É pela educação que as gerações se  transformam e aperfeiçoam. Para uma sociedade nova são necessários  homens novos. Por isso, a educação desde a infância é de importância  capital. 
Não basta providenciar a instrução da  criança. Ela deve aprender a se conduzir como ser consciente e racional.  Isto é tão necessário como saber ler, escrever e contar. 
É entrar na vida, armado, não só para a luta material, mas, principalmente, para a luta moral. 
Para despertar na criança as primeiras  aspirações ao bem, para corrigir um caráter difícil, são precisos, por  vezes, a perseverança, a firmeza, uma ternura de que somente o coração  de um pai ou de uma mãe pode ser capaz. 
Essa tarefa, no entanto, não é tão  difícil quanto se pensa, pois não exige uma ciência profunda. Grandes e  pequenos a podem realizar, desde que se compenetrem do alvo elevado e  das conseqüências da educação. 
Bonita lição foi a ocorrida em um  supermercado. A jovem mãe tinha cerca de 27 anos e o menino, uns 2. Ele  se mostrava birrento, teimoso e violento. Ela, forte, serena e  irredutível. 
O local era uma prateleira de  supermercado recheada de chocolates. O menino parecia uma fera. Queria,  porque queria, cinco. Ela, firme, dizia que ele poderia levar apenas um.  
Foi uma aula de maternidade. O menino gritava, chorava tão forte e doído que parecia estar apanhando. 
Batia os pés, rolava no chão, ameaçava derrubar a prateleira toda. Tudo inútil. 
Sem usar de violência física ou erguer a  voz, a mãe o obrigava a escolher. "ou leva um só ou não leva nenhum.  Vai ter de escolher." 
A voz não era de quem tem raiva. Era de  quem guarda certeza do que está fazendo. Mais ou menos 15 espectadores  observavam o acontecimento, aglomerando-se no corredor do supermercado. 
Foram dez minutos dolorosos, no final  dos quais o pequeno aceitou sua derrota. Os gritos e os pontapés foram  diminuindo. Por fim, ele parou com a manha, aceitou a mão da mãe e saiu  do supermercado com sua única barra de chocolate. 
O resto ficou lá, na prateleira. Perdeu o supermercado. Venceu a mãe. Venceu a educação. 
Desde que o mundo é mundo, crianças  querem porque querem, certas coisas. Muitos pais cedem, ou para não  enfrentar o incômodo da birra, ou porque temem os olhares de eventual  desaprovação de quem os observa. 
Os que não educam os seus filhos, os verão sofrer na vida, fazer sofrer a outros e perder a chance de progresso. 
São fabulosos os pais que proíbem, sem raiva, e dão o necessário, sem dar demais. 
A nossa sociedade tem mentalidade de  supermercado. Oferece mil prateleiras com tentações e incita os imaturos  a consumir mais do que precisam. 
Por isso mesmo, são dignos de aplauso  os casais que educam seus filhos para não consumir demais, a fazer  escolhas, a crescer, a amadurecer. 
*** 
Os espíritos que habitam os corpos dos  nossos filhos vêm coabitar conosco para que os ajudemos a vencer os seus  defeitos e os preparemos para os deveres da vida. 
Estudemos, desde o berço, as tendências  que a criança trouxe das suas existências anteriores. Apliquemo-nos a  desenvolver as virtudes e aniquilar os vícios. 
Que não nos detenham a fadiga, nem o excesso de trabalho. 
Auxiliemos a transformação social. Transformemos a face do mundo, pelo caminho da educação.
autoria ignorada e no cap. 54 do livro Depois da morte,
de Léon Denis, ed. Feb.
Em 07.06.2010.
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