sábado, 2 de abril de 2011

Como encontrar a Serenidade?

 
Filho meus, aqueles que não se encontraram com a serenidade são como árvores ocas na floresta, vistosos nos galhos e folhagens, mas com grande sofrimento interior. Com a mais breve ventania da vida, podem rachar no meio.
Todo homem sábio inevitavelmente é sereno. Observem quantos são de grande conhecimento intelectual e são extremamente ansiosos. Conhecimento em si não é passaporte para a sabedoria, mas sim,como ele é usado. A boa semente no solo fofo, se destituído do jardineiro fiel, perecerá na aridez dos descompassos climáticos.
A serenidade é alcançada com árduo esforço pessoal e gradativamente, qual formiga que trabalha no verão causticante.
Desafios diários superados; irritação contida; distúrbios emocionais desfeitos; vontade bem dirigida, submetendo os desejos à razão; maus hábitos bloqueados pelo poder do "não quero"; ambição desmedida controlada, esses são alguns exemplos de esforços no dia a dia do ser em busca da aquisição da serenidade.
Aquele que já se encontrou consigo e escalou as montanhas do egoísmo de seu "eu" interior sabe exatamente o que quer da vida, tendo a vontade livre para impor seu ideal e se diferenciar em uma sociedade automatizada, que sofre da síndrome de exteriorização coletiva: todos iguais a produtos pasteurizados de uma fábrica, em que se impõe o império das aparências externas, tal qual embalagens chamativas em vitrines vistosas.
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A consciência serena se dá com aqueles que subjugaram a vontade inferior que jazia sepultada pelos desejos mundanos. Consciente e serenado é o ser que sabe que ultrapassou as provas dentro de si mesmo em favor do semelhante anulando seu ego e deslocando do centro para a periferia de seu "eu" sua área de interesse pela vida em coletividade.
A serenidade harmoniza, exteriorizando-se do interior do ser, agradavelmente e com mansidão, para os circunstantes periféricos, em seu raio e magnetismo pessoal; assim, o indivíduo não se influencia por apelos de consumo; inspira a confiança sem medo de traição; acalma as mentes agitadas e oferece afeição e amor.
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"Filho meu, não fique sentado no toco esperando ele brotar, faça você mesmo; plante a semente no solo e cuide dela até virar árvore frondosa."
A decadência de uma sociedade começa quando o homem pergunta a si próprio: "O que irá acontecer? , em vez de inquirir: "O que posso eu fazer?".
A falta de progresso e prosperidade, seja em uma coletividade mais ampla, seja em outras instâncias, com a família, o trabalho, uma religião ou um agrupamento mediúnico, principia quando o imperativo ético da ação é substituído pelas soluções externas que dispensem o esforço interno da criatura, em uma acomodação e letargia psicológica, fruto da preguiça e do medo de modificar-se.
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É preciso deixar nascer a vontade de uma vida melhor e guiá-la nos primeiros passos da ação todos os dias.
Acomodação, principalmente em remover as montanhas que jazem dentro de cada indivíduo, é se acovardar diante dos imperativos da vida, como descansadas vítimas diante das fraquezas da alma, que imobilizam o espírito em sua evolução.
Não se coloque como perfeito e conviva harmoniosamente com seus defeitos, reconhecendo-os, como o bom cão reconhece o dono. Todavia, urge e é intransferível a mudança dos pensamentos que o fazem agir como autómato, repetindo velhos erros do passado, que estão registrados no inconciênte milenar e o impulsionam em atitudes egoístas na atual personalidade transitória.
Tenha coragem, tire suas máscaras e se olhe no espelho que reflete seu verdadeiro ser.
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Como sempre nos diz o infatigável amigo, caboclo Pery: "A vitória da vida se dará você vencendo a você mesmo". Se cair frente ao mundo interior que o afronta diariamente, é porque vergou diante de si mesmo.
Por mais amor que tenha por meus aparelhos, a derrota ou a vitória é somente deles. Independentemente disso, estarei abraçando-os, incodicionalmente, pelo amor que sinto por eles, no momento em que retornarem do transitório vaso de carne; seja nas profundezas do umbral lamacento, seja nos píncaros delestias, lá estarei para esse abraço e aconchego desses filhos desgarrados, em meu coração espiritual.

Saravá, zi meus,
Vovó Maria Conga, uma preta velha "metida"a psicóloga das  almas.
Extraido: Diário Mediúnico - Ramatis - Norberto Peixoto

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