar com um sistema retrógrado  em que o professor é o detentor do conhecimento e o aluno um arquivo em que esse conteúdo deve ser “depositado”. Segundo Viviane, o aluno não pode apenas decorar conceitos, precisa desenvolver um pensamento crítico e um raciocínio lógico aguçado, desenvolver sua capacidade de inovar, ser criativo e flexível e de resolver problemas.[4]
A fase infantil, em sua primeira etapa, é a mais importante para a educação, e não podemos relaxar na orientação dos filhos, nas grandes revelações da vida. Sob nenhuma hipótese, essa primeira etapa reencarnatória deve ser enfrentada com insensibilidade. Até aproximadamente os sete anos de idade é o período infantil mais acessível às impressões que recebe dos pais, razão pela qual não podemos esquecer nosso dever de orientar os filhos quanto aos conteúdos morais. [5]
Numa análise espírita da questão cremos que  a escola (pública ou particular – espírita ou não) deve formar um homem novo e precisa ser uma escola inteiramente inovadora, rompendo com o modelo do século XIX do sistema vigente, pois a educação tradicional, conforme aferimos, já não atende às necessidades da atual geração. A escola deve incentivar a participação, a interação, o diálogo, o debate livre, o estudo em grupo e abolir todas as formas de repressão.
A rede de escolas charter KIPP (Knowlegde is Power Program), nos Estados Unidos, tem como meta levar seus alunos (quase 90% oriundos de famílias pobres) até a universidade. A proposta consubstancia-se em diversas atividades visando despertar entusiasmo, perseverança, autocontrole, gratidão, otimismo, inteligência social e curiosidade em seus alunos. Uma de suas unidades, localizada no Harlem, em Nova York, extrapolou e criou uma inusitada aula de “CARÁTER”. Nesse sentido a escola investiu no ensino de habilidades como comunicação, resiliência e determinação. A proposta é para fazer conexões com a ciência e explicar como o cérebro funciona, através de técnicas de meditação, concentração e yoga. [6]
Os pais são responsáveis pelo desenvolvimento dos valores dos filhos e não devem apostar somente na escola para exercer essa tarefa. Um pai legítimo é aquele que cultiva em casa a cidadania familiar. Ou seja, ninguém em casa pode fazer aquilo que não se pode fazer na sociedade. É preciso impor a obrigação de que o filho faça isso, assim, cria-se a noção de que ele tem que participar da vida comunitária. Não há dúvida, que ante as balizas do bom senso e moderação os pais precisam educar estabelecendo limites. Porém essa exigência é muito mais acompanhar os limites, daquilo que o filho é capaz de fazer. 
Uma legítima educação é aquela em que os poderes espirituais regem a vida social. Antigamente, a pureza das crianças era uma realidade mensurável. Sua perspectiva não ultrapassava os simples livros didáticos, um único humilde caderno e brinquedos baratos. Para repreendê-las e educá-las, às vezes, bastava um olhar firme dos pais. Porém, aquele imaginário infantil, de quietude e sonho ingênuo, desmoronou sob o impacto da era do sensualismo, da violência, do materialismo.
Estejamos atentos à verdade de que educar não se resume apenas a providências de abrigo e alimentação do corpo perecível. A educação, por definição, constitui-se na base da formação de uma sociedade saudável. A tarefa que nos cumpre realizar é a da educação das crianças pelo exemplo de total dignificação moral sob as bênçãos de Deus. Nesse sentido, os postulados Espíritas são antídotos contra todos os venenosos ardis humanos, posto que aqueles que os conhecem têm consciência de que não poderão se eximir das suas responsabilidades sociais, sabendo que o futuro é uma decorrência do presente. Destarte, é urgente identificarmos no coração infantil o esboço da futura geração saudável.
Referências bibliográficas:
[1]            Kardec ,Allan.  Obras Póstumas, Rio de Janeiro: Ed. FEB 1980, página 384.
[2]            ______ Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB 2000, questão 685-A:
[3]            XAVIER, Francisco Cândido. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995, Perg. 113
[4]            Disponível  em http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/06/150525_viviane_senna_ru   acesso 19/06/2015
[5]            XAVIER, Francisco Cândido. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995, perg. 113
[6]            Disponível em http://www.mundosustentavel.com.br/2014/06/escola-nos-eua-inclui-aula-de-carater-no-curriculo/ acesso em 14/08/2014
http://aluznamente.com.br/e-pela-educacao-mais-do-que-pela-instrucao/
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