domingo, 28 de abril de 2019

O LAR TERRENO E SUA FUNÇÃO

Além da função fundamental de unir as almas comprometidas e treiná-las para o amor fraternal, o lar terreno também é excelente curso de alfabetização espiritual, preparando o espírito para manusear a linguagem universal e viver os sublimes eventos futuros entre as humanidades angélicas. Através dos laços consanguíneos e das obrigações recíprocas existentes entre os membros da mesma família, o lar aproxima as almas e desenvolve-lhes o entendimento da vida espiritual superior.

Assim, enquanto o chefe de família criterioso mantém-se ausente para mobilizar a receita da casa e os jovens dispensam-se em busca de empregos ou atividades educativas cotidianas, as crianças também deixam o lar bem cedo, para frequentar as escolas. Os mais moços buscam novas afeições próprias de sua idade e afinidade, enquanto os velhos vinculam-se a afetos adequados à sua experiência e vivência humana. Deste modo, enfraquecem, pouco a pouco, os laços consanguíneos entre todos os membros da família! Nesse treino singular, quer pela maior ausência como pela diversidade de problemas pessoais, os membros da mesma família preparam-se, grau por grau, para o momento nevrálgico da separação desencarnatória.

O namoro, noivado ou o casamento dos filhos desvia um pouco o afeto egocêntrico de sangue, cujo vínculo se divide entre o eleito ou a eleita do coração. A constituição de novos lares, por parte dos filhos e demais parentes, fragmenta ainda mais o fanatismo consanguíneo e canaliza novos afetos para com os novos descendentes. Sob a legislação amorosa do Criador, os espíritos adversos unem-se disfarçadamente sob as vestimentas carnais da mesma família, e acabam idolatrando-se, envoltos nas mesmas vicissitudes, alegrias e favores! Isso torna cruciante a separação pela morte física, caso não houvesse o ensejo de deveres, afetos e atividades fora do lar, ausências que entre os descendentes da mesma família, amenizam a dor futura!

Deus, na Sua Magnanimidade e Sabedoria, criou o lar humano como o ensejo de convocação, vivência e união dos espíritos adversos comprometidos no passado, a fim de se unirem e amarem-se pelos laços consanguíneos da família terrena! Mas, conforme relembramos, os favores e deveres recíprocos terminam despertando afetos e até paixões fanáticas entre os próprios adversários de outrora, cujo "esquecimento" benéfico dos acontecimentos passados permite a confraternização espiritual. Sem dúvida, há os que se advinham, entre si, no seio da mesma família, na posição de algozes ou vítimas, decorrendo disso a maioria dos conflitos nos lares terrenos. Mas o generoso disfarce do corpo carnal plasmado do mesmo sangue, não só favorece a aproximação afetiva, como ainda desperta afeições novas, que chegam a produzir sofrimentos atrozes na hora nevrálgica da partida para o Além!

Eis por que a própria vivência humana foi esquematizada pelos Mestres da Espiritualidade, de modo a promover as "ausências"recíprocas dos componentes das mesma família, acostumando-os para sofrerem menos pela desencarnação inevitável. São hiatos benfeitores pela ausência de trabalho, diferença de credo religioso, preferência esportiva ou política! Ademais, essa separação ainda aumenta pela própria diferença de desenvolvimento mental, pois é bem grande o abismo entre a criança buliçosa, traquinas e instintivas, e a mente experimentada e conservadora dos avós, já curtidos pelos espinhos da vida e algo descrentes das ilusões que ainda dominam os jovens.

Sem dúvida, a simples vivência de corpos vinculados pelo mesmo sangue no agrupamento doméstico não é suficiente para unir os espíritos adversários e dirimir conflitos milenários no roteiro das encarnações anteriores. Mas os interesses em comum, o apego à ancestralidade biológica e à autoproteção da personalidade no lar ameniza e extingue, pouco a pouco, as diferenças antipáticas pregressas, a ponto de vitimas e algozes de ontem, depois de vinculados pela mesma linhagem carnal, derramarem sentidas lágrimas pela separação na morte física.

Ramatis
Extrário do livro A Vida Humanas e o Espírito Imortal - cap. 1 - Problemas da infância - Hercílio Maes



O QUE SÃO AS FAMÍLIAS HUMANAS?

As famílias humanas são agrupamentos interligados pelos laços consanguíneos, mas funcionam como breves estágios educativos das almas encarnadas e comprometidas carmicamente no passado. O lar terreno é a escola providencial, onde os espíritos adversos apagam a incêndio de ódio pretérito e se renovam nas lições do amor, embora sob os interesses das relações protetoras da família. Mas a família, malgrado a sua expressão consanguinea, é apenas a premiliminar onde os espíritos treinam e desenvolvem o amor universal acima de qualquer preocupação racista.

Quando Jesus advertiu que deveríamos abandonar pai e mãe para segui-Lo incondicionalmente, referiu-se à necessidade de o homem libertar-se dos laços consanguíneos, que são o sustentáculo da família humana isolada no seio da humanidade! O Mestre convidou o homem a integrar-se, definitivamente, no seio da família universal, que é eterna! Não aconselhou o desamor nem a rebeldia entre os membros da mesma descendência humana, mas distinguiu a necessidade de mantermos os princípios espirituais acima das tendências inferiores e transitórias da carne. O homem deve superar o amor egocêntrico, que é nutrido pelo sangue do mesmo agrupamento doméstico, a fim de integrar-se no amor do Cristo, que é universal!

O lar terreno, além de sua função precípua de escola de educação espiritual, ainda pode ser acolhido à conta de oficina onde os espíritos se reabilitam e se retificam, alguns atraídos pelo amor cultivado há milênios, outros imantados pelas paixões e pelo ódio vividos no passado!
Ramatis

Extraido do livro A Vida Humana e o Espírito Imortal - cap. 1 Problemas da infância

OS PAIS ESCLARECIDOS DEVEM COMPREENDER QUE

..tanto o seu corpo como o do seus filhos, não passam de instrumentos de trabalho do espírito na matéria.
 São "vestuários carnais" diferentes apenas quanto à particularidades próprias da cor, porte, ou contextura hereditária. Mas isso é de pouca importância, pois o organismo carnal que o espírito utiliza no mundo físico é uma espécie de "ferramenta" de atividade terrena, algo semelhante ao formão do marceneiro, ou o bisturi para o médico. Pais, filhos e demais membros da mesma família são um grupo de espíritos compondo um conjunto interessado no mesmo reajuste espiritual, recíproco, das mazelas do passado!

À medida que os espíritos identificam a lei da reencarnação, eles se certificam de que os preconceitos de raças e distinções no mundo material não passam de perigosas ilusões que obscurecem a autenticidade do espírito imortal. E, assim, todos devem integrar-se à família universal e compartilhar do sofrimento alheio, participar de servir aliviar a dor do próximo!

Quantas vezes os nossos filhos de hoje foram os nossos piores adversários no passado, ou vice-versa; enquanto o filho do vizinho, que às vezes detestamos, pode ter sido o nosso maior amigo do passado? Sob a mesma vestimenta consanguinea do nosso parente, pode se embuçar o espírito cruel, que nos infernizou outrora, enquanto noutro, que nos antipatiza, vive um excelente companheiro de vivências pregressas! Assim, é tolice o orgulho da linhagem hereditárias consanguinea, ou apegarmo-nos à raça de que descendemos, porque a indumentária carnal do espírito, além de ser provisória, jamais, identifica ao verdadeiros afinidade do coração!

Ramatis
Extraído do livro A Vida Humana e o Espírito Imortal

O LAR É O AMBIENTE MAIS EFICAZ PARA A EDUCAÇÃO DOS HOMENS

O agrupamento doméstico é considerado no Espaço um curso vestibular para o evento da família universal!

É uma espécie de triagem onde se classificam os cidadãos diplomados na fraternidade consanguinea; e que se mostram eletivos par aplicar no mundo profano os dons superiores adquiridos e desenvolvidos entre a parentela humana! O lar proporciona ao espírito encarnado as inciativas do sentimento fraterno, incentiva-lhe a tolerância, paciência, humildade e a conformação, adestrando-o para depois enfrentar as adversidades do mundo!

No mesmo lar, as almas reciprocamente hostilizadas em existências pregressas contemporizam-se de suas diferenças porque vinculam-se à mesma linhagem consanguinea, e no ambiente doméstico e por força da sobrevivência físico avançam a compreensão espiritual definitiva. Os filhos são os hóspedes nem sempre desejados, que por força dos conflitos pretéritos achegam-se para substituir o ódio pelo amor, a desforra pela indenização. O lar funciona com um curso de confraternização e ajuste de sentimentos em conflito no passado!

Obviamente, isso não poderá ser conseguido em estabelecimentos educativos, colégios, conventos ou quaisquer outras instituições profanas, as quais não podem proporcionar os ensejos de reajuste e contemporização próprias da experiências espiritual sob a mesma vestimenta consaguinea.

Ramatis

Extrádo do livro A Vida Humana e o Espirito Imortal

sábado, 27 de abril de 2019

GLÂNDULA TIMO NA INFÂNCIA - RAMATIS

Quem não aprende a dominar os seus instintos primários na infância, bem mais difícil ser-lhe-á na fase adulta. Assim como o jardineiro decepa os galhos inferiores do bom arvoredo, os pais precisam eliminar na primeira infância dos filhos os maus estigmas lançados pela força selvagem da formação animal. Ramatis

O espírito não nasce, não cresce, nem morre. Ele "desperta", gradativamente, do seu invólucro fetal encaixando no ventre materno, até alcançar a sua configuração primitiva antes de mergulhar na carne. (reencarnação)

Cada existência humana é apenas uma nova manifestação do espírito através do corpo físico tangível na matéria. Assim como a luz elétrica projeta-se tanto mais ampla conforme seja a capacidade da lâmpada, o espírito encarnado também se manifesta mais autêntico à medida que se desenvolve o seu corpo físico. Em consequência, há grande diferença entre as manifestações ou ações do espírito, quando age pelo organismo carnal infantil, comparativamente ao que ele pode realizar depois de adulto.

A natureza gradua proporcionalmente o despertar do espírito no seu instrumento de carne, através de diversas etapas conciliadoras e conhecidas como infância, juventude, maturidade e velhice. Mas, assim como periga a carga elétrica de alta voltagem, os raciocínios incomuns e as emoções exaltadas do espírito encarnado podem afetar a coesão molecular do corpo, a rede enzimática, a desarmonizar as coletividades microbianas, quando essa operação ultrapassa a resistência e a capacidade normal. Por isso, a sabedoria do psiquismo criou a glândula timo, que frena o crescimento orgânico prematuro e assim evita uma ação demasiadamente violenta sobre o cérebro ainda em formação. O desenvolvimento adulto precitado e organicamente frágil daria ensejo para o espírito agir na sua plenitude espiritual, mas atuando em altíssima voltagem sideral, capaz de queimar os neurônios e a rede cerebral.

A providencia reguladora do timo, então, impede que o espírito encarnado manifeste, de chofre, todo o seu potencial psíquico antes dos sete anos a além da capacidade do seu equipo carnal, em crescimento. O timo, além de sua função controladora do excesso psíquico sobre o corpo imaturo, ainda frena os estímulos excessivos que fluem do perispírito para o "duplo etérico (1), também na fase de desenvolvimento e absorção do  "éter-físico" do meio terrestre. Daí justificar-se o aforismo de que a criança é inocente até os sete anos porque ainda não assume a responsabilidade total do organismo, o qual permanece sob o controle técnico do mundo espiritual. A máquina carnal até os sete anos encontra-se em fase de experimentação e reajustamento, assim com qualquer maquinaria do mundo sofre "testes"e correções na fábrica, a fim de não ser entregue ao seu dono com defeitos originais.

Mas, durante a fase do nascimento até os sete anos físicos, e pela impossibilidade de o espírito agir plenamente no seu corpo carnal, o instinto animal exerce a sua força criadora e procura impor a sua ascendência vigorosa e primária. Trava-se renhida luta entre o princípio espiritual superior e as tendências inferiores do mundo físico. Daí o motivo por que os pais devem exercer rigorosa vigilância nos filhos até os sete anos, extirpando-lhes energicamente os maus costumes, impulsos danosos, tentativas autoritárias e atrabiliárias, para evitar que uma estigmatização instintiva posteriormente se oponha na forma de uma barreira intransponível à correção espiritual.

A criança não deve ser estimulada nem louvada nas suas irascibilidades e reações censuráveis; o seu espírito só domina mais cedo os seus instintos primários, caso receba a ajuda eficiente e enérgica dos pais isentos de qualquer sentimentalismo, sem confundirem o mau instinto do descendente à conta de "precocidade"! Embora sem os extremos de crueldade e despotismo, os pais não devem afrouxar a sua autoridade, evitando louvar e estimular as ações indisciplinadas e rebeldes dos filhos.

Os filhos devem ser criados com amor, mas sem a imprudência de deixá-los agir livremente. só porque são "engraçadinhos" ou amuam-se por qualquer coisa. A fim de formar-lhes um caráter nitidamente estoico e leal, os pais devem fortificá-los, sem o culto demasiado da personalidade humana. É, algo perigoso quando, para os pais sentimentalistas, o seu pupilo sempre tem razão, enquanto que é mau e condenável o filho do vizinho. As contrariedades da infância caldeiam e fortificam o temperamento da criança para mais tarde enfrentar as desventuras da vida humana, pois, quando excessivamente apoiada e mimada, em todas as suas manhas e indisciplinas, os jovens viverão em conflitos nas suas relações com a sociedade e atuações no mundo. Quem não aprende a dominar os seus instintos primários na infância, bem mais difícil ser-lhe-á na fase adulta. Assim como o jardineiro decepa os galhos inferiores do bom arvoredo, os pais precisam eliminar na primeira infância dos filhos os maus estigmas lançados pela força selvagem da formação animal.

Ramatis

Extraído do livro A Vida Humana e o Espírito Imortal cap. 1 - Problemas da infância


 
(1) Duplo Etérico, corpo constituido de éter-físico medianeiro entre o perispírito e o corpo físico, existente somente durante a encarnação física e dissociando-se 3 a 4 dias após a morte carnal



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