sábado, 24 de novembro de 2018

A HISTÓRIA DO BEBÊ MOISES PARA CRIANÇAS



cap.1
Da noite o véu caliginoso (escuridão densa) e mesto (de aspecto sombrio) rasgara-se, ao embate dos primeiros raios de um sol esplêndido, cedendo lugar aos albores da clara madrugada.

Livre a terra do negro manto de sombras e tristezas, que traz, às almas boas, horas de meditação e de saudade, surgia no horizonte o rosiclér (de uma tonalidade rósea) da aurora, que , com a opulência dos seus encantos, vinha iluminar um dos quadros mais sublimes, mais tocantes que se tem realizado à face deste o planeta.

Nas frondes dos arvoredos, sacudindo as penas aljofradas (orvalho) pelos orvalhos da noite, alegres pássaros desferiam cânticos suaves, saltitando de ramo em ramo, até as copas das palmeiras, cujas hastes docemente balouçadas pelas auras suspirosas, dir-se-ia saudarem a princesa do Oriente.

Ao longe, cânticos ouviam-se, de extraordinária nostalgia, dos campeiros hebreus que, despertos pela luz da fresca madrugada, conduziam seus rebanhos aos ervaçais (aglomerado de ervas para pastagem) do monte, em busca de pastagem.

Manhã de sorrisos e de dores! Eterno contraste que desperta no coração do homem o sentimento do belo, a intuição do seu Deus e Criador!

Em uma colina, sob humilde palhoça, perante o esplendor da natureza que se lhe desdobrava aos olhos, ao despontar do dia, pobre mulher, transida da mais cruciante dor, aconchegava ao morno seio o fruto do seu amor, imprimindo-lhe nos róseos lábios os derradeiros beijos da despedida. A seu lado, partilhando da sua angústia, esposo e filha preparavam, davam a última demão (retoque final) ao esquife (pequena embarcação ou caixão de defunto) de uma criança.

- Tenham cuidado, dizia-lhes Jocabeth; tenham cuidado, não deixem o menor interstício (pequeno espaço), pois a água pode afoga-lo. – Busquem mais resina, se essa não lhes basta, betumem bem; o rio é manso, mas, quem sabe! Os seixos (pequeninas pedras)  podem despedaçá-lo!

- Não tenhas cuidado, mãe, responde-lhe a donzela – o esquife está perfeito; mas, não sei, senhora, quem me diz – será isto um esquife, ou antes um batel(pequeno barco) de salvamento, que leva meus irmão?

E Jocabeth, sorrindo tristemente, dizia à filha: - Não o creias; para a nossa raça não existe piedade; fomos condenados pelo Senhor, que tantas vezes tem baixado sobre a descendência de Abraão. É bem possível, diz-lhe, consolando-a, Amram (marido de Jocabeth), é bem possível que o nosso querido filhinho, levado pelas águas, longe de achar a morte, como julgas, vá encontrar a vida, como o espero!

Pronto o esquife, em meio de prantos e gemidos que só as mães compreendem, foi o inocentinho lançado às águas do Nilo, que serpeia por entre as montanhas da Líbia.

A irmã, porém, dessa criança, levada por seus sentimentos extraordinariamente bons, tocada pela influência do seu Anjo da Guarda, quis ver o curso do berço e, então, com essa curiosidade e graça tão próprios da infância e que constituem o seu maior encanto, caminhou, pisando a alfombra(gramado) que margeia o grande rio, olhos cravados no esquife que, abandonado à corrente, seguia o seu ignoto destino; e, comovida até às lágrimas, a si própria perguntava: - Qual o crime cometido pela nossa raça, para que mereça tão grande punição? E vós permitireis, Senhor, que o meu irmãozinho seja tragado pelas águas? Que rei tão mau é esse que fere assim as mães, matando-lhes os filhinhos?

Inocente criança, não compreendia ela ainda a lei soberana do egoísmo humano; vivendo como as flores, como os pássaros, não concebia que alguém fosse capaz de arrancar dos braços de uma pobre mãe o seu filhinho querido, para lança-lo à morte!

E, com o pensamento conturbado por negros cismares, caminhava sempre, até que, por entre a densa folhagem de frondoso bosque, divisou as damas da corte do grande senhor, as quais à margem da corrente faziam companhia à sua soberana, que ali vinha banhar-se.

Enquanto na humilde choça a triste mãe veria amargo pranto pelo filho estremecido, Termutis(filha de Ramsés II. Terceiro faraó da XIX dinastia egípcia que reinou entre aproximadamente 1279 a. C. e 1213 a. C.), a bela princesa, filha do Faraó, em toda a sua grandeza, ostentando magníficas pedrarias, descia majestosa às margens do Nilo onde, no banho higiênico, buscava refrigério ao seu corpo virginal. Confiando em suas damas, que velavam pelo seu recato, dispunha-se a banhar-se, quando, vendo uma cestinha que boiava à flor das águas, impelida docemente – curiosa de saber o que continha, ordena às damas, que a tragam, represando-a à margem da corrente.

Cumpridas as ordens, vê Termutis, com pasmo, que a cestinha de juncos(planta), betumada, conduzia formosa criança, tão bela como a aurora, que sobre os cabelos lhe espargia seus raios luminosos. Beijando-a comovida, diz às damas: - Com certeza é este inocentinho filho de hebreus, um condenado de meu pai! Tivesse eu aqui alguém para amamenta-lo e certamente o tomaria. É tão formoso!
Ilidia esse o nome da irmã de Moisés, que tudo ouvira, aproxima-se da princesa e, vencendo a timidez, anima-se a dizer-lhe: - conheço alguém, senhora, que pode amamentar essa criança, se isso for do vosso agrado. – Ao que, diz-lhe Termutis: - Vai busca-la e sem demora.

Ilidia corre ofegante de contentamento a levar a grata nova a Jocabeth e, como alucinada, penetra a palhoça, bradando: - Venha, minha mãe, venha amamentar meu irmãozinho, por ordem da princesa!
Jocabeth, sem compreender bem o que lhe dizem, sai e desalinho, seguindo a filha, cujos passos a conduzem junto a Termutis, de quem, ébria de gozo, recebe em seus braços o querido filhinho, que há pouco lhe fora arrebatado. E fingindo-se estranha à criança, dela se encarrega.
Triste condição de mãe que, para obedecer ao sátrapa(indivíduo muito poderoso e arbitrário), precisa até dizer que não é mãe!

Estreitando ao peito o querido tesouro, que perdido já julgara, volta à humilde palhoça onde devia crescer, desenvolvendo-se, o alto espírito do grande legislador hebreu.

Essas torturas, essas angústias por que passou Jocabeth, tinha certamente uma razão de ser; o egoísmo da raça egípcia não podia tolerar o desenvolvimento extraordinário da raça hebraica e, naqueles tempos, como ainda hoje neste século que está a findar, e que ironicamente se  apelida de século das luzes, predominava tão somente o desejo de conquista que estabelece a negra servidão do vencido ao vencedor!

A humanidade era uma palavra sem sentido, a justiça um mito, a força um direito, o próximo a próprio eu.

Mas, Deus, soberanamente Justo e Misericordioso, Deus, infinitamente Bom, Deus, Onipotente, entendeu, em sua alta sabedoria, fazer do próprio palácio do Faraó o abrigo daquele que mais tarde reivindicaria os direitos dos de sua raça e, abalando, com os prodígios de suas mediunidades, todos os recônditos do Egito, quiçá da Ásia, receberia no alto do Sinai, os Mandamentos da Lei de Deus, o que fará o assunto do próximo capítulo.

Cap. 1 do livro De Jesus para as crianças – Bittencourt Sampaio

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sexta-feira, 23 de novembro de 2018

APRESENTAÇÃO DO LIVRO DE JESUS PARA AS CRIANÇAS pelo espirito de Bittencourt Sampaio


Este livro é ainda uma misericórdia que o Divino Senhor concede àqueles que ao estudo das Sagradas Letras humildemente se dedicam, buscando nos seus sublimes ensinamentos, em espírito e em verdade interpretados, a luz que lhes ilumina o tortuosos carreiro da existência que deve, um dia, conduzi-los limpos de pecado, à verdadeira vida, no seio amantíssimo de Jesus, o nosso Bendito Mestre.

Prometido pelo Espírito do nosso querido amigo Bittencourt Sampaio, pouco tempo  depois de nos ter ditado o que hoje corre o mundo, sobe o título – Jesus perante a Cristandade (1) – levando às almas crentes os bálsamos da palavra vivificante do Divino Redentor, pelo nosso dedicado companheiro Frederico Pereira da Silva Junior, o médium que nos transmitira aquele trabalho, tivemos a ventura de receber o prefácio deste, que ora publicamos, a 8 de dezembro do ano próximo passado, o dia em que toda a Cristandade comemora a Sagrada Conceição da Imaculada virgem Maria.

No espaço de oito meses, em sessões realizadas periodicamente, com quase todos os companheiros que assistiram à transmissão do primeiro trabalho já publicado, recebemos-lo, tendo a suprema dita de vê-lo concluído a 15 de agosto do corrente ano, como uma homenagem, embora humilde, pelo seu inspirado autor prestada à Excelsa Glória da Rainha dos Anjos.

Ainda por esta vez fui pelo bom discípulo do Divino Mestre encarregado de coordenar o seu trabalho e dá-lo à publicidade.

Hoje que me tenho desobrigado da tarefa a que dediquei todo o carinho de minha alma de crente, rendo graças ao Senhor pela misericórdia que baixou ao último dos seus filhos, permitindo que ele servisse, na medida das suas pequeninas forças, ao grande obreiro da Vinha do Amado Mestre, na propagação dos ensinamentos evangélicos.

Que as grandes verdades que este belo livro ensina às  criancinhas – esplêndido tesouro de lua que, por seu dedicado sevo, Jesus concede àqueles que ensaiam os primeiros passos no ingrato mundo a que vieram em busca da redenção das culpas do passado, sejam para as sua almas o fanal que os guie ao almejado porto da salvação.

E que Jesus, do alto da sua Glória, abençoe o fiel mensageiro da sua divina e santa palavra, aos seus irmãos da terra.

Dezembro de 1901.
Pedro Luiz de Oliveira Sayão

PREFÁCIO DO LIVRO DE JESUS PARA AS CRIANÇAS pelo espirito de Bittencourt Sampaio


Prezado(a) leitor(a), tenha esse livro que ora lhe depositamos nas mãos como um presente dos céus... Como volume físico pode parecer apenas uma singela lembrança, mas conhecido o seu conteúdo reconhecer-se-á nele uma verdadeira joia de brilho próprio, da mais fulgurante espiritualidade; ao mesmo tempo em que um marco na história do Espiritismo brasileiro, como o primeiro título da literatura espírita nacional dedicado à evangelização infantil.

Publicado originalmente pela FEB em 1901(1), tem como autor espiritual nada mais nada menos que Bittencourt Sampaio, uma das estrelas de primeira grandeza na constelação dos pioneiros de nossa Doutrina na Pátria do Evangelho(2), e foi recebida psicofisicamente pela segura e admirável mediunidade de Frederico Pereira da Silva Jr., o médium de Ismael, apontado pelo Patrono de nossa CASA, Bezerra de Menezes, como uma dos maiores médiuns de todos os tempos, do Brasil e do mundo ...(3)

Redigido inicialmente para as crianças, traz em suas páginas variadas e reluzentes pérolas de sabedoria, capazes de atender as infantes de todas as idades...

Sugerimos que o leia com calma, com vagar. Saboreie lhe as palavras, e eleve o pensamento em prece para bem aproveitá-las todas, para aprender em espírito e verdade os ensinos que traz entremeado a uma seleção de passagens bíblicas, narradas na forma de pequenas historietas, ao sabor infantil, mas trazendo sempre nas entrelinhas profundas lições para os que tem olhos de ver e ouvidos de ouvir...
Ele poderá ser útil também, aos que realizam o Culto do Evangelho em família, posto que traz diversos “recados” dirigidos especialmente às crianças, facilitando assim o despertamento de seu  interesse e participação.

Não podemos concluir essas breves palavras, a título de introdução, sem agradecer publicamente a dedicação e a gentileza de nossa confreira Sra. Norma Guimarães, do Posto de Assistência Bittencourt Sampaio, obra do Grupo Espírita regeneração , de Goiânia (GO), que voluntariamente providenciou toda a digitação dos originais e a sua atualização para os padrões ortográficos atuais.
Estendemos também os nossos agradecimentos ao prezado Oceano Vieira de melo, pela gentil cessão das valiosas imagens das paginas 149 e 150 dessa edição, bom como ao nosso Jorge Damas, pela organização e notas desse trabalho. Que Deus abençoe sempre esse amigo de nossa CASA, pelas sucessivas florações no bem, que a cada estação produz.

Ao nosso Patrono, Bezerra de Menezes, e ao fundador e Orientador Geral de nossa CASA, Azamor Serrão, pedimos bênçãos para mais esse esforço dos seus pequeninos .
A todos, boa  leitura , e PAZ!

Julio Damasceno
Pela Casa de Recup. E Benefícios Bezerra de Menezes, em maior de 2015, em celebração pela realização do XI Congresso Jean Baptista Roustaing


1 “De Jesus para as Crianças” teve apenas duas edições, até o momento: a 1 em 1901, Typ. Aldina, R. da Assembleia, 96, Gráfica, Pç. Tiradentes, 36; e a 2 e, 1938, Livraria da FEB, Av. Passos, 30, RJ.
2 No livro “Voltei” psicografia de F.C.Xavier, o irmão Jacob (pseudônimo de Frederico Figner) descreve Bittencourt coma “uma estrela brilhante”, revelando ainda ter ele um papel na supervisão do Espiritismo evangélico no Brasil. (Caps. “Noite Divina” e “A Palavra do Companheiro”). Em “Memórias de um Suicida”, do autor espiritual Camilo Cândido Botelho (pseudônimo de Camilo Castelo Branco) psicografia de Yvone Pereira, Bittencourt é também apresentado de como “um dos representantes da direção espiritual das terras de Santa Cruz”, juntamente com Bezerra de Menezes (cap. VII).
3 Sobre o valor e a qualidade da mediunidade de Frederico tem-se o depoimento de Bezerra de Menezes na obra  “A Tragédia de Santa Maria”, recebida também pela valorosa Yvone Pereira: “Existia na capital do País (RJ) um médium portador de peregrinas qualidades morais e vastos cabedais psíquicos, que dele faziam, sem contestação possível, um dos mais preciosos eminentes interpretes da Revelação Espírita no mundo inteiro, em todos os tempos. (...) chavama-se Frederico Pereira da Silva Júnior”(Pags 223/4 da 3 ed. FEB). Foi lel o médium de Allan Kardec para orientar a unificação dos espíritas no Brasil, tarefa realizada por Bezerra de Menezes, conforme a revelação de Humberto de Campos em ‘Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, psicografia de F.C.Xavier, no cap . “A Federação Espírita Brasileira”.
 

domingo, 28 de outubro de 2018

EDUCAÇÃO ESPÍRITA





“Quando a geração for educada nas crenças espíritas, ver-se-á outra juventude, mais estudiosa e menos turbulenta”, asseverou o  Codificador. (Revue Spirite de 1862, p. 267).



Mais de cento e cinquenta anos passados, esta afirmação de Kardec continua a fazer todo o sentido.
Importa, por isso, não perder a oportunidade de refletir  sobre as questões da educação das nossas crianças e jovens e sobre os contributos que a Doutrina Espírita poderá trazer à atual geração.

Consideremos, em primeiro lugar, algumas afirmações e conceitos com que nos deparamos nos tempos que correm, e que, para sermos francos, não difere muito do que se ouviu comentar noutros tempos sobre outras gerações de jovens. Por todo o lado, ouvimos que esta juventude está cada vez mais perdida; que os jovens só pensam nos seus prazeres, não querem estudar nem trabalhar; que já não é como antigamente, não respeitam nem teme ninguém; que o mundo caminha cada vez mais para o materialismo; que a falta de valores morais alastra de uma forma cada vez mais destrutiva...
Se fosse esse o nosso intuito, encheríamos páginas com considerações deste gênero. Mas, será realmente assim? Estará, efetivamente, a juventude a degradar-se? Os valores atuais estarão mais degradados, efetivamente, quando comparados com os do passado?

Se lançarmos um olhar atento sobre o passado histórico da Humanidade, talvez cheguemos à conclusão de que, se por um lado, a época atual oferece um sem número de avanços tecnológicos e científicos que nos proporcionam um bem-estar nunca antes alcançado, contribuindo,  de certa forma, para que o materialismo, ilusoriamente, pareça encerrar, por si só, solução para tudo, por outro lado, não podemos deixar de perceber o quão a Humanidade tem progredido no sentido moral, humanizando-se ao longo da longa caminhada desde os primórdios até à atualidade.
Nem poderia ser de outro modo.

Quem somos nós, os que por aqui andamos hoje? Quem são as nossas crianças e os nossos jovens? Seres acabados de sair da mãos do Criador? Certamente que não. O Espiritismo esclarece-nos que somos seres em evolução, em trânsito pela escola terrena, numa longa caminhada rumo à perfeição. A Humanidade de hoje é a Humanidade de ontem; será ainda a Humanidade do futuro. Os nossos filhos e alunos, a quem nos cabe educar e encaminhar para Deus, são, provavelmente, os nossos pais e professores de outras vidas, a quem já coube também a tarefa de nos educar a nós. Serão ainda os nossos companheiros de jornada, no futuro, em que seremos educandos e educadores, num intercâmbio de saberes e experiências, rumo à construção de um mundo melhor, em sintonia com as leis do Pai, que preveem a felicidade que apenas será plena, na medida em que trabalhemos para o bem-estar comum.

Perca/ ausência de valores? Não podemos esquecer que, dizem-nos os Espíritos, estão atualmente reencarnados no planeta irmãos a que está a se dada talvez, a última oportunidade de repensarem os seus valores, as suas atitudes, crescer espiritualmente em companhia de quem já conseguiu algum progresso nesse sentido.

Esses irmãos, para além de, se a isso se decidirem, colherem o benefício das lições que a vida atual faculta, serem também de instrumento para cultivar o amor, o perdão, a tolerância, a caridade, a todos os que estão, por assim dizer, um passinho à frente na caminhada.

Nas Leis Divinas nada se perde, tudo se encadeia; tudo está previsto para que todos possamos colher os maiores benefícios nesta jornada comum.

Neste contexto, não devemos estranhar a grande disparidade de valores com que hoje nos deparamos. É uma situação passageira, própria da época de separação do trigo do joio, anunciada pelo Mestre. Porque é disso que se trata, realmente.

Vivemos tempos cruciais, para a evolução não só individual, mas principalmente deste mundo de expiações e provas em vias de se tornar mundo de regeneração.

Quanto mais investirmos na educação da presente geração, mais estaremos  a contribuir para um mundo mais equilibrado, mais feliz, mais consciente, mais harmonizado com a Espiritualidade Superior.
Onde ir buscar a inspiração para tão grandiosa tarefa? Herculanos Pires, no seu livro Pedagogia Espírita, dá-nos a resposta: “O Livro dos Espíritos é um manual  de Educação Integral oferecido à Humanidade para a sua formação moral e espiritual na Escola da Terra.”

Retomando a afirmação de Allan Kardec, com que iniciamos esta reflexão, quando entendemos e interiorizarmos o seu tríplice aspecto (científico, filosófico e moral) , quando nos empenhamos em educar as crianças e os jovens de acordo com os princípios ali apresentados, e os vivenciarmos sem reservas, estará dado um grande passo na construção de um futuro que, não podemos deixar de lembrar, será o nosso, já que temos de colher o que hoje semeamos.

Quem somos, de onde vimos, para onde vamos, qual a finalidade de aqui estarmos, o que acontece quando a vida do corpo finda, que não estamos sós no Universo, que todo o efeito  tem uma causa e toda a sementeira terá obrigatoriamente uma colheita, tantas e tantas questões que sempre ocuparam e preocuparam a Humanidade, e a que as religiões e filosofias nunca souberam responder devidamente,  no Livro dos Espíritos são abordadas de uma forma simples e acessível a todos os que queiram estudar de espírito aberto e boa vontade.

Ao Livro dos Espíritos juntemos O Evangelho Segundo o Espiritismo, e teremos um valioso roteiro a iluminar-nos a caminhada.

Estudemos e pratiquemos porque a verdadeira educação só se faz pelo exemplo. E não esqueçamos que ninguém dá o que não tem.

Ninguém educa os outros se, antes de mais, não se educa a si mesmo.

por Maria de Lurdes Duarte

Fonte: http://www.oconsolador.com.br/ano12/591/ca5.html
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