sexta-feira, 25 de março de 2011

Fósforos de Cor


Lendo uma historinha ...

Andando pela rua, Laurinha ia remoendo seus pensamentos. Estava chateada porque desejava muito um vestido novo que tinha visto numa loja e não podia comprar.

Pediu à mãe, insistiu, implorou, mas a resposta tinha sido sempre a mesma:

— Não, minha filha. Não temos dinheiro agora. Quem sabe em outra ocasião?

A garota bateu o pé, exigente:

— Não. Quero agora! Depois, aquele vestido não estará mais na loja. E ele é lindo, mamãe. Eu quero, quero e quero!

— Pois não o terá, Laurinha. No momento estou com pouco dinheiro e não posso gastar o que tenho para atender um capricho seu.

A menina chorou, fez birra, bateu o pé, gritando inconformada: — Mas eu quero!

Porém, apesar de toda a pressão de Laurinha, a mãe não cedeu, continuando firme. Ela falou com o pai, julgando que seria mais fácil. Aproximou-se dele dengosa, como sempre fazia quando desejava alguma coisa, sentou-se no seu colo e pediu, com voz suplicante:

— Papai, eu posso comprar um vestido que vi na loja? É lindo!

Todavia, a resposta foi a mesma: Não. Laurinha foi para o quarto amuada, chorou, mas teve que se conformar porque os pais não iriam mudar de idéia.

Alguns dias depois, Laurinha amanheceu com febre. Dona Isabel, cuidadosa e preocupada, não permitiu que a filha fosse à escola, obrigando-a a permanecer na cama. Como a febre não diminuísse, a mãe levou Laurinha ao médico. Ela estava com princípio de pneumonia. Por mais de uma semana, a garota ficou na cama, tomando remédios e reclamando por não poder sair de casa e ir à escola.

— Vou ficar boa logo, mamãe? — perguntava ela. — A festa junina da escola está se aproximando e não quero faltar!

— Vamos ver. Depende de você, minha filha. Se tomar os remédios direito, ficar de repouso na cama, quem sabe?

Aquela semana custou a passar. Laurinha, embora inconformada, teve que obedecer. Para passar o tempo, jogava damas com os amigos, via televisão, e, quando estava sozinha, lia, lia muito.

Ela, que nunca tinha se interessado muito por leituras, leu livros que falavam das coisas que são realmente importantes em nossa vida e que devemos valorizar, como a família, a saúde, a educação.

Ao mesmo tempo, Laurinha não pode deixar de notar que seus pais estavam gastando bastante com ela: tinham que pagar a consulta médica, comprar remédios e até uma alimentação melhor que ela estava precisando para se recuperar. Preocupada perguntou à mãe:

— Mamãe, a senhora disse que estava sem dinheiro e agora está tendo que gastar tanto comigo! Onde arrumou dinheiro?

— É que a saúde, minha filha, é muito importante para nós e para isso sempre daremos um jeito. É diferente de comprar uma roupa, que não é necessária e podemos passar sem ela.
 
Uma semana depois, a garota estava diferente, mais tranqüila, mais serena.
Chegou o dia da festa junina da escola.

Laurinha, recuperada, arrumou-se e foi toda feliz para a festa encontrar com os colegas e amigos.

Lá, passeando entre os postes iluminados, as barracas enfeitadas, as bandeirinhas, ela olhou para a mãe, sorridente e disse:   

— Sabe, mamãe, aprendi muito nesses dias. Aprendi que existem coisas que são realmente importantes. Como a saúde, por exemplo. Fiquei brava por não conseguir comprar aquela roupa nova que eu desejava tanto, mas agora nem me lembro mais dela!

Olhando uma colega que riscava fósforos de cor, ela explicou:

— Aprendi que tem coisas na vida que são como fogos de artifício: depois de queimar, não sobram nada. São belos, luminosos, coloridos, mas é só para um momento. Não duram.

Parou de falar, olhou para a mãe com olhar carinhoso e agradecido, completando:

— Mas o amor, este dura para sempre.

                                                                         TIA CÉLIA

Fonte: O Consolador - Revista Semanal de Divulgação Espírita
Autora: Célia Xavier Camargo
Agradecomento à carolina Von Scharten

quinta-feira, 24 de março de 2011

ATIVIDADE LIVRE ARBÍTRIO II


( para os menores) Desenho livre 



(Para os maiores) pedir que narrem algum fato onde tiveram que tomar alguma decisão.
Elaine Saes

ATIVIDADE LIVRE ARBÍTRIO I


PERGUNTAS DO TEXTO LIVRE ARBÍTRIO – 52 LIÇÕES DE CATECISMO ESPÍRITA – ELISEU RIGONATTI


1. O QUE É LIVRE-ARBÍTRIO?

2. POR QUE DEUS NOS CONCEDEU O LIVRE-ARBÍTRIO?

3. POR QUE É QUE SOMOS OS DONOS DE NOSSO DESTINO?

4. QUAIS SÃO AS CONSEQUÊNCIAS DO MAL?

5. COMO É QUE PODEREMOS USAR BEM O NOSSO LIVRE-ARBÍTRIO?

6. COMO É QUE SE OUVE A CONSCIÊNCIA?

7. O QUE DEVEMOS FAZER ANTES DE TOMAR UMA DECISÃO?

O LIVRE-ARBÍTRIO

O livre-arbítrio é a liberdade que cada um de nós tem de fazer ou não uma coisa qualquer.

O livre-arbítrio nos torna plenamente responsáveis por todos os nossos atos.

Deus nos concedeu o livre-arbítrio para que nós mesmos construíssemos o nosso destino.

Depende unicamente de nós seguir o caminho do bem que nos fará felizes ou o do mal que nos conduzirá ao sofrimento.

Pertence-nos o mérito de nossas boas ações e a culpa de nossos males.

Cada ato praticado é seguido de uma conseqüência. Um ato bom traz boas conseqüências. Um ato mal traz más conseqüências.

Podemos praticar o mal, mas temos que agüentar as conseqüências. Já sabemos quais são as conseqüências do mal; é uma reencarnação dolorosa.

Todos os que sofrem é porque não usaram o seu livre-arbítrio para a prática do bem.

Nós temos a inteligência suficiente para distinguir o que é bom do que é ruim e saber aceitar o que é útil e repelir o que não presta.

A nossa consciência guia a nossa inteligência e nos mostra o que devemos e o que não devemos fazer.

É ouvindo a consciência que usaremos com acerto o livre-arbítrio.

Para que possamos ouvir a consciência é preciso pensar antes de fazer ou dizer alguma coisa.

Antes de tomar uma decisão devemos estudá-la com cuidado para verificar quais serão as conseqüências. Somente depois que tivermos a certeza de que as conseqüências do que vamos fazer ou dizer são boas é que poderemos executar o que pretendemos.

Outra coisa que devemos evitar é agir sem refletir.

Em qualquer circunstância é preciso conservar a calma.

Pensar primeiro, agir depois.
fonte 52 lições de Catecismo Espírita - Eliseu Rigonatti

ATIVIDADE

Aula: LIVRE ARBÍTRIO

Aula para faixa etária de 4 a 12.

OBJETIVO:  Perceber que em nosso dia-a-dia fazemos várias escolhas e que dessas escolhas dependem o nosso bem estar.
Pensando antes de agir estaremos estimulando o desenvolvimento da responsabilidade e adquirindo consciência da Lei de Causa e Efeito - Ação e Reação.


ABERTURA DOS TRABALHOS: Relaxamento através de situações vivenciadas mentalmente. Elevar o pensamento a Deus e fazer um percurso agradável por campos cheios de flores, frutos e pássaros. Estimular os sentidos a ouvirem o barulho dos pássaros e aos pouco ir retornando, fazer a prece Pai Nosso e ave Maria dando início aos trabalhos.


PERGUNTA 

O que vem a ser  " LIVRE ARBÍTRIO"

RESPOSTA
Livre-Arbítrio é a liberdade que temos em escolher tudo em nossa vida.


Ex: Temos uma prova amanhã então hoje devemos estudar. A escolha é nossa. Estudar ou não estudar certo?
Podemos estar com o livro aberto, lendo, mas não prestando atenção em nada da matéria. Então qual foi a nossa escolha nessa situação?
Muito bem a nossa escolha foi NÃO ESTUDAR.  Como é da Lei do universo, toda ação tem uma reação, Qual foi a o resultado de não estudar para a prova?
Fomos mal!


PORQUE DEUS DEU O LIVRE-ARBÍTRIO PARA NÓS?
Deus nos deu a inteligência e somente através do pensar é que estaremos desenvolvendo nossa inteligência.

Através de nossas escolhas diárias entre nossos semelhantes é que estaremos evoluindo ou não! Se não estamos evoluindo ficamos parados, estacionados no mesmo grau.

DEUS CASTIGA QUEM FAZ ESCOLHAS RUINS?

Deus é um Pai bondoso e justo por isso jamais castigará algum filho. Simplesmente estará recebendo os resultados de suas ações.

QUANDO FAZEMOS O BEM NOS SENTIMOS TRANQUILOS E FELIZES – O BEM TRÁS FELICIDADE.
QUANDO FAZEMOS O MAL. NOS SENTIMOS NERVOSOS E INFELIZES – O MAL LEVA A TRISTEZA.
 

QUAL O SEGREDO PARA SE TER UMA VIDA TRANQUILA?

RESPOSTA
Devemos seguir sempre as Leis de Deus, assim estaremos vivendo uma vida tranqüila.

ONDE ESTÁ ESCRITA AS LEIS DE DEUS? 
Em nossa conciência. Saberemos que estamos fazendo o bem quando "Fizermos ao próximo aquilo que gostaríamos que nos fizessem"

PRATIQUE O BEM TODOS OS INTANTES. PENSE. FAÇA ESCOLHAS CERTAS, SEM EGOISMO, CIÚMES OU PREGUIÇA. APROVEITE SUA ENCARNAÇÃO. EVOLUA.


LEIA A HISTORINHA
Tomando decisões


ENTENDO A AÇÃO E REAÇÃO

ATIVIDADES:
( para os menores) Desenho livre

(Para os maiores) pedir que narrem algum fato onde tiveram que tomar alguma decisão.

Tia  Elaine

Tomando Decisões


Lendo uma historinha...

Enquanto o pai se entretinha a ler um jornal, Gustavo, de onze anos, pegou um livro da estante e pôs-se a folheá-lo. De repente parou, e perguntou:
– Papai, o que é livre-arbítrio?
O pai colocou o jornal de lado e tirou os óculos:
– Livre-arbítrio, meu filho, é a capacidade que o ser humano tem de tomar suas próprias decisões, fazer suas escolhas. Entendeu?
– Não.
Cheio de paciência, o pai respondeu:
– Por exemplo, Gustavo. Amanhã é sábado e tem treino de futebol à tarde. Você vai?
– Não sei, papai. Também tenho convite para ir a uma festa de aniversário, no mesmo horário.
– Eu sei. Aniversário do Jorginho, seu amigo de infância. E então? O que você vai resolver? Vai ao treino ou vai à festa?
– Acho que não vou à festa do Jorginho, papai. Creio que vou ao treino.
– Ah, então você já se decidiu?
O garoto pensou um pouco e respondeu:
– O futebol é um compromisso que assumi no início do ano e não devo faltar. O time precisa de mim. Porém, pensando bem, papai, se eu não for ao aniversário, o Jorginho vai ficar chateado comigo.
– Então, você vai ao aniversário do seu amigo?
Gustavo coçou a cabeça, confuso, e considerou:
– Pensando bem, existe um outro problema. Na próxima semana nosso time tem um jogo importante, que faz parte do campeonato entre as escolas. Ah, Meu Deus! Não sei o que fazer!
O pai sorriu e explicou:
– Livre-arbítrio é exatamente isso, meu filho. Entre duas ou mais opções, você tem que decidir. Nesse momento, você vai ter que se resolver: o prazer ou o dever.
– Agora eu entendi, papai. Mas é muito difícil tomar decisões!
O pai concordou com ele, recomendando que pensasse bastante até o dia seguinte para não tomar uma decisão errada.
– Meu filho, o livre-arbítrio é um dádiva de Deus, mas também é uma conquista do espírito no trajeto evolutivo realizado. Então, precisamos pensar bem antes de qualquer decisão. Seja ela certa ou errada, ficaremos sempre condicionados às conseqüências dos nossos atos, segundo a Lei de Ação e Reação, ou Lei de Causa e Efeito.
Como era tarde, foram dormir.
No dia seguinte, Gustavo estava sentado à mesa tomando o café da manhã, quando o pai lhe perguntou:
– E daí, meu filho? Resolveu?
– Pensei bastante e ainda não me decidi. Porém até à tarde, eu resolvo.
Quase na hora de sair, Gustavo apareceu na sala com a mochila e um pacote embrulhado para presente na mão.
– Vejo que você se decidiu pelo aniversário, Gustavo. Quer dizer que o prazer ganhou – disse o pai.
O garoto balançou a cabeça negativamente.
– Não? Então, vai ao treino. Ficou com o dever.
Gustavo balançou a cabeça novamente:
– Também não, papai.
– Não estou entendendo!
– É que apareceu uma terceira opção, papai. Lembrei  que  teremos  prova  de matemática na
segunda-feira. Então, vou estudar na casa de um colega que entende bem a matéria. Antes, porém, vou passar na casa do Jorginho, dar-lhe os parabéns e entregar o presente que comprei para ele. Assim, o prazer e o dever serão igualmente atendidos.
O pai estava surpreso e maravilhado. Seu filho Gustavo, que ele julgara um pouco desleixado com relação às suas tarefas, mostrara que era ponderado e responsável, tomando decisões com habilidade.
Levantou-se, estendendo os braços para o rapazinho:
– Parabéns, meu filho. Você soube decidir entre o prazer e o dever. Mas, diga-me, e o treino? O time tem jogo importante na semana que vem...
Abraçando o pai, com enorme sorriso no rosto, o garoto explicou:
– É verdade, papai. Porém, fiquei sabendo hoje cedo que o jogo será adiado. Então, não tive mais dúvidas. Agora estou tranqüilo, certo de que fiz o melhor.
Gustavo despediu-se do pai e da mãe, pegou a mochila com os livros, o presente e, acenando uma última vez, fechou a porta atrás de si.
O pai estava feliz. Sentia-se realizado por ter um filho que usara o livre-arbítrio de maneira tão responsável.

                                                         TIA CÉLIA

Fonte: O Consolador - Revista Semanal de Divulgação Espírita
Autora: Célia Xavier Camargo
Agradecimento à Carolina Von Scharten

Amigos para Sempre


Lendo uma historinha ...

Carlinha costumava sempre brincar com seu vizinho, Hugo, que era bom, mas muito arteiro.
Um dia, Hugo ficou com raiva de Carlinha porque ela não quis brincar de esconde-esconde com ele, preferindo a companhia de uma amiguinha.
As meninas estavam brincando de casinha, quando o garoto, furioso, chegou, agarrou a boneca de Carlinha e saiu correndo com ela. A garota abandonou a amiga e saiu atrás dele. Quando conseguiu alcançá-lo, a boneca estava estraçalhada: braços para um lado, pernas para o outro e a linda roupa, rasgada. –
Carlinha pegou os restos da boneca de estimação e correu para casa, chorando muito.
– O que aconteceu, minha filha? – perguntou a mãe ao vê-la chegar aos gritos. Carlinha contou o que tinha acontecido, afirmando entre soluços.
– Nunca mais vou brincar com o Hugo. Nunca mais quero vê-lo. Nunca o perdoarei, mamãe.
A mãezinha pegou a filha no colo com imenso carinho, consolando-a.
– Sei que está sofrendo, filhinha, mas isso passa. Ele gosta de você e ficou com ciúmes, por isso reagiu assim. Vocês são tão amigos! Logo estarão juntos de novo.
Mas a pequena afirmava, decidida:
– Nunca, mamãe. Hugo não é mais meu amigo.
– Carlinha, boneca a gente pode comprar outra, minha filha. Mas uma amizade não tem preço. Algum dia você vai entender isso – ponderou, com calma.
Percebendo, porém, que naquele momento não adiantava dizer mais nada, pois a filha estava muito magoada, a senhora calou-se.
Dois dias depois, Carlinha estava triste e desanimada. Sozinha, não tinha ânimo para brincar, uma vez que perdera seu grande amigo.
Notando sua tristeza, a mãe sugeriu:
– Carlinha, porque não faz as pazes com Hugo? Ele já veio procurá-la e você não quis brincar nem falar com ele.
– Não consigo, mamãe.
A mãe, que estava preparando o almoço, parou e disse:
– Minha filha, que tal comprar uma bola nova para o Hugo? Ele vai gostar.
– Ah, mamãe! Ele destrói minha boneca preferida e eu ainda tenho que dar um presente a ele?
– Sabe por que, minha filha? Você estará fazendo um bem a ele. Hugo também está triste, se sentindo culpado pelo que lhe fez.
– Está bem. A professora de Evangelização disse, outro dia, que temos que praticar a caridade.
– Exatamente – concordou a mãe, sorrindo.
Mais tarde saíram e compraram uma linda bola. Depois, Carlinha foi levar o presente para ele, selando a paz entre eles.
Ao voltar, a mãe perguntou:
– Como foi seu encontro com Hugo, Carlinha?
A menina pensou um pouco e respondeu:
– Mais ou menos. Ele gostou da bola e pediu-me desculpas pela boneca quebrada.
– E você, não ficou contente?
Carlinha ficou calada, pensativa. Depois, contou:
– Sabe, mamãe. Fizemos as pazes, mas aqui dentro, bem no fundo – e colocou a mão no coração – ainda estou triste e magoada.
A senhora abraçou a filha, explicando:
– É que você ainda não o perdoou, minha querida. Lembra-se que falou que iria fazer um bem a ele, isto é, um gesto de caridade? Pois bem. Você fez a caridade mais fácil que é a material. Mas tem a caridade maior e mais difícil de ser praticada que é a caridade moral, especialmente, o perdão.
– É verdade. Ainda não o perdoei realmente.
– Para seu bem, procure esquecer o que ele lhe fez. Enquanto não perdoá-lo, você não será feliz, minha filha.
– Vou tentar, mamãe.
Alguns dias depois, Hugo foi procurar Carlinha. Trazia um pacote nas mãos.
– Isto é para você, Carlinha. Sei que não é a mesma coisa, mas gostaria que você aceitasse.
A menina abriu e viu uma linda bonequinha, nova em folha.
– É linda, Hugo! Como conseguiu?
O menino, com olhos brilhantes e o peito estufado de satisfação contou:
– Quando quebrei sua boneca me senti muito mal. Você sabe que somos pobres e mamãe não teria dinheiro para lhe comprar outra boneca. Mas, eu queria reparar meu erro.
 Pedi ajuda a algumas pessoas amigas, e comecei a trabalhar para ganhar alguns trocados.
Lavei carros, limpei jardins, varri calçadas, entreguei encomendas, arrumei cozinha, cuidei de cachorros, e muito mais. Assim, consegui comprar, com meu esforço, essa boneca para você.
Carlinha estava surpresa. Não pensou que ele tivesse ficado tão abalado.
– Você não diz nada, Carlinha. Aceite o presente, com meu pedido de desculpas. Estou muito arrependido. Por favor!
Olhou o garoto que, à sua frente, suplicava com lágrimas nos olhos, a menina aproximou-se dele e deu-lhe um grande abraço.
– Claro que eu o perdôo, Hugo. Somos amigos e a amizade não tem preço.
Naquele instante, Carlinha sentiu que de dentro do seu peito uma nuvem escura se desprendia, enquanto uma pequena luz começava a brilhar, produzindo bem-estar, paz e alegria.
E completou com um sorriso:
– Agora somos amigos para sempre!

                                                         TIA CÉLIA

Fonte: O Consolador - Revista Semanal de Divulgação Espírita
Autora: Célia Xavier Camargo
Agradecimento à Carolina Von Scharten

O Espantalho


Lendo uma historinha ...

Numa horta, cercado de montes de verduras, vivia o Espantalho.
Perna de pau, estofo de capim que se escapava aqui e ali, braços abertos, ali ficava ele com chuva ou sol, frio ou calor.
Vestindo um velho paletó surrado e todo remendado, chapéu de palha na cabeça, assustava quem dele se aproximasse.
As crianças, com medo, atiravam-lhe pedras; os pequenos animais fugiam apavorados quando ele se balançava ao vento; e os passarinhos não ousavam chegar perto, temerosos também de sua presença.   
E o pobre Espantalho se sentia muito infeliz assim isolado de todos, considerando-se rejeitado e inútil.
Com seus enormes olhos de botão, via o homem com a enxada na mão cavando a terra, jogando as sementes no solo, colocando estacas nos pés de tomates e de ervilhas, arrancando as ervas daninhas, todo cansado e coberto de suor. Tinha um desejo imenso de ajudar, mas não podia sair do lugar, sempre na mesma posição.
O tempo passou...
As sementes floresceram, os tomates e ervilhas amadureceram; as cenouras, couves e alfaces já estavam no tempo de ser colhidas.
Um dia, chegou o dono da horta trazendo seu filho pela mão e um embrulho debaixo do braço. O homem falou com muito carinho, mostrando a horta ao menino:
— Veja meu filho, como está bela a nossa plantação! As hortaliças e os legumes cresceram fortes e sadios e, agora, prontos para serem colhidos e servir de alimento a muita gente. Mas tudo isso devo a alguém sem cuja ajuda inestimável não teria conseguido. Alguém que sempre esteve firme no seu posto, que nunca abandonou a tarefa que lhe foi confiada. Alguém que, antes da aurora, já estava trabalhando e que, quando o sol sumia no horizonte, ainda estava firme no seu lugar.
E, para surpresa do boneco, que acompanhava a conversa muito interessado, ele concluiu, apontando-o:
— Meu amigo, o Espantalho!
E aquele pobre boneco, cujo coração era feito de palha, ficou emocionado e até sentiu lágrimas umedecerem seus olhos de botão.
Aproximando-se com um sorriso carinhoso e agradecido, o homem disse:
— Você, meu querido Espantalho, por toda a ajuda que me prestou sem nada exigir em troca, mantendo longe os animais e pássaros que estragariam as plantinhas, vai ganhar um presente!
E, desembrulhando o pacote que trouxera, mostrou orgulhoso:
— Vai ganhar uma roupa nova!
E quem passasse por aquelas bandas, dali em diante, veria um lindo Espantalho com belo terno de paletó xadrez, chapéu novo na cabeça, tomando conta da horta, todo orgulhoso da sua tarefa. E, coisa curiosa, se observasse bem, veria que um ligeiro sorriso de satisfação alegrava o rosto de palha do Espantalho.
Porque agora ele sabia que, assim como todas as pessoas, também era útil. Tinha uma tarefa a realizar e, por pequena que ela fosse, era muito importante.
E também porque, agora, sentia-se AMADO!

                                                         TIA CÉLIA

Fonte: O Consolador - Revista Semanal de Divulgação Espírita
Autora: Célia Xavier Camargo
Agradecimento à Carolina Von Scharten

O Astronalta do Futuro


Lendo uma historinha ...

Lucas, menino de sete anos, andava sempre olhando para o céu, admirando as estrelas e sonhando acordado.
Adorava o espaço e gostava de imaginar que era um astronauta. Sempre que se reunia com amiguinhos, em sua casa, a brincadeira mais freqüente era que estavam numa nave espacial, em viagem pelas galáxias. Inventavam dificuldades, obstáculos e problemas, que eles mesmos resolviam, retornando sempre em segurança para o planeta Terra.
Quando Lucas ganhou uma roupa de astronauta, ficou eufórico. Aí não conseguia mais fazer nada. Passava o tempo todo dentro da roupa, vivendo no seu mundo de fantasia.
Na escola, tinha dificuldade em manter o pensamento na aula. Estava sempre viajando.
Certo dia, ele não conseguiu fazer os deveres de casa, e a professora perguntou:
— Por que não fez as tarefas, Lucas?
De cabeça baixa, envergonhado por ser repreendido na frente dos colegas, ele respondeu:
— Esqueci, professora.
Daniel, um garoto que estava sempre brincando e fazendo piadas a respeito de tudo, sugeriu:
— Vai ver que estava viajando pelas estrelas, professora.
Todos caíram na gargalhada.
— Silêncio! — ordenou a professora.
Depois, olhando para o engraçadinho perguntou:
— Por que você disse isso, Daniel?
O menino, encabulado, respondeu:
— Desculpe-me, professora, mas o Lucas está sempre brincando de viagens espaciais!
— Ah! Então é por isso que você não fez as tarefas, Lucas?
— É verdade, professora. Quando brinco não vejo o tempo passar. Adoro colocar minha roupa de astronauta e imaginar que estou no espaço em missão.
— Entendo. Mas por que tanto interesse? O que você espera com isso?
Diante da atenção da professora, Lucas explicou:
— Tenho vontade de conhecer outros planetas, de encontrar vida em outros mundos, de conhecer seres diferentes. Quando crescer, vou estudar bastante e quero ser um astronauta!
A professora, que o fitava séria, considerou:
— Mas não percebe que, agora, você pode se prejudicar, e até ser reprovado, se não estudar? Além do mais, Lucas, tudo isso é bobagem. Até agora ninguém provou que existe vida em outros mundos. Acho melhor esquecer essas besteiras e tratar de estudar. Vamos à aula!
A professora voltou-se para o quadro-negro, escrevendo a matéria do dia, e ninguém mais falou no assunto.
Lucas, porém, estava profundamente chateado. Sentia-se humilhado perante os colegas.
A professora havia acabado com seus sonhos, com seus planos para o futuro.
Triste e desiludido, de cabeça baixa, Lucas retornou para casa.
Ao vê-lo chegar desanimado, a mãe perguntou:
— Olá, meu filho! O que houve? Parece que você está um pouco triste. Venha cá, sente-se perto da mamãe e me conte o que aconteceu.
O garoto relatou o acontecido na sala de aulas e, com lágrimas nos olhos, quis saber:
— Mamãe, é verdade que não existe vida em outros planetas?
A mãezinha arregalou os olhos, surpresa:
— Como não, meu filho? O fato de ainda não terem encontrado vida não significa que não exista. As viagens espaciais são feitas exatamente para encontrar vestígios de vida em outros mundos.
— Ah, é verdade? Estou mais tranqüilo — respondeu o menino, aliviado.
A mãe pensou um pouco, e prosseguiu:
— Além disso, meu filho, julgo que sua professora não conhece direito o Evangelho de Jesus.
E, diante do garoto maravilhado, a mãe explicou:
— Quando Jesus disse: Há muitas moradas na Casa de meu Pai, falou exatamente sobre esse assunto. Qual é a Casa do Pai, Lucas?
— Aprendi que é tudo o que existe!
— Exato, meu filho. Então, a Casa de Deus, nosso Pai, é o Universo, com tudo o que ele contém: o Sol, a Lua, as Estrelas, os Planetas e tudo o mais. Você acha que o Criador, que é a sabedoria suprema, criaria tudo isso para nada? Por exemplo, você criaria uma cidade para colocar vida inteligente apenas num pequeno barraco, de um bairro bem distante?
— Claro que não, mamãe!
— Então, Lucas, nosso Pai Celeste também não faria isso.
Ainda preocupado, o menino retrucou:
— Então, por que até agora não foi encontrado vida em outros mundos, mamãe?
A mãezinha pensou um pouco e concluiu:
— Talvez ainda seja cedo, meu filho. A quantidade de planetas que existe no Universo é imensa, o que torna a busca mais difícil. Acontece, também, que nossos aparelhos e naves não são equipados de maneira a realizar essa façanha, no momento. Além disso, com toda a violência que existe na nossa sociedade, as guerras, que são fruto do orgulho, do egoísmo e da ambição dos homens, o que acha que iria acontecer se Deus permitisse que o ser humano desembarcasse num outro planeta?
— Iria levar brigas para lá! — respondeu o garoto.
— Isso mesmo, meu filho. Levaria confusão, desordem, agressividade, violência, e muito mais. Tudo o que existe aqui em nosso mundo. E isso Deus não pode permitir.
Lucas ficou calado, refletindo no que a mãe tinha dito.
Vendo o filho pensativo, a mãe concluiu:
— Mas não perca a esperança, meu filho. Confie em Deus. Tudo isso vai mudar. No futuro, quando o homem for melhor, quando conseguir viver em paz com seus irmãos, quando souber respeitar a si mesmo, ao seu semelhante e à própria natureza, Deus permitirá que realize seu desejo e encontre vida em outros mundos. Até lá, não deixe de sonhar, mas prepare-se e estude bastante
Lucas encheu-se de alegria e de renovadas esperanças ante as palavras da mãezinha.
E continuou olhando para o espaço infinito, admirando as estrelas e sonhando com o dia em que seria um astronauta, para levar a paz a outros planetas.

                                      TIA CÉLIA

Fonte: O Consolador - Revista Semanal de Divulgação Espírita
Autora: Célia Xavier Camargo
Agradecimento à Carolina Von Scharten

Dedé , o Elefantinho



lendo uma historinha ...

Na clareira de uma grande floresta morava, com sua família, um pequeno elefante. Pequeno, modo de dizer, porque na realidade ele era muito maior que qualquer dos outros animais da floresta, seus amigos.
No entanto, esse elefantinho, que possuía uma família amorosa, uma vida tranqüila, bons amigos e um lugar lindo para morar, vivia sempre insatisfeito.
E sabem por quê? Por causa da sua tromba que era enorme!
Olhava os outros animais e não se conformava com seu aspecto. E perguntava para sua mãe:
- Por que só eu, mamãe, entre todos os meus amigos, tenho o nariz tão comprido e tão feio?
- Porque Deus quis assim, meu filho. E tudo o que Deus faz é bem feito, Dedé.
- Mas eu queria ter o focinho delicado como o coelho, ou o elegante focinho afilado da raposa! - respondia o elefantinho revoltado.
Inconformado com a sua figura, o pobre Dedé ficava horas a mirar-se nas límpidas águas do lago, chorando e se lamentando da sorte:
- Buá!... buá!... buá!... Como sou horrível!
Certo dia, após muito chorar, deitou-se à sombra de uma árvore e dormiu. Quando acordou, para espanto seu, notou que alguma coisa estava faltando nele. Afinal descobriu:
- Minha tromba sumiu! Viva!... Minha tromba sumiu!...
No lugar dela havia um focinho como o do porco, parecendo uma tomada. Agradeceu a Deus o socorro que lhe enviara e levantou-se para mostrar aos amigos o seu novo e belo focinho, tão elegante e discreto.
Mas como estava muito calor, Dedé resolveu refrescar-se nas águas do lago.
Tentou pegar água com o focinho para lavar as costas, mas não conseguiu. E era tão bom quando podia jogar água como um chuveiro!
- Não tem importância, pensou. - Estou com fome e vou comer algumas folhas.
Saiu da água e dirigiu-se para a árvore onde lá no alto viu umas lindas e tenras folhinhas novas.
Logo percebeu que não conseguiria.
Esticou... esticou... esticou o focinho e nada. Era muito curto e não conseguia alcançar o galho da árvore.
Tentou apanhar algumas folhas no chão, como sempre fazia com a tromba, mas também não deu certo.
Chiiii! Tentou coçar as costas, tentou tomar água, mas tudo sem resultado.
Ele, que estava tão satisfeito e animado com o novo focinho, começou a ficar triste e desolado, pensando que ia morrer de fome e sede sem a sua tromba.
Andou um pouco pela floresta pensando em como iria resolver o seu problema, quando encontrou o coelho e o esquilo, seus amigos. Ambos deram um grito, assustados, sem o terem reconhecido.
- Sou eu, Dedé. Não me reconhecem?
O coelho e o esquilo olharam para ele, já mais tranqüilos, e responderam a uma só voz:
- O que aconteceu, Dedé? Você está horrível!
E ele contou como tinha pedido tanto a Deus para que lhe tirasse a tromba indesejável.
- Ora, e agora como é que você vai nos levar para passear nas suas costas? Sem a tromba, como é que vamos subir?
- É mesmo! - lembrou-se Dedé, já arrependido.
Deixou os amigos e foi para casa. Mas seu pai, sua mãe e os irmãozinhos não o aceitaram, dizendo:
- Vá embora! Não reconhecemos você!
- Mas eu sou o Dedé! Não me reconhecem?
- Mentiroso. O Dedé é bem diferente e tem uma linda tromba como a nossa. Suma daqui!
E o elefantinho, expulso pela família que ele tanto amava e que não o reconhecera, afastou-se a chorar desconsolado.
Nisso, Dedé acordou ainda com lágrimas a caírem pelo seu rosto. E muito satisfeito percebeu que tudo não passara de um sonho. Olhou sua tromba, novamente no lugar, com muito carinho, e suspirou aliviado.
Correu a contar à sua mãe o sonho que tivera e acrescentou com firmeza:
- Agora eu sei que Deus sabe realmente o que faz. Nossa tromba é muito importante e útil em nossa vida.
- Exatamente, meu filho, e fico feliz que você tenha entendido essa verdade - concordou sorrindo a mãe de Dedé.
E desse dia em diante nunca mais Dedé desejou ser diferente, vivendo sempre feliz com o que Deus lhe concedera.
                                                                                  TIA CÉLIA


Fonte: O Consolador - Revista Semanal de Divulgação Espírita
Autora: Célia Xavier Camargo
Agradecimento à Carolina Von Scharten

quarta-feira, 23 de março de 2011

Mãe de Verdade



Lendo uma historinha ...

O pequeno índio andava pela mata triste e desanimado.
Sua mãe morrera no mesmo dia em ele nasceu e, desde então, fora criado por uma mulher muito boa e generosa que se prontificara a tomar conta do recém-nascido, mas que não poderia substituir a mãe que ele não conhecera.
O que seria uma "mãe"? Como seria uma "mãe"? Tinha vontade de saber.
Então resolveu sair e perguntar a todos que encontrasse.
Alguém por certo lhe descreveria uma mãe!
E saiu pela floresta num lindo dia de sol.
Escondida entre as folhas de um pequeno arbusto encontrou uma coelhinha.
– Dona Coelha, o que é uma "mãe"? – perguntou.
Neste instante surgiu seu filhotinho que se atirou nos braços da mamãe Coelha, assustado com alguma coisa.
E o bichinho, todo coberto de lindos pêlos brancos, respondeu, após pensar um pouco, enquanto acariciava o seu filho:
– Ah! Mãe é aquela que protege dos perigos!
Andou mais um pouco e encontrou a dona Coruja num galho de árvore.
– Dona Coruja, o que é uma "mãe"?
Fitando as corujinhas com seus enormes olhos arregalados cheios de ternura, ela respondeu:
– É aquela que ama os lindos filhotinhos que Deus lhe deu!
O indiozinho afastou-se ainda sem entender, pois os filhotes da dona Coruja eram muito feios.
Mais adiante o pequeno índio encontrou uma passarinha que trazia, presa ao bico, uma apetitosa minhoca.
– Dona Passarinha, o que é uma "mãe"?
Sem hesitar, ela respondeu, após colocar a minhoca na boca do filhotinho que esperava ansioso no ninho.
– "Mãe" é quem alimenta, para que o seu pequeno cresça forte e sadio, – afirmou, convicta.
O índio agradeceu e continuou o seu caminho.
Logo adiante, encontrou uma gata que lambia cuidadosamente as costas do seu filhotinho. E perguntou:
– Dona Gata, a senhora pode me dizer o que é uma "mãe"?
E a gata respondeu, sem parar o que estava fazendo:
– Não tenho duvida de que "mãe" é quem lava e cuida para que o pequeno esteja sempre limpinho.
Já estava um pouco tarde e o indiozinho precisava voltar para casa antes do anoitecer. Estava tão confuso! Todos a quem perguntara tinham dito coisas diferentes e ele não entendia o porquê.
Caminhando rapidamente, tropeçou num tronco e caiu, machucando a perna numa lasca de árvore. Sentindo muita dor, ele continuou o seu caminho com grande dificuldade.
Ao aproximar-se da aldeia, já viu que algo estava acontecendo, pois todos pareciam preocupados. Ao vê-lo chegando, aquela que cuidava dele correu a encontrá-lo, aflita:
– Aonde você foi? Estava preocupada! A noite chegou e você não apareceu! Mas está machucado! E olhe que sujeira! Venha. Vamos lavar o ferimento e fazer um curativo. Está com fome? Preparei aquele ensopado de legumes de que você mais gosta...
Olhando a mulher que falava e que o fitava com tanto amor, tanto carinho por sua pessoa, além da evidente preocupação com seu bem-estar, o indiozinho lembrou-se do que seus amigos da floresta lhe haviam dito.
E não teve mais dúvidas. Como não percebera isso antes? Ela era a síntese de tudo o que eles disseram e muito mais ainda.
Com os olhos úmidos de pranto ele falou, enternecido e confiante:
– MAMÃE!!...
  
                                                                                             Tia Célia
Fonte: O Consolador - Revista Semanal de Divulgação Espírita
Autora: Célia Xavier Camargo
agradecimento à Carolina Von Scharten
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