Quem não aprende a dominar os seus instintos primários na infância, bem mais difícil ser-lhe-á na fase adulta. Assim como o jardineiro decepa os galhos inferiores do bom arvoredo, os pais precisam eliminar na primeira infância dos filhos os maus estigmas lançados pela força selvagem da formação animal. Ramatis
O espírito não nasce, não cresce, nem morre. Ele "desperta", gradativamente, do seu invólucro fetal encaixando no ventre materno, até alcançar a sua configuração primitiva antes de mergulhar na carne. (reencarnação)
Cada existência humana é apenas uma nova manifestação do espírito através do corpo físico tangível na matéria. Assim como a luz elétrica projeta-se tanto mais ampla conforme seja a capacidade da lâmpada, o espírito encarnado também se manifesta mais autêntico à medida que se desenvolve o seu corpo físico. Em consequência, há grande diferença entre as manifestações ou ações do espírito, quando age pelo organismo carnal infantil, comparativamente ao que ele pode realizar depois de adulto.
A natureza gradua proporcionalmente o despertar do espírito no seu instrumento de carne, através de diversas etapas conciliadoras e conhecidas como infância, juventude, maturidade e velhice. Mas, assim como periga a carga elétrica de alta voltagem, os raciocínios incomuns e as emoções exaltadas do espírito encarnado podem afetar a coesão molecular do corpo, a rede enzimática, a desarmonizar as coletividades microbianas, quando essa operação ultrapassa a resistência e a capacidade normal. Por isso, a sabedoria do psiquismo criou a glândula timo, que frena o crescimento orgânico prematuro e assim evita uma ação demasiadamente violenta sobre o cérebro ainda em formação. O desenvolvimento adulto precitado e organicamente frágil daria ensejo para o espírito agir na sua plenitude espiritual, mas atuando em altíssima voltagem sideral, capaz de queimar os neurônios e a rede cerebral.
A providencia reguladora do timo, então, impede que o espírito encarnado manifeste, de chofre, todo o seu potencial psíquico antes dos sete anos a além da capacidade do seu equipo carnal, em crescimento. O timo, além de sua função controladora do excesso psíquico sobre o corpo imaturo, ainda frena os estímulos excessivos que fluem do perispírito para o "duplo etérico (1), também na fase de desenvolvimento e absorção do "éter-físico" do meio terrestre. Daí justificar-se o aforismo de que a criança é inocente até os sete anos porque ainda não assume a responsabilidade total do organismo, o qual permanece sob o controle técnico do mundo espiritual. A máquina carnal até os sete anos encontra-se em fase de experimentação e reajustamento, assim com qualquer maquinaria do mundo sofre "testes"e correções na fábrica, a fim de não ser entregue ao seu dono com defeitos originais.
Mas, durante a fase do nascimento até os sete anos físicos, e pela impossibilidade de o espírito agir plenamente no seu corpo carnal, o instinto animal exerce a sua força criadora e procura impor a sua ascendência vigorosa e primária. Trava-se renhida luta entre o princípio espiritual superior e as tendências inferiores do mundo físico. Daí o motivo por que os pais devem exercer rigorosa vigilância nos filhos até os sete anos, extirpando-lhes energicamente os maus costumes, impulsos danosos, tentativas autoritárias e atrabiliárias, para evitar que uma estigmatização instintiva posteriormente se oponha na forma de uma barreira intransponível à correção espiritual.
A criança não deve ser estimulada nem louvada nas suas irascibilidades e reações censuráveis; o seu espírito só domina mais cedo os seus instintos primários, caso receba a ajuda eficiente e enérgica dos pais isentos de qualquer sentimentalismo, sem confundirem o mau instinto do descendente à conta de "precocidade"! Embora sem os extremos de crueldade e despotismo, os pais não devem afrouxar a sua autoridade, evitando louvar e estimular as ações indisciplinadas e rebeldes dos filhos.
Os filhos devem ser criados com amor, mas sem a imprudência de deixá-los agir livremente. só porque são "engraçadinhos" ou amuam-se por qualquer coisa. A fim de formar-lhes um caráter nitidamente estoico e leal, os pais devem fortificá-los, sem o culto demasiado da personalidade humana. É, algo perigoso quando, para os pais sentimentalistas, o seu pupilo sempre tem razão, enquanto que é mau e condenável o filho do vizinho. As contrariedades da infância caldeiam e fortificam o temperamento da criança para mais tarde enfrentar as desventuras da vida humana, pois, quando excessivamente apoiada e mimada, em todas as suas manhas e indisciplinas, os jovens viverão em conflitos nas suas relações com a sociedade e atuações no mundo. Quem não aprende a dominar os seus instintos primários na infância, bem mais difícil ser-lhe-á na fase adulta. Assim como o jardineiro decepa os galhos inferiores do bom arvoredo, os pais precisam eliminar na primeira infância dos filhos os maus estigmas lançados pela força selvagem da formação animal.
Ramatis
Extraído do livro A Vida Humana e o Espírito Imortal cap. 1 - Problemas da infância
(1) Duplo Etérico, corpo constituido de éter-físico medianeiro entre o perispírito e o corpo físico, existente somente durante a encarnação física e dissociando-se 3 a 4 dias após a morte carnal
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