quinta-feira, 29 de novembro de 2018

O SAPO ALEIJADO


- Olhe, tio, aquele sapinho, como ele anda engraçado! 

Está com muita dificuldade..., parece estar desengonçado!...


Vamos chegar mais perto, tio, para poder lhe ajudar!...

 Ver o que está acontecendo, pois nem consegue pular!


- Veja, Angel! O sapinho não caminha engraçado!... 

É que ele só tem três patas para andar!... 

Entende agor por que, desengonçado, não consegue correr, nem pular?...

Chegamos bem pertinho dele, que nos olhou triste e revoltado.

 - O que vocês querem comigo?... 

Não veem que sou feio e aleijado!...

Calma meu irmãozinho!


Conhecê-lo, agora é o que mais queremos...


Estamos à passear pela floresta, aprendendo e encantados com tudo que vemos...

Estamos achando-o tristonho...Podemos ajudá-lo?!... É só dizer!... 
- Eu não quero conversa com vocês!...

Vou sumir para ninguém me ver!...

- Deixe disso! Vamos aqui nos sentar..., e você, sapinho, favor me explicar o motivo de tanta revolta, para, então, poder se acalmar...

E o sapinho, chorando, se lamentou:


- Queria apenas entender por que ser diferente, se meus pais e meus irmãos são normais?!... 

Se as quatro patinhas tivesse, eu estaria contente...

Voltei-me para o Tio Antônio e perguntei:


-Tio, será que poderia nos explicar?


- Mas é claro, Angel - prestem bem atenção. 

É muito simples e Jesus vai nos ajudar...

Sapinho, você vê apenas este corpo, mas na verdade há um outro - o astral -, que serve como uma fôrma para fazer este, que você vê - o material...

Todo nós temos este corpo... e não há uma só excessão, neste nosso planeta de provas, e, também, de expiação!...

Igualmente não existem nos mundos dois corpos iguais... 

Nem em outras demensões das moradas astrais!...

No corpo astral, todos nós temos os mesmos órgãos do corpo carnal. 

Se neste, algumóergão não está bem, o "problema" está no outro corpo astral!...

- Mas, tio, se um corpo é igual ao outro, então o meu corpo está com defeito? 


- Sim, sapinho!...

 E você, Angel, preste atenção: o nosso corpo astral tende sempre a ser perfeito.

Quando nascemos com alguma deformidade é porque por provas temos que passar, para justamente, "melhorar"o corpo astral, que está doente e precisa se curar...

No seu caso, sapinho, a perna que lhe falta é prova necessária de algo a resgatar! 

Quando nascemos, às vezes, a escolhermos, mas mágoas e revoltas nos fazem atrasar...

- Mas, tio, eu não podia aceitar proque não conseguia entender; porém, agora, já bem calmo... muito mais eu quero aprender!...

- É isso, sapinho!... 

Quanto mais revoltados ficamos deixamos a prova nos limitar. 

Se passamos por problemas difícieis, é porque ainda há muito a assimilar...

Mas, voltemos a falar do perispírito...


- Perispírito? Que nome é este? Pode explicar?


- É um outro nome do corpo astral, de que já falei; que todos temos e que serve para nos formar.

O peripírito possui os mesmos órgãos do corpo que temos - o material!...


No seu caso, sapinho, a pata que lhe falta está lá, no seu perispírito, o mesmo local...

Nesta encarnação, ela não se formou, mas, no perispírito, se encontra adormecida, para a humildade você aprender, ou para que alguma falta seja corrigida...

- Mas sou humilde, de familia pobre, e muito pouco temos para viver!...


É aí que está minha revolta, e, também, porque não aprendi a ler!...

- Sapinho!... Ser humilde não é bem assim, pois a "humildade" vem do coração, aceitando tudo o que Deus nos dá, sem revolta para com seu irmão...

- Eu tenho muita vergonha por ser um sapo anormal... 

E não sabia que é nesta vida, que melhoramos o copro astral...

Gostaria que conhecessem minha família... 

Devem estar preocupados, pois saí sem falar...


-Ah! Sapinho, nunca mais faça isto! Não saia de casa sem os pais avisar!

Lá chegando, encontrou-os ansiosos; preocupados, por não achar. 

Contou-lhes o que aprendeu na floresta, e, felizes começaram a cantar...

Falou-lhes que entendeu tudo muito bem, e os olhinhos dos pais começaram a brilhar.
Aprendeu que este corpo é dprovisório, renovável, e que, u dia, o vamos trocar...

Que a revolta e a tristeza atrapalham a caminhada e o progresso de todo ser!...

 Mas que aceitando os defeitos que temos, na próxima, um corpo saudável, iremos ter.

Após conhecermos aquela família, nos despedimos e fomos caminhar, para outros lares visitarmos, e do perispírito continuarmos a falar...

Extraído do livro Perispírito em Histórias I– Delma Gonçalves – espíritos Tio Antônio e Angelina

Livro PERISPÍRITO EM HISTÓRIAS I

  • por - Delma Gonçalves pelos espíritos Tio Antônio e Angelina
  • Trago aqui mais uma ferramenta de aprendizado para enriquecer o nosso entendimento sobre o perispírito.

     Penso que entendendo a linguagem infanto-juvenil, facilita para podemos passar às crianças.

    Esse livro, Perispírito em Histórias I – Delma Gonçalves – espíritos Tio Antônio e Angelina está em minha estante, a muito tempo!.. 

    Sempre segurava nas mãos, olhava e guardava novamente.. Não conseguia encontrar maneiras de postá-lo, talvez pela forma como foi escrito, em versinhos.. 

    Mas acho um tema muito importante! É mais uma maneira de entender esse corpo!.. E por isso decidi reescrevê-lo assim, como é!  

    Irei postando as histórias para que possamos entender e passar às nossas crianças da forma que acharmos melhor. 

    O livro trata:

    Angelina uma menina que morreu e agora se encontra no plano espiritual, junto dela está tio Antônio espírito que irá ensiná-la a viver essa nova fase.
    Espero ajudar
     Elaine Saes
    O perispírito é apenas um corpo, que não podemos ver nem pegar.
     Ele serve também de fôrma para um novo corpo material se formar.


    Ao longo do tempo se modifica, de acordo com a nossa evolução.

    Em cada mundo, ele é de uma energia, e diferente para cada irmão.


    Quando o períspirito está doente, é no corpo material que a dor irá refletir...

    Mas a doença vem lá do espírito, onde está o mal que vamos sentir.


    O Espírito quando encarnado, para os sentidos do corpo físico sentir, precisa do períspirito, como ponte, para o corpo físico poder gerir...


    Nosso conhecimento é todo lá guardado, através de muitas experimentações.

    Erros e acertos vão sendo registrados, para que façamos as modificações.


    O conhecimento que tenho sobre este corpo aprendi aqui no plano espiritual. Foram muitos tiois e tias me ajudando, para entender o que é o corpo astral.

    Passo agora um pouco do que sei aos pequeninos que serão evangelizados...

    Entendo o que é o períspirito, penso que todos serão ajudados...

    Pelo espírito de Angelina
    E assim começa...

     
  • OS CORPOS DO ESPÍRITO
  • AS REENCARNAÇÕES
  • NA FLORESTA
  • O SAPO ALEIJADO
  • O REPOLHO 
  • OS ANIMAIS E A ALIMENTAÇÃO DA CARNE
  • OS COELHINHOS XIFÓPAGOS
  • A BORBOLETA E A LAGARTA 
  • A PLASTICIDADE DO PERISPÍRITO
  • OS PEIXES 
  • OS PATINHOS - DIFERENTES ESTADOS DE EVOLUÇÃO 
  • OS DOENTES E AS DOENÇAS
  • BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES 
  • OS PERISPÍRITO NAS DIFERENTES MORADAS DA CASA DO PAI
  • A CURA DOS DOENTES 
  • A CURA PELA MEDICINA 
Extraído do livro Perispírito em Histórias I– Delma Gonçalves – espíritos Tio Antônio e Angelina

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

VÍCIOS E PECADOS - Caibar Schutel

Quais são os pecados que nos tornam infelizes na Outra Vida?
Todas as faltas têm por causa o orgulho e o egoísmo. A estima desordenada de si mesmo, com desprezo dos outros, fazendo o homem se elevar acima dos seus semelhantes e atribuir a si o que deveria atribuir a Deus, é a raiz de todos esses vícios que se alastram nos troncos do orgulho e do egoísmo.

O que se entende por orgulho?
É a mais terrível das enfermidades, da alma: é a pretensão que o homem tem de sua superioridade sobre os outros. Daí se originam a ira, a inveja, a preguiça, a luxúria, e todos esses males que nos tornam sofredores.

A ira deve ser mesmo um grande defeito?
Mais de que defeito: é preferível o homem ser aleijado que colérico: além de prejudicar o Espírito, prejudica o corpo.

 E que fazer para combater a ira?
Exercitarmos-nos na paciência, isto é, procurarmos suportar os sofrimentos de conformidade com os preceitos de Jesus, reprimindo os movimentos violentos da nossa alma, exercitando-nos na paz e esforçando-nos por ter calma.

E a inveja, é difícil combate-la?
Nada é difícil quando se quer. Começando por evitar a crítica, a murmuração, a calúnia, terminaremos extinguindo a inveja, que nos faz sofrer. Não é invejando os outros, nem o que é dos outros, que obteremos o que desejamos.

A preguiça é, então, um grande mal?
É um abismo que nos separa dos bens matérias e espirituais. O preguiçoso é sempre um parasita que vive às custas dos outros.

Que se entende por egoísmo?
É o excessivo amor ao bem próprio, sem atender aos outros. Este defeito neutraliza algumas qualidades boas que o homem possa ter, porque se torna incompatível com a justiça, o amor e a caridade.

Finalmente, para conhecermos o mal, façamos  que Jesus recomendou:
 “Não faças aos outros o que não queres que os outros te façam”. 
A infração desse preceito é que constitui o pecado. Não nos entreguemos à gula, à sensualidade, à luxúria. Sejamos sóbrios e castos e cumpramos as nossas obrigações.

Extraído da obra ESPIRITISMO PARA CRIANÇAS Cairbar Schutel


sábado, 24 de novembro de 2018

LIVRO DE JESUS PARA AS CRIANÇAS - BITTENCOURT SAMPAIO

MOISE RECEBE OS MANDAMENTOS DA LEIS DE DEUS



Extraído do livro De Jesus para as crianças de Bittencourt Sampaio - cap.2

Num meio dissoluto (contrário aos bons costumes) e idólatra (pessoa que admira exageradamente), seguindo, no entanto as leis do monoteísmo, crendo em um único Deus Verdadeiro e Soberano, passou a infância e fez-homem o grande Moisés, cujo nome em hebraico que dizer – salvo das águas.
Ramsés, o Faraó, respeitando os sentimentos magnânimos da princesa sua filha, acolhe em seu palácio o filho de Amram, na idade em que se poderia desenvolver o seu espírito; e, como lhe descobrisse uma inteligência precoce e vivaz, judicioso que era todos os seus atos, incumbe à sabedoria dos grandes da sua pátria a educação do menino hebreu. Fácil foi Moisés, sempre inspirado, compreender e desenvolver a ciência dos egípcios.

E, às horas do crepúsculo, ao descerem as colinas, conduzindo ao aprisco seus rebanhos, maravilhavam-se os pastores de quase sempre encontrarem aquela criança, que se esquivava aos brincos (brincadeiras) infantis, para absorver-se em funda meditação, como se já fora um velho, que no tédio da vida antevisse outra existência mais feliz.

Feito homem, chocavam-se lhe no espírito dois sentimentos extraordinários.

As lágrimas e gemidos dos de sua raça lhe feriam fundo o coração bondoso, exaltando lhe o altivo ânimo. Os penosíssimos trabalhos a que, para florescência dos campos e esplendor da cidade, eram condenados seus irmãos, lhe despertavam na alma uma tempestade de revoltas, que a custo a sua gratidão conseguia sufocar.

Quantas vezes não lhe passou pela mente o desejo impetuoso de sublevar os seus, quebrando por uma vez o jugo que os oprimia! Mas, às negras sombras, que por momentos lhe povoavam o cérebro, sucedia logo e logo a doce e serena luz da gratidão que lhe inundava a alma, trazendo-lhe plácido remanso a essas paixões.

Lembrava-se então de Termutis, a sua salvadora! Tudo suportaria, contanto que a princesa não sofresse a mais pequenina dor causada pela criancinha das águas!

E, com seus irmãos, estudava e padecia; assim, porém, que a morte, segundo a linguagem humana, tirou das vistas de Moisés o seu anjo protetor, como ele mesmo a apelidava, fala-lhe ao coração o espírito da raça, surge nele o homem impetuoso e ardente que busca por todos os meios a libertação dos filhos de Israel.

Alma experimentada ao calor das batalhas, que mais de uma vez fora levada, por gratidão à sua salvadora, a pelejar contra os Etíopes, ele encara sem temor a luta que se vai travar, não se arreceando das derrotas, porque tem fé no seu Deus, o Deus de seus pais, o Único Deus perante o qual cairão todos os ídolos (ver na Bíblia Isaías 45:21-23).

Depois de repetidas violências praticadas contra os pobres escravizados, encontra Moisés um dia, na estrada, possante egípcio infligindo a um hebreu dura castigo. Revolta-se e, não podendo conter-se, como que para dar começo a essa tremenda campanha de liberdade, de luz e de fé, que em prol de sua raça ia travar, lança-se de permeio, servindo de ante mural ao israelita, e mata (não há na linguagem humana outra palavra) mata o covarde.

Amedrontado, porém, pelo que fizera e tendo certeza de uma represália, foge depois de lançar sua vítima a um barranco arenoso. Dias depois, de toda a cidade foi sabido o feito de Moisés; seus próprios irmãos, aqueles mesmos por cuja liberdade ele se batia, severamente o exprobravam (lançar censura a, repreender, criticar).

Manifesta-se assim o gênio arrebatado daquele que mais tarde devia ditar leis, fazendo-se conhecido como o único homem que naquela época, afrontando uma sociedade sanguinária e dissoluta, sem Deus e sem crenças verdadeiras, seria capaz de levantar seus irmãos à sua divina origem – o seio do Criador!

Divulgado o fato, ordens severas foram dadas para a prisão do estrangeiro que, em sangue egípcio, ousara ensopar o berço da escravidão. Moisés, que era médium, recebe a intuição do seu Guia, retira-se para a casa de Jetro, seu futuro sogro; e aí, procurando sempre aproveitar toda a sua existência no trabalho, providencialmente se encarrega dos rebanhos de seu sogro, passando nesse mister dias inteiros, na solidão das florestas, guiando o gado às melhores pastagens.

Numa dessas jornadas, ao cair da tarde, caminha Moisés de volta a penates (lar, família), quando, junto à base do Monte Horéb sente a queda de um raio cobrindo-se de fluidos luminosos e espessa floresta de sarças (planta), que se lhe afigura arder em rubras chamas.

- Será, porventura, o Senhor que me vem falar pela voz do raio e pela luz que baixa do céu, pergunta Moisés!? E, prostrado, atento o ouvido na solidão do monte, aguarda a palavra do Senhor.
Diz-nos a Sagrada História, meus filhinhos, que a essa lugar deserto descera Deus, a fim de dar a Moisés as primeiras instruções para a libertação do seu povo; hoje, porém, com mais verdade, afirma-nos a Nova Revelação (o Espiritismo, a Terceira Revelação ou Consolador Prometido) que um Espírito, por ordem do Senhor, baixara a terra e, aproveitando as mediunidades do grande legislador hebreu, o iniciara no carreiro da redenção dos míseros cativos, cuja raça descendia de altos espíritos (ver o livro A caminho da Luz, cap. 7), que em espírito e verdade já tinham compreendido Deus, seu Criador, abandonando os cultos de Baál e de Moloch e demais divindades criadas pela simples fantasia do homem.

Deus, não, meus filhos, mas um Espírito superior, igual a esses que a todos os momentos da vossa vida podereis encontrar, desde que vos souberdes colocar em condições de senti-los, assim falou a Moisés, no monte Horéb: 

- Vai a Faraó e, em meu nome, pede-lhe a libertação de tua raça. Se as crianças já foram condenadas ao extermínio, por serem filhas de hebreus, que lhe importa abrir mão desses infelizes que há tantos anos sofrem o pesado jugo de tão ferrenha servidão?

- Mas, Senhor, diz Moisés, ele não me dará crédito; e, em nome de quem, devo falar-lhe?

-Eu sou Aquele (ver Êxodo 3:14 na Bíblia) que é, responde-lhe a voz.

Depois de muito meditar e de muita hesitação, como que buscando uma evasiva ao alto empreendimento que lhe era ordenado, pergunta ainda o salvo das águas:

- Como poderei convencer ao povo de que sou por vós enviado? – Sou tartamudo (dificuldade para falar), Senhor, e à minha palavra negastes as vibrações capazes de persuadir àqueles a quem me vou dirigir!

Responde-lhe o Anjo do Senhor: - procura teu irmão Aarão; ele será a palavra, tu os prodígios. – Ouve a minha voz e cumpre o teu dever!

Após o desaparecimento desse maravilhoso quadro por Moisés testemunhado, junto ao monte Horéb, entrega-se o grande legislador a profundo meditar, dando tratos à imaginação, cogitando como desempenharia a missão de que fora encarregado.

Ele bem conhecia o caráter dos israelitas, caráter que fora adquirido no convívio de um povo todo entregue à idolatria e à dissolução dos costumes. Avaliando a dureza da alma do Faraó e a grandeza do seu reino, tinha a certeza de que as palavras de um estrangeiro dificilmente por aquele seriam atendidas. Despertando da sua meditação, orou fervorosamente e voltou à sua tenda; aí por largo tempo permaneceu, tomado de grande exaltação, até que um dia, pelos enviados do Senhor avisado da morte do rei do Egito seu inimigo, resolve-se a cumprir as ordens que recebera, pondo-se a caminho.

Aarão, por sua vez prevenido também pelo seu anjo da guarda, lhe vem ao encontro e dos seus lábios ouve a revelação de tudo que com ele se passara no monte Horéb. Dirigem-se ambos para o Egito e, aí chegando, pede Moisés uma audiência ao rei, para obter a liberdade dos seus concidadãos.

Como servo humilde, rojasse-lhe aos pés, suplicando em prantos a libertação dessa oprimida raça a que pertencia. O Faraó Segundo, o novo rei, meus filhinhos, admirado da ousadia do estrangeiro, lhe pergunta com que autoridade penetra em seu palácio par fazer-lhe tais súplicas; Moisés, respondendo como lhe fora ordenado pelo divino enviado, fala em nome do seu Deus, o Criador de todas as coisas, o Único Deus Eterno e Absoluto. O Faraó chama os seus ministros e manda conduzir às fronteiras do seu reino o audacioso embaixador de um Deus desconhecido para ele. 

Decorrido algum tempo, volve de novo o Anjo do Senhor, concitando o legislador hebreu a repetir ao rei, com seu irmão, os rogos que uma vez já lhe fizera. 

De novo é Moisés repelido e, então, começam a cair sobre todo o Egito as grandes calamidades que a linguagem humana apelidou de pragas. Fenômenos extraordinários se deram em todo o reino, com o fim de tocar o coração endurecido, ferindo o espírito obcecado do grande e poderoso soberano. Esses fenômenos, porém, que a todos aterrorizava naquelas épocas, pela ignorância das causas que os produziam, hoje a ciência, à luz do Espiritismo, os explica de modo a satisfazer à razão mais refratária. Dos desertos da Arábia, os gafanhotos que aí se encontram em grande abundância e que a Zoologia classifica na espécie Acrídeos (gafanhotos); da África Central as moscas, as mais danosas de leste levantado e arrojado às planícies egípcias, devastando toda a vegetação e dizimando todos os rebanhos. E, assim as correntes aéreas, perfeitamente conduzidas pelos espíritos em missão, produziam esse resultado necessário para amedrontar o rei e o seu povo.

Tais foram meus amiguinhos, as duras provações por que passaram os egípcios, as quais melhor podereis conhecer pela leitura das Sagradas Escrituras, e que conseguiram tocar o endurecido coração do Faraó.

Aproveitando esses acontecimentos, Moisés volta ainda uma vez e repete as suas súplicas pela libertação do povo de Deus; e quando tanto lhe não quisessem dar, dizia, ao menos lhe concedessem a esmola de permitir que com o seu povo, ele fosso ao deserto cumprir uma promessa que fizera ao seu Deus.

O rei, temendo novos desastres, acede pôr fim aos rogos dos estrangeiros. Então, Moisés procura os seus, e Aarão dirigindo-lhes a palavra, tenta persuadi-los da necessidade de saírem daquele infamante cativeiro, buscando a terra da promissão, onde seriam felizes, abençoados pelo verdadeiro Deus.
Convencidos afinal com grande dificuldade, pois já se haviam habituado aos duros trabalhos e ao prazer da adoração dos falsos deuses, submetem-se ao grande legislador e, assim, em número extraordinário, que poderia formar um poderoso exército, saem os israelitas e Egito, guiados por Moisés que, aproveitando uma maré do equinócio (dia e noite tem a mesma duração), com eles atravessa o Mar Vermelho. Penetram no deserto, encontrando a cada passo tribos diferentes que lhes dão batalha. Moisés confiando sempre no seu Deus, no Deus de seus pais, aceita todos os combates e em todos é vencedor, até que chega à falda do Sinai.

Povo de ingratos!

Por mais de uma vez, durante essa penosa quão gloriosa jornada blasfemou a hora em que ouvira a voz do seu chefe e pedindo que este lhe mostrasse o Deus de que tantas vezes lhe falara tentar até apedrejá-lo, como impostor que o tinha tirado das terras do Egito, onde fruía os gozos condenados pela razão e pela moral.

Moisés sempre humilde, mas firme nas suas convicções, suplicava constantemente ao Senhor, procurando apaziguar os ânimos dos que o acompanhavam, ora pedindo os saborosos mananciais para desalterar lhes (acalmar) a sede, ora obtendo as codornizes para lhes saciar a fome, até que um dia, quando mais acesa a revolta parecia dominá-los a todos, deixa-os o grande israelita por momentos, e galgando as colinas que conduzem ao alto do Sinai, vai orar ao seu Criador, implorando-lhe a força, o robustecimento da fé, para levar por diante a sua jornada.
O povo, à distância, começa então a ouvir grande rumor na floresta; cruzam-se relâmpagos no espaço e, envolto em fluidos luminosos, destaca-se no alto do Sinai, joelhos postos em terra, o vulto majestoso de Moisés.

Deus, não, mas o mesmo espírito do monte Horéb dirige a palavra ao médium intuitivo e vidente, dando-lhe as instruções necessárias, para felicidade daquele povo. Ordena que ele grave em pedra os mandamentos da lei; - esse mandamento, meus filhinhos, tão sabiamente dados, que sendo dez, se resume em dois: - amor a Deus sobre todas as coisas e amor ao próximo como a si mesmo!
Mas, quem saberá amar a Deus? Quem compreenderá em todo o espírito esse resumo dos mandamentos da lei?

Hoje mesmo, bem poucos talvez, apesar do sangue derramado no Calvário, nas agonias da Cruz!
O amor a Deus, esse amor que pede a lei encontrareis, meus filhos, no grande patriarca Abraão, o chamado – Pai dos pobres.

Esse santo varão (homem respeitado), filho de Taré, nasceu em Ur, cidade da Caldeia onde viu a luz nas mesmas condições que o grande legislador, num meio vicioso de infiéis; mas, espírito em missão, desde a infância teve a intuição de um Deus Único e Verdadeiro, fugindo sempre ao culto aos ídolos. Era o seu maior prazer engolfar-se (tornar absorto) em muda contemplação da natureza, onde em tudo o que lhe feria o olhar, ele via resplandecer a imagem do Único e Verdadeiro Criador.

Para o grande patriarca, o maior enlevo (encantar-se), a mais doce alegria que lhe poderia inundar os seios da alma era sentar-se meditando, às horas do crepúsculo, à porta da sua tenda, no vale de Mambre, à espera dos peregrinos a quem desse pousada. E tão grande era a caridade daquele elevado espírito que esse lugar, por todos os que ali passavam, ficou denominado – o Seio de Abraão (ver na Bíblia Lucas 16:22)
Em uma dessas belas tardes, em que o bendito caçador de almas esperava os viandantes, três mancebos a ele se dirigiram, saudando-o.

Grande foi o contentamento do velho patriarca, em recebê-los. Chamando-os para a sua tenda, mandou que sua companheira preparasse o que de melhor houvesse para seu repasto da noite, oferecendo-lhe a água fresca da fonte cristalina.

E, sentando à mesa, em meio da palestra santificada, assim lhe fala um dos mancebos (homem muito moço): - Diz-me o coração, senhor, que dá vossa esposa ainda terá um filho.

Sara sua companheira, que oculta no fundo da tenda ouvia a conversa dos viandantes, sorriu de incredulidade, porque já era velha, muito em anos.

E, desse sorriso de mãe, meus filhos, nasceu Isaac, que veio ao mundo, com espanto de todas as 
gentes que habitavam aquelas terras – o que veremos no capitulo 3.


Cap. 2 do livro De Jesus para as crianças – Bittencourt Sampaio

veja mais:




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