quarta-feira, 18 de março de 2020

CONSTELAÇÃO FAMILIAR - Primieros Passos - Joanna de Ângelis



A família, sem qualquer dúvida, é bastião seguro para a criatura resguardar-se das agressões do mundo exterior, adquirindo os valiosos e indispensáveis recursos do amadurecimento psicológico, do conhecimento, da experiência para uma jornada feliz na sociedade.

Nem sempre compreendida, especialmente nos dia modernos, a família permanece como educandário de elevado significado para a formação da personalidade e desenvolvimento afetivo, mediante os quais torna-se possível ao espírito encarnado a aquisição da felicidade.

Animal biopsicossocioespiritual, o ser humano não pode prescindir da convivência familiar, porque o instinto gregário que lhe comanda a existência, ido à busca do grupo, qual sucede entre outros animais que vivem em família, protegendo-se e preparando-a para a própria independência.

Escarnecida, no entanto, pelo cinismo filosófico de ocasião, que preconiza a desenfreada corrida pelas trilhas do prazer insaciável, permanece como organização insuperável para a construção da sociedade harmônica.

Examinada pela ótica distorcida daqueles que não experimentaram o convívio saudável no lar, acusam-na de ser responsável pelos conflitos que os assaltam.

Certamente, em muitas famílias, os fatores de desequilíbrio são dos indivíduos imaturos ou autoritários que descarregam os tormentos de que são vítimas, naqueles que, indefesos, encontram-se sob a sua guarda. Tal comportamento não é responsabilidade da família, em si mesma, porquanto, ao invés de acusação indevida, seria ideal que fossem trabalhados os fatores que geram desequilíbrios, corrigindo e orientando os membros que a constituem.

O lar é o celeiro de bênção, no qual se coletam as informações e a vivência edificante, tornando-se o primeiro núcleo de socialização da criança, que aí haure as experiências dos ancestrais, adquirindo os hábitos que deverão nortear a sua caminhada existencial.

Se, por acaso, e isso ocorre, não são saudáveis os recursos que lhe são dispensáveis, ao abandono ou à mercê das agressões do mundo em desgoverno, muito mais graves se lhe apresentam as conjunturas, dando-lhe informações destituídas de significado superior e levando-a a atitudes agressivas como mecanismo de defesa em razão dos contínuos enfrentamentos a que se vê constrangida suportar.

No lar, desenvolvem-se a afetividade, o respeito pelos direitos alheios, o despertamento para os próprios direitos sem as extravagâncias nem os absurdos de atribuir-se méritos a quem realmente não os possui.

Esse agrupamento familiar, no entanto, não é resultado casual de encontros apressados no mundo físico, havendo ocorrido nas esferas.

O erotismo, porém, que grassa; não permite aos indivíduos a convivência que lhes faculta o desvelar-se, o conhecimento, sem a ocorrência dos violentos conúbios sexuais de efeitos insatisfatórios, que dão lugar a decepções ou levam ao desbordar das paixões da libido mal direcionada.

Unem-se os solitários egoístas, preparados para a separação, mediante a cultura da indiferença afetiva, como consequência da filosofia consumista de que se vive em sociedade, na qual tudo é descartável, inclusive as afeições humanas.

Este comportamento, dizem , para não sofrerem quando ocorrer à ruptura da frágil união.
Certamente há grandiosas e inumeráveis exceções, particularmente naqueles espíritos que se permitem esperar pelo ser que lhes proporcione emoção e alegria de viver, facultando-lhes a união feliz, coroada pela prole com a qual estão comprometidos.

Embora seja essencial a união sexual, o fundamental é o sentimento de amor que pode resistir aos embates do relacionamento a dois, e depois, com o grupo de espíritos renascidos no corpo físico, constituindo o santuário doméstico.

Na primeira fase, ocorrem os fenômenos relacionados às necessidades afetivas sem os impulsos primários, nascidos no reconhecimento espiritual do outro.

Lentamente, planificam-se as aspirações e trabalha-se pela sua execução harmônica, o que propicia bem-estar e alegria com a presença física, sem qualquer tipo de tormento.

Quando, em sentido oposto, o namoro se transforma em convivência sexual, desaparece o interesse de permanência, enquanto a afetividade diminui, cedendo lugar ao hábito destituído de meta procriativa, construção familiar.

A constelação familiar, no namoro encontra a pedra angular para o futuro alicerce doméstico, que deverá resistir às tormentas do quotidiano.

Familiares difíceis e gentis procedem, portanto, da programação anteriormente traçada, que o amor do casal conseguirá conduzir com sabedoria.

... E quando o problema se apresentar entre os parceiros, a consciência do dever se encarregará de bem orientar o comportamento de ambos em favor do êxito do empreendimento familiar.

Joanna de Ângelis – livro Constelação Familiar – psicografia de Divaldo Pereira Franco

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